Duas empregadas dedicadas e fiéis notando na senhora mudança muito
grande e querendo saber os motivos de seu recolhimento, interpelaram-na.
Salomé, com suas santas argumentações, acabou despertando nelas igual desejo de
pertencer só a Deus e de se afastarem do mundo. De comum acordo, e sem se
despedirem de pessoa alguma, empreenderam uma viagem à Terra Santa, onde, com
muita devoção, visitaram os Santos Lugares.
Salomé, que acompanhava o Divino Esposo no caminho de dor até o Monte
Calvário, teve de percorrer ainda outro caminho, ainda mais doloroso para ela.
Na viagem de regresso perdeu, pela morte, as fiéis companheiras. Firme, porém,
era seu propósito de não voltar mais à corte real da Inglaterra e levar uma
vida pobre e desconhecida no estrangeiro.
Com muitas dificuldades chegou a Regensburg, na Baviera (Alemanha), onde
se aborreceu profundamente por causa de alguns galanteios à sua formosura.
Humilhando-se diante de Deus, em fervorosas preces pediu que lhe tirasse os
atrativos tentadores. Esta oração foi ouvida: acometida de uma enfermidade, em
poucos dias perdeu a visão. Além da cegueira, Deus mandou-lhe uma doença que se
parecia com a lepra e que a atormentou por algum tempo.
Hospedada em casa de uma piedosa senhora, lá poderia ter ficado se o
desejo insaciável de penitência não lhe tivesse reclamado constantemente uma
vida mais retirada.
O abade de Niederaltaich, tendo notícia da vida santa de Salomé,
convidou-a a mudar de residência para perto do convento. Salomé foi ocupar a
cela que o mesmo mandara construir para seu uso no coro da igreja conventual.
O rei da Inglaterra, alarmado com a excessiva demora da parenta, fez
repetidas buscas para descobrir seu paradeiro. Judite, sua filha, que tinha
enviuvado, foi ao local onde descobriram que Salomé vivia. Grande foi o
contentamento de ambas. No mesmo mosteiro a prima também se fez murar no átrio
da mesma igreja.
Salomé faleceu antes de Judite, após ter suportado tremendos sofrimentos
físicos. A existência das duas primas é colocada no fim do século XI.
A Ordem Beneditina festeja a Beata Salomé de Niederaltaich no dia 29 de
junho.
Fontes: www.santiebeati.it;
http://www.paginaoriente.com/santos/judite2906.htm;
Mosteiro de Niederaltaich numa gravura antiga |
Abadia
Beneditina de Niederaltaich
O Duque Odilo, da família Agilofinger, da Baviera, fundou sua própria
"Eigenkloster", um mosteiro em um braço do Rio Danúbio. Segundo a
tradição local, isto ocorreu em 731. A pesquisa moderna contudo data a fundação
do mosteiro em 741. São Maurício, o santo padroeiro do mosteiro, indica o
contato próximo do Duque Odilo com a Borgonha. Os primeiros monges vieram da
famosa Ilha Mosteiro de Reichenau. Eles foram considerados especialistas em
preparar terreno pantanoso para o cultivo. Isso foi necessário porque o local,
Altaich, nas margens do Danúbio, era ruim para a agricultura.
Após os Agilofingers terem sido privados de seu poder, Carlos Magno
assumiu Niederaltaich como Mosteiro Imperial, em 788. Durante a metade do
século IX Altaich atingiu o auge de seu poder.
Depois de 990, os beneditinos voltaram para Altaich. Foi São Gotardo
(Godehard), que dirigiu o Mosteiro de Altaich num novo período de
desenvolvimento durante a época do Imperador Henrique II. Os sapatos e a capa
de São Gotardo foram conservados na igreja da abadia e são considerados itens
muito preciosos.
A construção da abadia em estilo gótico começou muito cedo. O Abade
Hermann, também um famoso historiador, iniciou a construção da nova igreja do
Mosteiro em 1260, e cinco de seus sucessores a levaram adiante até 1326.
Naquela época era um dos maiores edifícios de toda a região do Danúbio.
Em 1918, o Mosteiro de Niederaltaich foi reorganizado como um Priorado
da Abadia Beneditina de Metten. Foi elevado ao nível de Abadia em 1930. Desde
1932, a igreja da Abadia tem o título honorário de "Basílica Menor"
papal.