Santa Aldegunda (ou Aldegonde, em francês;
Aldegundis ou Adelgundis, em latim) foi uma santa do século VII. Há muitos escritos
sobre sua vida, mas nenhum deles contemporâneo da Santa. Alguns deles,
incluindo a biografia escrita no século X por Hucbald, foram publicados pelos
Bolandistas (Acta SS., Janeiro 11, 1034–35).
O Senhorio de Malzy há muito tempo pertencia a uma ordem religiosa: as
Damas Abadessas e Canonisas do Muito Ilustre Capítulo de Maubeuge, cuja
fundadora é Santa Aldegunda.
Ela nasceu por volta do ano 630 em Coulsore, perto de Maubeuge. Filha de
Valberto IV e de Bertila, seu pai, de origem franca, era conde de Hainaut,
governador das províncias entre Sambre e Meuse. Sua mãe era princesa da
Turíngia. Sua irmã mais velha, Santa Valdru, nascida por volta de 620,
tornou-se abadessa de Mons.
Aldegunda recebeu uma educação mística com o monge Sobin da Abadia de
Nivelles e fora convertida ao cristianismo por Santo Amando. À espera da idade
legal para o casamento (12 anos na época), seu pai a prometeu a um príncipe
anglo-saxão, Eudon.
Desejando obter o véu das virgens, que somente era conferido na idade de
30 anos, Aldegunda fugiu do castelo da família atravessando a floresta dos
arredores. Perseguida por seu pretendente, os anjos vieram em seu auxílio e a
protegeram; ela então se instalou naquele local, em plena floresta chamada
Maldodium, sendo depois seguida por sua irmã.
Ela fundou, por volta de 658, um convento de religiosas no local onde os
anjos tinham vindo em seu auxílio, o que contribuiu para o nascimento da cidade
de Maubeuge.
A maior parte das noviças que entravam no convento vinha das famílias
ricas da região; elas deviam fazer donativos à comunidade. Foi assim que as
terras de Malzy lhes foram entregues, bem como as de Seboncourt.
Aldegunda vinha com frequência a Malzy onde ela
fizera construir um leprosário. Alguns milagres de cura lhe são atribuídos.
Ela faleceu no dia 30 de janeiro de 684 em seu convento, de um câncer no
seio. Ela foi enterrada no túmulo familiar de Coulsore. Canonizada em 1039,
Aldegunda é invocada contra os males que ela sofreu: dor de cabeça, febre, câncer
do seio. Sua intercessão também obtém que as criancinhas caminhem sem
dificuldades: bebês são vistos dando seus primeiros passos no bairro de
Sainte-Aldegonde, em Maubeuge.
Santa Aldegunda é representada com um livro em uma das mãos e um bastão
de abadessa na outra. Suas sobrinhas, Santa Maldalberta e Santa Aldetrudes,
também foram abadessas no mosteiro por ela fundado. Santa Aldegunda é uma das
mais famosas santas da linha merovíngia, como é chamada por Aline Hornaday.
Na Bélgica há igrejas consagradas a Santa Aldegunda em Hérinnes,
Baisieux, Écaussinnes-Lalaing, Froidchapelle, Mont-Sainte-Aldegonde, Noirchain
e Rance. Na França, Maubeuge é o principal local de seu culto. A Igreja dos
Santos Pedro e Paulo, no centro de Maubeuge, expõe o tesouro da Santa que
inclui um precioso relicário do século XV, um bastão pastoral e bandeiras que
eram usadas nas procissões.
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Após anos de pesquisas utilizando o carbono 14, a casula da santa
patrona da cidade, foi finalmente autenticada pelo Centro de Pesquisas e de
Conservação dos museus da França e pelo Laboratório de Pesquisas dos monumentos
históricos.
Segundo o relatório, uma das principais peças do tesouro de Santa
Aldegunda – como há muito tempo era reconhecido – data do século XI e provém de
um tecido oriental antigo composto de uma teia de seda e de uma trama de fios, que
fora oferecido pelo imperador mongol Mongka ao rei São Luís IX. O tecido foi em
seguida transformado em traje litúrgico: “Na
época, era a vestimenta a mais preciosa, o destino o mais nobre para os
tecidos, uma roupa para dar glória a Deus!”