Celebramos sua compaixão, piedade; suas sete dores
cujo ponto mais alto se deu no momento da Crucificação de Jesus
“Quero ficar junto à cruz, velar contigo a Jesus e o
teu pranto enxugar!”
“Estava meu Amado Jesus na cruz, todo
aflito e agonizante; os olhos estavam encovados e meio fechados e amortecidos;
os lábios pendentes e a boca aberta; as faces descarnadas, pegadas aos dentes e
alongadas; afilado o nariz, triste o rosto; a cabeça pendia-lhe sobre o peito;
os cabelos estavam negros de sangue, o ventre unido aos rins; os braços e as
pernas inteiriçadas e todo o resto do corpo coalhado de chagas e de sangue”.
Ó pobre de meu Jesus! Ó martírio cruel
para o coração de uma mãe!
O que mais afligia Nossa Senhora
Quem se achasse então sobre o Calvário,
diz São João Crisóstomo, teria visto dois altares, nos quais se consumavam dois
grandes sacrifícios: um no corpo de Jesus, outro no coração de Maria.
Mas melhor me parece, com São Boaventura,
considerar ali um só altar, isto é, só a cruz do Filho, no qual, juntamente com
a vítima do Cordeiro divino, é sacrificada também a Mãe. Por isso o Santo
pergunta-lhe assim: O Domina, ubi stas? – “Ó Maria, onde
estais?” Junto à cruz? Ah! Mais exatamente direi que estais na mesma cruz,
a sacrificar-vos, crucificada juntamente com Jesus.
O que mais afligia a nossa Mãe dolorosa
era o ver que ela mesma, com a sua presença, aumentava as aflições do Filho,
porquanto, como diz o mesmo Santo Doutor, a mesma pena que enchia o Coração de
Maria, transbordava para amargurar o Coração de Jesus; e Jesus padecia mais
pela compaixão da Mãe, do que pelas suas próprias dores.
Acresce que, lembrando-se Maria da
profecia de Simeão, já desde então previu que os padecimentos de Jesus Cristo
seriam, pela culpa dos homens, inúteis para grande parte deles, e ainda mais,
causa de maior condenação: Ecce
positus est hic in ruinam et resurrectionem multorum (1) – “Eis que este é
posto para ruína e ressurreição de muitos”.
Roguemos à nossa divina Mãe, pelos
merecimentos desta sua dor, que nos obtenha verdadeira dor dos nossos pecados e
verdadeira emenda de vida, zelo fervoroso pela salvação das almas e uma terna
compaixão dos sofrimentos de Jesus Cristo e pelas suas próprias dores.
Por isso digamos com São Boaventura:
“Ó Maria, se no passado vos ofendi,
vingai-vos agora ferindo-me o coração; se vos servi fielmente, também outra
recompensa não vos peço senão que me firais. Demais indecoroso seria para mim
ficar ileso, ao passo que Vos vejo repletos de dores, a vós e a meu Senhor
Jesus Cristo”. Poenas mecum divide – “Reparti comigo as penas”. (*I 244.)
As Promessas aos devotos de Nossa Senhora das Dores
Santa Brígida diz-nos, nas suas revelações
aprovadas pela Igreja Católica, que Nossa Senhora lhe prometeu conceder sete
graças a quem rezar cada dia sete Ave-Marias em honra de suas principais “Sete
dores” e Lágrimas, meditando sobre as mesmas.
Eis as promessas:
1ª
– Porei a paz em suas famílias.
2ª
– Serão iluminados sobre os Divinos Mistérios.
3ª
– Consolá-los-ei em suas penas e acompanhá-los-ei nos seus trabalhos.
4ª
– Conceder-lhes-ei tudo o que me pedirem, contanto que não se oponha à vontade
de meu adorável Divino Filho e à santificação de suas almas.
5ª
– Defendê-los-ei nos combates espirituais contra o inimigo infernal e protegê-los-ei
em todos os instantes da vida.
6ª
– Assistir-lhes-ei visivelmente no momento da morte e verão o rosto de Sua Mãe
Santíssima.
7ª – Obtive de Meu Filho que os que propagarem esta devoção (às minhas Lágrimas e Dores) sejam transladados desta vida terrena à felicidade eterna, diretamente, pois ser-lhe-ão apagados todos os seus pecados e o Meu filho e Eu seremos a sua eterna consolação e alegria.
7ª – Obtive de Meu Filho que os que propagarem esta devoção (às minhas Lágrimas e Dores) sejam transladados desta vida terrena à felicidade eterna, diretamente, pois ser-lhe-ão apagados todos os seus pecados e o Meu filho e Eu seremos a sua eterna consolação e alegria.
Santo Afonso Ligório nos diz que Nosso
Senhor Jesus Cristo prometeu aos devotos de Nossa Senhora das Dores as
seguintes graças:
1ª – Que aquele devoto que invocar a
divina Mãe pelos merecimentos de suas dores merecerá fazer, antes de sua morte,
verdadeira penitência de todos os seus pecados.
2ª – Nosso Senhor Jesus Cristo imprimirá
nos seus corações a memória de Sua Paixão dando-lhes depois um competente
prêmio no Céu.
3ª – Jesus Cristo guardá-los-á em todas as
tribulações em que se acharem, especialmente na hora da morte.
Coroa das 7 Dores
de Nossa Senhora
(Segundo
o livro “As mais belas orações de Santo Afonso”)
No
início:
– Vinde,
ó Deus, em meu auxílio;
–
Senhor, apressai-Vos em me socorrer!
–
Glória.
Anunciam-se
as Dores como se fazem com os Mistérios no Rosário. Assim:
– 1ª
Dor: A Profecia de Simeão à Nossa
Senhora, anunciando-Lhe a espada de dor que um dia Lhe traspassaria a Alma,
na Paixão de Seu diletíssimo Filho; foi então marcada pela dor da profecia de
Simeão, mas sabendo que o Menino seria a Salvação de muitos.
– 2ª
Dor: A Fuga e Exílio para o Egito - A
Sagrada Família é obrigada a fugir para o Egito para salvar a vida do Menino.
Após o nascimento de Jesus o Rei Herodes quis matá-lo e um anjo do Senhor
apareceu a São José e disse: “Levanta-te, toma o menino e sua Mãe e foge para o
Egito; fica lá até que eu te avise”. Obediente, “José levantou-se durante a
noite, tomou o Menino e sua Mãe e partiu para o Egito”. (Mt 2, 13-14). Peçamos
a São José a pronta obediência à Vontade de Deus.
– 3ª
Dor: A Perda do Menino Jesus no Templo.
A aflição de Nossa Senhora ao ver que seu Filho desaparecera: o Menino Jesus
ficou em Jerusalém sem que seus pais o percebessem. Três dias depois o acharam
no templo, sentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os. (Lc 2,
43-50) Unidos à dor que Maria sentiu nesta ocasião, peçamos forças e graças
para suportarmos com paciência todas as dores de nossas vidas, e para nos
mantermos afastados do pecado.
– 4ª
Dor: O Encontro com Jesus carregando a
Cruz. Nossa Senhora se vê frente ao seu Filho todo desfigurado pela cruel
flagelação e coroado de espinhos, carregando o madeiro da Cruz, que se tornaria
a fonte da redenção. Um dos momentos mais pungentes da Paixão é este. As
lágrimas que Maria derramou na ocasião, a troca de olhar com o Filho, a
constatação das crueldades que Ele estava sofrendo, tudo causava imensa dor no
Seu Coração de Mãe. Unamo-nos à dor de Maria SSma. e peçamos uma dor sincera de
nossos pecados que foram a causa de tanta dor.
– 5ª
Dor: Nossa Senhora assiste a
Crucificação, Agonia e Morte de Seu adorado Jesus. “Junto à cruz de Jesus
estavam de pé sua Mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cleófas, e Maria
Madalena”. (Jo 19, 25) Aos pés da Cruz, Nossa Senhora se mantém em pé, firme,
pois sabe que seu Divino Filho fazia aquilo por amor à humanidade. Seu
sacrifício unido ao de seu Divino Filho chega ao auge e nos recorda que não
podemos esmorecer diante das batalhas que temos que enfrentar contra o mundo, o
demônio e a carne.
– 6ª
Dor: Nossa Senhora vê o Coração de
Jesus ser traspassado pela lança, e depois recebe em Seus Braços o Corpo de Seu
Divino Filho, morto pelos nossos pecados. Um soldado romano transpassa
Nosso Senhor com uma lança, esta mesma lança transpassa o coração de Nossa
Senhora. Nossa Senhora da Piedade, é assim que o povo católico invoca Maria
nesse momento da Paixão. Depois “tomaram o corpo de Jesus e envolveram-no em
panos com os aromas, como os judeus costumam sepultar.” (Jo 19, 40) “Reparti
comigo as vossas penas”, ó Mãe Imaculada!
– 7ª
Dor: O Sepultamento de Jesus. O
corpo de Nosso Senhor é tirado da Cruz e depositado no sepulcro, Nossa Senhora a
tudo acompanha de perto e firme, guardando tudo em seu coração. O sepultamento
de Seu Divino Filho foi a última dor que Maria sentiu durante a Paixão. “No
lugar em que ele foi crucificado havia um jardim, e no jardim um sepulcro novo,
em que ninguém ainda fora depositado. Foi ali que depositaram Jesus”. (Jo 19,
41-42) Correu-se a laje. Parece tudo acabado. É o momento em que tudo começa. A
Páscoa se aproxima.
– Após o anúncio de cada dor,
segue-se um Pai-nosso e 7 Ave-Marias (sem o Glória no final)
– Para ganharem-se as Indulgências
requer-se que se contemple interiormente, enquanto se rezam as preces vocais,
cada dor anunciada, como se faz no Rosário com os Mistérios.
– No fim da Coroa reza-se 3
Ave-Marias em honra das Lágrimas de Nossa Senhora.
PS:
Existe um terço próprio para essa devoção com 7 dezenas, contendo 7 bolinhas em
cada dezena e uma bolinha (maior) no intervalo delas.
Notas:
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1. Luc. 2, 34.
1. Luc. 2, 34.
(LIGÓRIO,
Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo III:
Desde a Décima Segunda Semana depois de Pentecostes até o fim do ano
eclesiástico. Friburgo: Herder & Cia, 1922, p. 74-76.)
Fontes:
vashonorabile.blogspot; http://www.aascj.org.br/home/2014/09/ao-pe-da-cruz-conheca-o-sofrimento-que-nossa-senhora-venceu/; https://portalterradesantacruz.com.br/2015/09/15/oracao-e-terco-das-sete-dores-de-maria-santissima-hoje-celebrada-pela-igreja/