Um fato miraculoso
ocorreu em 1900 e foi aprovado pelas autoridades eclesiásticas em 1924. O bispo jesuíta
Henri Lecroart propôs que fossem consagrados à Nossa Senhora a China, a
Mongólia, a Manchúria e o Tibete, sob a invocação de Nossa Senhora Imperatriz
da China.
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de maio de Nossa Senhora de Sheshan - Dia mundial da oração na China
"O Dragão, vendo que fora precipitado
na terra, perseguiu a Mulher que dera à luz o Menino" (Ap 12,13).
Ninguém ignora a férrea repressão na China
vermelha a tudo que possa se referir a religião. Repressão, sobretudo,
anticristã. Há dois santuários marianos nacionalmente famosos na China, Dong-Lu
em Boading e Sheshan em Shangai.
O Santuário de Nossa Senhora de Sheshan em
Shangai está sob o controle da Associação Patriótica (a Igreja católica
nacional infiel ao Papa, criada pelo Partido Comunista), o Santuário a Dong-Lu
permanece firmemente com a Igreja Católica Romana, chamada "Igreja
Subterrânea". Desde 1924, católicos chineses provenientes de todas as
localidades da China, viajavam todos os meses de maio para Dong-Lu com a finalidade
de venerar a Mãe Santificada de Cristo.
Mas tudo isso mudou durante a Revolução
Cultural.
Em pleno ataque
perseguidores anticristãos debandam ao verem a Santíssima Virgem pairando sobre
o povoado, rodeada de uma multidão de anjos
Por motivos de preconceito de fundo
nacionalista, a Igreja Católica sempre encontrou enorme resistência cultural na
China. Em 1900 ocorreu a “perseguição dos boxers”, nacionalistas chineses que
se organizavam em clubes desportivos, praticantes de artes marciais, boxe,
etc., que se tornou uma das mais terríveis. Essa perseguição deixou um saldo de
milhares de mártires — 30.000, segundo algumas fontes —, entre eles cinco
bispos, 130 sacerdotes e numerosos fiéis.
Foi justamente durante essa represália
anticristã que se deu uma grande intervenção da Santíssima Virgem, ocorrida em
junho de 1900. Os boxers anticatólicos estavam prestes a eliminar Dong-Lu, à
época com aproximadamente 700 habitantes. Naquela ocasião, cerca de 9.000
refugiados se encontravam na aldeia, onde os padres vicentinos tinham começado
uma missão. Em sua maioria eram habitantes muito pobres.
A situação era terrível. Milhares de
perseguidores cercavam a cidade, e todos pressentiam a iminência de um massacre
de seus habitantes. Quando tudo parecia perdido, os perseguidores viram Nossa
Senhora pairando sobre o povoado, rodeada de uma multidão de anjos.
Aterrorizados, inutilmente dispararam tiros contra Ela. Diante do fenômeno
inexplicável, fugiram em grande debandada.
Santuário de Dong-Lu
passou a representar o Cristianismo na China
Em agradecimento por terem sido salvos do
perigo, os habitantes construíram um santuário em honra à Santíssima Virgem.
Por iniciativa do pároco local esculpiu-se uma imagem representando Nossa Senhora
vestida com os trajes de imperatriz, que passou a ser venerada no santuário.
A aprovação do fato miraculoso pelas
autoridades eclesiásticas ocorreu em 1924, em Shangai, por ocasião do sínodo
dos bispos chineses. O bispo jesuíta Henri Lecroart propôs que fossem
consagrados à Nossa Senhora a China, a Mongólia, a Manchúria e o Tibete, sob a
invocação de Nossa Senhora Imperatriz da China. A proposta foi aceita, e em
junho 150 bispos, tendo à frente o Núncio Apostólico, Mons. Celso Constantini,
foi feita a consagração. Mais tarde, em 1932, o Papa Pio XI elevou o santuário
de Dong-Lu à categoria de local oficial de peregrinação. Em 1941, o Papa Pio
XII concedeu à Igreja da China uma festa em honra de Maria Medianeira de todas
as graças, sob o título de Santa Mãe, Imperatriz da China.
Curiosamente, três fatos diferentes são
estabelecidos: um é o santuário reconhecido como de peregrinação oficial;
outro, uma festa litúrgica; e o terceiro, uma consagração do país. Mas na
devoção popular todos se fundiram num só, e Dong-Lu passou a representar os
três fatos conjuntamente.
Governo comunista
mobiliza 5 mil soldados, carros blindados e helicópteros para dinamitar o
santuário e confiscar a imagem da Virgem Maria
A pequena aldeia tornou-se então o berço
de 40 dos 120 santos mártires canonizados pelo Papa João Paulo II em 1 de
outubro de 2000. Para grande incômodo do governo comunista, durante os últimos
100 anos, a peregrinação de milhares de católicos na China crescia em devoção e
número de fiéis. Ciente dessa terrível "ameaça", em abril e maio de
1996 o governo chinês mobilizou 5 mil soldados, apoiados por dezenas de carros
blindados e helicópteros, dinamitou o santuário mariano, confiscou a estátua da
Virgem Maria e prendeu muitos sacerdotes.
O governo chinês passaria a considerar
essa parte da Igreja Católica Romana como ilegal. Assim, a Santa Missa,
catequese, batismo e outros serviços religiosos, para muitos católicos que
ainda estão no subsolo deve ser realizado em casas particulares e em segredo
com os riscos de multas exorbitantes, prisão, prisão domiciliar, torturas
físicas e internamento em campos de trabalho.
Sacerdotes,
seminaristas, freiras e leigos enfrentam perseguições e assédios contínuos.
Muitos deles desapareceram e outros estão na cadeia.
Recentemente, quando os holofotes da mídia
mundial controlada se voltavam para as olimpíadas de Pequim, em 2008, a igreja
de Dong-Lu foi destruída por comunistas chineses. O fato, abafado por muito
tempo, causou imensa tristeza no Vaticano e indignação aos cristãos ocidentais.
No entanto, a pintura da Nossa Senhora da
China manteve-se íntegra, uma vez que a imagem da igreja era apenas uma cópia.
O original havia sido escondido na parede, atrás da cópia, e foi recuperado em
impecável estado. Encontra-se agora em mãos dos fervorosos católicos chineses
que, lamentavelmente, continuam seu trabalho missionário na igreja das
catacumbas.
Católicos chineses
rezam para que Bento XVI consiga restabelecer relações de compreensão e
respeito com a China comunista para a liberdade da fé religiosa do seu povo.
Repressão continua
em pleno século XXI
Atualmente, Dong-Lu permanece a pequena e
poeirenta vila de 12 mil pessoas. Entre o casario de tijolo aparente, os
mercadinhos e as fábricas de roldanas industriais, destaca-se o curioso prédio
da Igreja de Nossa Senhora de Dong-Lu.
Apesar da indiferença da imprensa
comunista estatal, a cidade de Dong-Lu é conhecida em pleno “paraíso” de Mao
por ser o lugar onde, desde 1900, ocorrem visões da imagem da Santíssima
Virgem. A última apareceu em 1995 e foi testemunhada por muitos habitantes da
cidade. Muitos habitantes atestam que veem a Santíssima Virgem frequentemente
por lá. Nós, católicos, sabemos que a Mãe de Jesus e da Igreja não abandona
Seus filhos.
Datas importantes do calendário cristão
como Páscoa e Natal são celebradas exatamente como no Ocidente, mas tudo é
feito escondido do governo, por meio de celebrações discretas e clandestinas,
sem música, para evitar prisões.
Dong-Lu é cercada de oficiais da polícia à
paisana que estão ali para impedir a entrada não apenas de jornalistas, mas de
peregrinos que vão à cidade por conta das aparições da Virgem Maria. Os
moradores que são pegos falando com a imprensa correm grande risco — afirma
Joseph Kung, presidente da Fundação Kung, que ajuda os católicos clandestinos
na China, hoje estimados em cerca de seis milhões.
Procissão em 2011 |
Conclusão
Como vemos nesse estudo, é a partir dessa
"mente revolucionária" que provém o ódio anticristão, agora
generalizado em muitos corações. E a partir desse ódio implementa-se a cultura
de morte e habilmente promove-se a imbecialização da mentalidade contemporânea,
moldando-a docilmente aos sinistros propósitos do governo oculto.
Em Dong-Lu o combate entre o
"Dragão" (ou antiga serpente) e a "Mulher" é literal. Em
visitas clandestinas ao santuário, peregrinos perseguidos traduziram em duas
frases a inevitável esperança cristã, transcritas nos dois lados da imagem da
Santíssima Virgem. Em um lado lê-se: "A cabeça da serpente é esmagada.
Debaixo de que pés foi derrotada?" No outro lado: "Meu filho, por que
você está amedrontado? Sua mãe está a seu lado".
*
Santas Maria Du Tianshi e Madalena Du Fengju, Martires
chinesas – 29 de junho
Martirológio Romano: No
território de Dujiadun, próximo de Shenxian, as santas mártires Maria Du
Tianshi e Madalena Du Fengju, sua filha, que na mesma perseguição foram tiradas
do local em que se haviam escondido, morrendo por causa de sua fé em Cristo, a
segunda lançada ainda viva no sepulcro.
Na solenidade dos Santos Apóstolos
Pedro e Paulo, a Igreja também se recorda de alguns mártires de dezenove
séculos depois, os quais fazem parte dos 120 chineses canonizados em outubro de
2000.
Por muitos séculos, até nos dias
atuais, os cristãos chineses têm sido vítimas de perseguições violentas que
atingiram um ápice no ano de 1900, com a assim chamada “revolta dos Boxers”. Na
metade do mês de junho esses revoltosos atingiram Shenxian, vicariato
apostólico chinês confiado aos cuidados pastorais dos Jesuítas.
Em 29 de junho, os soldados chegaram ao
vilarejo de Dujiadun, perto de Shenxian, na província chinesa do Hebei, e ali
mataram duas mulheres que não hesitaram em professar a sua fé católica: a leiga
casada, Maria Du Tianshi (51 anos) e sua filha Madalena Du Fengju (19 anos).
Elas eram nativas de Shenxian e foram martirizadas quando foram descobertas em
um local onde se haviam refugiado. Uma delas foi enterrada ainda agonizante.
Naquele período foram milhares as
vítimas da perseguição e os Jesuítas consideraram oportuno não perder a
lembrança destas intrépidas testemunhas da fé. Recolheram então o material que
se pode encontrar e, em 28 de maio de 1948, a causa de canonização do grupo
denominado “Leon-Ignace Mangin e 55 companheiros” foi introduzida.
Em 17 de abril de 1955 deu-se a
beatificação e a canonização de todo o grupo que compreende 120 mártires
chineses de várias épocas ocorreu durante o Grande Jubileu de 2000.
Fonte: http://chamadeamordemaria.blogspot.com/2012/05/nossa-senhora-da-china.html
https://pt.wikipedia.org.wiki/Nossa_Senhora_da_China
www.santiebeati.it