terça-feira, 28 de agosto de 2018

Beata Sancha Szymkowiak - 29 de agosto

Martirológio Romano: Em Poznan, na Polônia, Beata Sancha (Joaninha) Szymkowiak, virgem, da Congregação das Filhas da Bem-aventurada Virgem Maria das Dores, que em meio das dificuldades da guerra, se ocupou com grande entrega aos detidos nos cárceres.

     Nasceu em Mozdzanow (Ostrow Wielkopolski, Polônia), no dia 10 de julho de 1910. Era a filha mais nova de Agostinho e Maria Duchalska, casal que teve outros 4 filhos homens, dos quais um se tornou sacerdote. No dia de seu batismo recebeu o nome de Joana (chamavam-na de Joaninha). De sua família, abastada e profundamente católica, recebeu uma sólida educação.
     Em sua família aprendeu a amar intensamente o Sagrado Coração de Jesus, e com este espírito foi muito bondosa com todos, especialmente com os mais pobres e necessitados. Desde a adolescência se distingue pela bondade excepcional e a devoção autêntica, encantado com sua serenidade e simplicidade. Depois da escola superior estudou línguas e literatura estrangeira na Universidade de Poznan, empenhando-se intensamente no próprio crescimento intelectual e espiritual.   
     Tomou parte na Sodalício Mariano, realizando um apostolado discreto e eficaz, transmitindo às jovens a alegria de viver. Atenciosa com todos, de modo particular sensível com os mais débeis e sofredores, se dedicou com fervor nas obras de caridade no bairro mais pobre da cidade como membro da Associação de São Vicente. A Eucaristia era o centro e a fonte do seu grande zelo apostólico. Muito jovem já se sentia chamada à vida religiosa.
     No verão de 1934 viajou para a França e, durante uma peregrinação à Lourdes, decidiu tornar-se religiosa, confiando-se à Virgem Imaculada. Joaninha decidiu não voltar para casa e tornar-se postulante como oblata, o que não ocorreu devido a decisiva intervenção da família. A jovem voltou à Polônia, mas não abandonou o sonho de vida religiosa.
     Contando com o apoio de seu irmão, Frei Eryc, pouco tempo depois pode ingressar no convento das Irmãs Seráficas. Em 27 de junho de 1936 pediu para ser aceita na casa provincial de Poznan, mudando seu nome pelo de Maria Sancha.
     Desde o início de sua vida religiosa se distinguiu pelo grande zelo na observância da Regra do Instituto, tanto que a chamavam “A regra viva”. Aceitou os serviços mais humildes, apesar de ter recebido educação superior. Exerceu as funções de porteira, encarregada do refeitório, tutora, professora, tradutora. Extremamente dedicada e cuidadosa, sua vida aparentemente não tinha nada de excepcional, mas escondia uma profunda união com Deus.
     Para oferecer-se a Deus é necessário renunciar”, dizia ela.
     Na 2ª. Guerra Mundial, durante a ocupação alemã, Irmã Sancha, não aproveitou da permissão de poder retornar para a família devido aos perigos e desastres da guerra: permaneceu no convento com outras irmãs, submetida à duríssimos trabalhos pelos militares alemães. Estes a fizeram trabalhar como tradutora junto aos prisioneiros franceses e ingleses, aos quais animou e confortou de tal maneira, que a chamavam “anjo de bondade” e “santa sancha”. Dócil à vontade de Deus, infundia paz e esperança ao seu redor, representando para os aflitos e sofredores um válido e eficaz conforto.
     O trabalho, a fome e o frio, as enormes fadigas e difíceis condições do convento de Poznan, impuseram uma dura prova para sua saúde, adoecendo de uma grave forma de tuberculose da laringe. Abandonou-se nas mãos da Providência e sofreu a doença com grande serenidade. Com grande alegria professou os votos perpétuos em 6 de julho de 1942, profundamente unida ao seu Esposo Celeste, na ardente espera de Sua vinda no momento da morte, que ocorreu em 29 de agosto do mesmo ano, quando tinha somente 32 anos.
     Foi beatificada pelo Papa João Paulo II em 18 de junho de 2002 durante sua viagem apostólica à Polônia.
 
A cidade Poznan, Polônia
Fontes:

Etimologia: Sancho, -a – do latim sanctius, comparativo de sanctus: “mais santo (a)”. Outras formas: Sancius, Santius, Sanzio, Sanchio.

sábado, 25 de agosto de 2018

Beata Maria do Trânsito de Jesus Sacramentado – 25 de agosto

“Agora que temos tempo, façamos o Bem” - Madre Trânsito

     Maria do Trânsito Eugenia das Dores Cabanillas nasceu em 15 de agosto de 1821 em Santa Leocádia, atual Carlos Paz (Córdoba, Argentina). Seu pai, Felipe Cabanillas Toranzo, descendente de uma família de Valência (Espanha) emigrou para a Argentina durante a segunda metade do século XVII e conseguiu reunir uma certa fortuna econômica no seu novo ambiente, mas se notabilizou principalmente pela sua profunda religiosidade católica
     Em 1816, o Sr. Felipe Cabanillas se uniu em casamento com a jovem Francisca Antônia Luján Sánchez, de quem teve onze filhos. Três morreram prematuramente, quatro se casaram e os outros se consagraram a Deus: um como sacerdote secular e três como religiosos em vários Institutos, continuando assim uma longa e gloriosa tradição familiar.
     A Beata foi a terceira nascida na família. Batizada pelo Pe. Mariano Aguilar em 10 de janeiro de 1822 na capela de São Roque, impuseram-lhe os nomes de Trânsito, ou seja, Maria do Trânsito ou Maria Assunção e Eugênia das Dores. Ela recebeu o sacramento da confirmação com algum atraso, em 4 de abril de 1936, dada a distância do centro diocesano.
    Após a primeira educação familiar, Maria do Trânsito foi enviada para Córdoba, uma cidade de tradições culturais nobres, com a sua famosa universidade no século XVII, fundado pelo franciscano Dom Fernando Trejo e Sanabria, e escolas de Santa Catarina (1613) e Santa Teresa (1628). Desde 1840, continuando seus estudos, cuidou de seu irmão mais novo, que se preparava para o sacerdócio no seminário de Nossa Senhora de Loreto, na citada cidade de Córdoba.
     Em 1850, após a morte do Sr. Felipe Cabanillas, toda a família se mudou permanentemente para Córdoba, então a Beata se instalou com sua mãe, seu irmão, que foi ordenado em 1853, suas irmãs e cinco primas órfãs em uma pequena casa perto da igreja de São Roque. Maria do Trânsito se distinguiu por sua piedade, especialmente em relação à Eucaristia, realizou uma intensa atividade como catequista e fez muitas obras de misericórdia, visitava frequentemente os pobres e doentes na companhia de sua prima Rosário.
     Após a morte de sua mãe (13 de abril de 1858), a Beata entrou na Ordem Terceira Franciscana e intensificou a sua vida de oração e penitência, dirigida espiritualmente pelo Pe. Buenaventura Rizo Patrón, franciscano que foi ordenado bispo de Salta em 1862. Mas ela desejava se consagrar inteiramente a Deus. Assim, em 1859, por ocasião da sua profissão na Ordem Terceira Franciscana, ela emitiu o voto de virgindade perpétua e começou a pensar na fundação de um Instituto para a educação cristã da infância pobre e abandonada.
     Em 1871 ela entrou em contato com a Sra. Isidora Ponce de León, que estava profundamente interessada na construção de um mosteiro carmelita em Buenos Aires. No ano seguinte, Maria do Trânsito foi a Buenos Aires e ingressou no mosteiro em 19 de março de 1873, no mesmo dia em que foi inaugurado. Mas seu compromisso ascético mostrou ser maior do que a sua força física, caiu doente e, por motivos de saúde, teve que deixar a clausura em abril de 1874. Em setembro do mesmo ano, acreditando-se suficientemente recuperada, ela ingressou no convento das religiosas da Visitação de Montevidéu, mas também adoeceu alguns meses depois.
     A Beata aceitou tudo com resignação admirável, abandonando-se cada vez com mais confiança nas mãos da Divina Providência. Ao mesmo tempo, sua ideia de uma fundação educacional e assistencial a serviço da infância reaparece. Vários franciscanos a incentivam a isto e D. Agustín Garzón oferece uma casa e sua colaboração e contatos com o Pe. Ciríaco Porreca, OFM, de Rio Cuarto.
     Em 8 de dezembro de 1878, obteve a aprovação eclesiástica de seu projeto de fundação e das constituições, e depois de uns exercícios espirituais pregados pelo Pe. Porreca, Maria do Trânsito Cabanillas, acompanhada de suas duas companheiras: Teresa Fronteras e Brígida Moyano, inicia a Congregação das Irmãs Missionárias Franciscanas Terciárias da Argentina. A pedido da Fundadora, o Pe. Ciríaco Porreca, OFM, é nomeado diretor do Instituto. Em 2 de fevereiro de 1879 Maria do Trânsito Cabanillas e suas primeiras companheiras emitem a profissão religiosa e no dia 27 do mesmo mês e ano escrevem ao Pe. Bernardino de Portogruaro, Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores, pedindo a agregação seu Instituto à Ordem Franciscana. O padre Bernardino de Portogruaro respondeu afirmativamente em 28 de janeiro de 1880.
     A nova Congregação teve um florescimento imediato de vocações, de modo que ainda em vida da Fundadora foram inaugurados o colégio de Sta. Margarida de Cortona, em San Vicente, bem como os colégios de Carmen em Rio Cuarto e da Imaculada Conceição, em Villa Nueva.
     A Beata dirigia o florescente Instituto com admirável sabedoria, mas suas forças físicas iam cedendo gradualmente diante do cansaço diário e dos rigores ascéticos. Em 25 de agosto de 1885 morreu santamente como tinha vivido durante toda a sua vida, deixando exemplos heroicos de humildade e de caridade especialmente no serviço às crianças, aos pobres, aos doentes e às suas irmãs. Em seu currículo espiritual deve ser salientado acima de tudo a prudência, a paciência, a coragem para enfrentar as muitas provações da vida, sua assídua atividade na catequese e atendendo crianças abandonadas, o seu amor à pureza e a confiança na Providência Divina, que lhe respondia frequentemente com sinais surpreendentes.
     Como Fundadora, Madre Maria do Trânsito soube incutir em suas filhas o espírito sobrenatural, a generosidade, o amor à infância, o espírito de penitência e de mortificação.
     Em 1974 foi aberto o processo para reconhecer as virtudes heroicas da Madre Cabanillas. No dia 28 de junho de 1999, ela foi declarada Venerável, e Beata em 14 de abril de 2002, graças à cura milagrosa do sacerdote argentino Pe. José Roque Chielli, missionário franciscano que sofria um aneurisma cerebral incurável, do qual se recuperou inexplicavelmente depois de rezar uma oração para pedir a intercessão da Madre Cabanillas.
     Segundo o ACI (27/07/2017), em Roma, no dia 21 de julho, deram início ao processo de investigação de um milagre realizado por intercessão Beata Maria del Tránsito Cabanillas. A documentação para o processo de canonização da primeira argentina declarada beata foi entregue no dia 14 de junho de 2017 no escritório do chanceler da Congregação para as Causas dos Santos, Dom Giacomo Pappalardo.


Fonte: www.santiebeati.it/

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Nossa Senhora Rainha – 22 de agosto


    
     Maria é a rainha do Céu e da terra, por graça, como Cristo é Rei por natureza e por conquista”. Assim afirma São Luís Maria Grignion de Montfort, no Tratado da Verdadeira Devoção, número 38. A Igreja celebra a festa desse Reinado de Maria, a semelhança e em perfeita coincidência com o reino de Jesus Cristo, que não é temporal nem terreno, mas eterno e universal.
     Hoje a Igreja celebra a memória litúrgica de Nossa Senhora Rainha, celebração instituída aos 11de outubro de 1954 pelo Papa Pio XII por meio da carta encíclica Ad Cæli Reginam.
     O objeto da instituição dessa liturgia era enaltecer a devoção filial da Igreja à Maternidade Divina de Maria e a sua Realeza decorrente desta, num contexto em que, conforme sinaliza o documento, havia 4 anos (1950), fora definido o dogma da sua Assunção Gloriosa e, havia 100 anos incompletos (1854), fora definido o dogma da sua Imaculada Conceição. Sem contar que a data de promulgação da encíclica é aquela mesma da definição do dogma da Maternidade Divina de Maria, proclamado pelo Concílio de Éfeso em 431.
     O Antigo Testamento celebra que a Rainha não é a esposa do Rei, mas sim sua mãe (em hebraico, ‘Gebi Rah’). Betsabá era considerada a Rainha por ser mãe de Salomão, que era Rei (cf. I Reis 2,13-21).
     Também o Salmo 45,9 nos mostra a Rainha dos Céus:
     "Filhas de reis estão entre suas damas de honra: à tua direita está a RAINHA em ouro de Ofir...mesmo os povos mais ricos IMPLORARÃO TEUS FAVORES. Farei TEU NOME SER LEMBRADO EM TODAS AS GERAÇÕES: portanto os povos TE LOUVARÃO para todo o sempre".
     A personificação desta Rainha como Maria é evidente já que em Lucas 1,48 Maria é a dita proclamada e lembrada entre todas as gerações.
     Mas nenhuma das passagens citadas supera a mulher do livro do Apocalipse:
     "Um sinal grandioso apareceu no céu, uma mulher vestida de sol, com a lua sob os pés, e com uma coroa de doze estrelas na cabeça... Ela deu à luz um menino, que há de governar as nações com um cetro de ferro... " (Ap. 12,1-5) 
     Neste capítulo, fica claro: estão falando da Mãe daquele que há de governar todas as nações com um cetro de ferro (Ap 12,5), Jesus. Portanto, estavam falando de Maria, muito embora também possa ser dada à Igreja este título. Quem usa uma coroa é uma Rainha, portanto, João vê Maria nos Céus com uma coroa, mostrando ser soberana.
     Os protestantes não aceitam tal doutrina, e relembram que deusas pagãs eram chamadas de 'Rainha do Céu' no livro de Jeremias 7,18. Contudo, a Bíblia também chama Nabucodonosor, rei pagão da Babilônia, e Artaxerxes, rei pagão da Pérsia, com o título de “Rei dos Reis' (cf. Dn 2,37; Ez 26,7; Esd 7,12); o que não impede que o título seja dado também a Cristo na Bíblia em Apocalipse 17,14; 19,16, e a Deus Pai em I Timóteo 6,15.

Oração a Nossa Senhora Rainha

     Deus todo-poderoso, que nos destes como Mãe e como Rainha a Mãe do Vosso Unigênito, dai-nos que protegidos pela sua intercessão, alcancemos a glória de seus filhos no reino dos céus. Rainha digníssima do mundo, Maria, Virgem perpétua, intercedei por nós, por nossa fidelidade inteira a Vós e a Santa Igreja, Vós que gerastes Cristo Senhor, nosso Salvador. Por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Beata Angelina de Spoleto, Clarissa – 20 de agosto

    
     A Beata Angelina de Spoleto é uma Clarissa que viveu no século XV. Filha de Antônio, um nobre de Spoleto, Itália, tornou-se religiosa por volta de 1440. Entrou no mosteiro de Clarissas de Santa Lúcia em Spoleto.
     Angelina era uma freira que amava o silêncio e a humildade. Conta-se que ela dormia apenas três ou quatro horas e passava a maior parte de seus dias rezando, especialmente pelas almas do purgatório.
      Tendo adoecido gravemente, e obrigada a permanecer acamada por causa de tal doença grave, ela foi miraculada por Santa Clara, que apareceu a ela com outros santos e a curou completamente.
      Ela morreu em Foligno em 1490. Ela é recordada no martirológio franciscano ressaltando exatamente o fim de seus dias: "Angelicis moribus exornata e Sanctorum apparitionibus recreiam ad caelestem sponsum migravit" (Como um anjo e alegrada pela aparição de santos, ela voou ao encontro com o esposo celeste – tradução livre).
     No mesmo texto, é lembrado que sua festa ocorre em 20 de agosto.

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Beata Maria Isabel Turgeon, Virgem e fundadora – 17 de agosto

Martirológio: Em Rimouski, Quebec, Canada, Beata Maria Isabel Turgeon, virgem, fundadora da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora do Santo Rosário.

     Isabel Turgeon nasceu em Beaumont (Quebec, Canadá) no dia 7 de fevereiro de 1840, numa família composta por seus pais, Louis-Marc Turgeon e Angèle Labrecque, e oito irmãos; um lar católico. Sua primeira educação a recebeu em casa no seio da família e sua 1ª instrução na escola elementar de sua cidade.
     Quando tinha 15 anos seu pai faleceu repentinamente. Esta prova dolorosa e sua saúde fragilizada atrasaram seus estudos, mas, dona de uma inteligência viva, cinco anos mais tarde ingressou na Escola Normal “Laval” de Quebec, cuja seção feminina estava a cargo das religiosas ursulinas. Foi uma estudante brilhante, obtendo em 1862 o diploma que lhe dava crédito para ensinar nas escolas da região meridional do Canadá.
     Começou a trabalhar como professora com alunos de Saint-Romuald, Quebec e Sainte-Anne-de-Beaupré. Eram lugares remotos onde ela descobriu a pobreza e a falta de alfabetização dos nativos. Eram grandes as distâncias entre as escolas. Foi ali que teve seu primeiro contato com o abade vigário Mons. Jean Langevin.
     Em 3 de abril de 1875, a convite de Mons. Jean Langevin, Bispo de Rimouski, se juntou ao grupo de jovens que o próprio bispo havia selecionado com o fim de formar professoras qualificadas para as escolas de suas paróquias.
     Em 12 de setembro de 1879, com doze companheiras, Isabel se consagrou ao Senhor fazendo os votos de castidade, pobreza e obediência, e adotou o nome religioso de Maria Isabel. No mesmo dia foi nomeada 1ª Superiora da Congregação das Irmãs das Escolas Menores.
     Como superiora, enviou várias irmãs, de duas em duas, para se encarregarem de três paróquias muito pobres: Saint-Gabriel, Saint-Godefroi e Port-Daniel. Depois abriu para escola independente em Rimouski para preparar noviças para o ensino. Esta Congregação se converteria, no ano de 1891, na Congregação das Irmãs de Nossa Senhora do Santo Rosário.
     Para chegar às paróquias de Saint-Godefroi e Port-Daniel, Irmã Maria Isabel teve que percorrer 400 k e, contra conselho médico, esteve presente na fundação de ambas as escolas paroquiais. A viagem foi exaustiva e provocou o agravamento de uma tuberculose pulmonar que ela sofria há algum tempo.  Sua obra era prioritária e sua saúde tinha que se adaptar a seu fervor.
     Até sua morte dedicou toda sua vida para garantir a gestão e a sustentabilidade das instituições educativas na diocese. Era uma mulher de uma fé tão ardente e de uma caridade tão terna e profunda, que imprimiu à sua nascente obra uma grande vitalidade e uma segura capacidade de expansão. Sua ternura solícita, bem como sua confiança inquebrantável não tinham limites, mas suas forças físicas iam se esgotando. Cansada e esgotada, de sua cama continuava a dirigir sua Congregação até o último detalhe enquanto a doença provocava continuas hemorragias.
     Em 26 de março de 1881, por volta da meia-noite, sofreu uma crise tão grave que se temia o pior, e o confessor recitou as orações dos moribundos. Melhorou um pouco, mas 10 dias depois o seminário fundado por Mons. Langevin sofreu um incêndio e ela ofereceu ao bispo suas instalações para que os seminaristas pudessem retomar suas aulas. Do seu leito supervisionou as operações de translado, até que no dia 9 de junho ela mesma teve que ser transladada. No início de agosto ela teve uma recaída e recebeu o Viatico.
     No dia da Assunção, duas jovens professas e duas postulantes se aproximaram dela a fim de alegrá-la, mas foram elas que foram consoladas pela madre moribunda: embora suas palavras fossem um sussurro, seu olhar era todo expressão de ternura.
     No dia seguinte, quando o médico foi vê-la, ela disse: “Doutor, hoje eu morro” e disse de tal maneira, que o médico tomou sua mão e disse: “Parece que a senhora está muito feliz porque vai morrer”. Todos começaram a rezar e à meia-noite do dia 17 de agosto de 1881 ela faleceu, em Rimouski, com apenas 41 anos de idade.
            Em 10 de novembro de 1989 foram dados os primeiros passos para sua beatificação. Foi declarada venerável em 11 de agosto de 2013 e beatificada em 26 de abril de 2015, durante o pontificado de S.S. Francisco.
 
Igreja de Sto Estevão onde ela foi batizada em 8 de fevereiro de 1840

Fontes

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Santa Rosa Fan Hui, Virgem e mártir – 16 de agosto

Martirológio Romano: Na aldeia de Fannjiazhuang próximo de Wujiao na província de Hebei na China, Santa Rosa Fan Hui, virgem e mártir, que na perseguição desencadeada pelos sequazes da seita dos Boxers, coberta de ferimentos, foi lançada ainda vida no rio.

Uma catequista exemplar por sua entrega a dar a conhecer o Evangelho, por sua conduta e seu amor ao próximo. Catequista por 20 anos, Fan Hui havia mudado seu nome pelo belo nome de Rosa.

     Em 1895, a China foi derrotada pelo Japão; como resultado disto surgiram as sociedades secretas que defendiam motins com violência, uma delas era os 'Boxers', apoiados pela Imperatriz viúva Tzu Hsi e pelo seu conselheiro o Príncipe Tuan, que agiram de maneira sangrenta e xenofóbica.
     As vítimas foram os cristãos, tanto fiéis como missionários, que desde junho de 1900 sofreram uma verdadeira perseguição.
     Entre os muitos mártires desse período também consta Fan Hui, que tinha tomado o nome de Rosa, se tornara uma ativa catequista da aldeia de Kang-kia-tciang e das aldeias vizinhas, e que teve que se esconder durante a perseguição dos 'Boxers', mudando continuamente de lugar.
     Junto com uma amiga, que mais tarde se tornaria uma verdadeira testemunha, ela passou o dia Assunção e a noite seguinte em oração. Na manhã de 16 de agosto de 1900, a vila foi invadida por soldados que prenderam alguns cristãos, mas informados da presença de Rosa, de cujo zelo eles haviam tomado conhecimento, com a ajuda de alguns espiões eles a encontraram e a prenderam.
     Ela foi submetida a um interrogatório cheio de espancamentos, golpes de lança e espada que faziam com que seu sangue gotejasse abundante, mas ela não negava ser cristã, demostrando ter fé na vida eterna e que, portanto, esses tormentos eram aceitos com fé.
     Rosa foi lançada, toda ensanguentada, no rio da aldeia, mas ela conseguiu escapar e atingir a margem oposta. Alcançada novamente pelos carrascos, foram-lhe infligidos outros ferimentos e jogada de volta na água, onde ela acabou se afogando; ela tinha 45 anos.
     Rosa foi beatificada junto com outros mártires chineses por Pio XII em 17 de abril de 1955 e canonizada junto com 119 outros mártires na China, pelo papa João Paulo II em 1º de outubro de 2000.

Fontes:
www.santiebeati.it/
http://es.catholic.net/op/articulos/37299/rosa-fan-hui--santa.html# - Por: P. Felipe Santos

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Assunção de Nossa Senhora – 15 de agosto

Uma piedosa reconstituição.

     A festa da Assunção de Nossa Senhora foi constituída em dogma pelo papa Pio XII em 1 de novembro de 1950. A festa é comemorada no dia 15 de agosto também sob os títulos de Nossa Senhora da Glória ou de Nossa Senhora da Guia.
     Esse dogma era ardentemente desejado pelas almas católicas do mundo inteiro, porque coloca Nossa Senhora completamente fora de paralelo com qualquer outra mera criatura. Justifica-se assim o culto de hiperdulia que a Igreja lhe tributa. [“hiperdulia”: culto especial reservado à Virgem Maria, superior à “dulia” que se dedica aos santos e aos anjos].
     Nossa Senhora passou por uma morte suavíssima que é qualificada com uma propriedade de linguagem muito bonita, como a “dormição de Nossa Senhora”.
“Dormição” indica que Ela teve uma morte tão suave, tão próxima da ressurreição que, apesar de ser uma verdadeira morte, entretanto mais parecia a um simples sono.
     Nossa Senhora depois foi chamada à vida por Deus, ressuscitou como Nosso Senhor Jesus Cristo. Subiu depois aos céus, na presença de todos os apóstolos ali reunidos, e de uma quantidade muito grande de fiéis.
     Essa Assunção representa uma verdadeira glorificação aos olhos de toda a humanidade até o fim do mundo. É o proêmio da glorificação que Ela deveria receber no Céu.
     É interessante fazermos uma recomposição de lugar para imaginarmos como a Assunção se passou. A respeito do fato não existem descrições e podemos imaginá-lo como nossa piedade gostaria.
     Em baixo, os Apóstolos todos ajoelhados, rezando num ambiente com algo de inefavelmente nobre, sublime, recolhido, interior.  Podemos imaginar todos os Apóstolos com expressões de personagens de Fra Angélico. 


     O céu enchendo-se gradualmente de anjos, à imagem dos anjos de Fra Angélico também, tomando os coloridos os mais diversos, com matizações e irradiações magnificas, um espetáculo absolutamente incomparável.
     Se Nossa Senhora pôde dar ao céu um colorido tão diverso e produzir fenômenos tão excepcionais em Fátima, por que o mesmo não se teria dado por ocasião de Sua Assunção ao Céu?
     Ela se coloca em pé enquanto o respeito e recolhimento de todos aqueles que estão lá vão crescendo. A semelhança física dEla com Nosso Senhor Jesus Cristo, seu Filho, vai se acentuando cada vez mais. 
     A glória de Nosso Senhor transfigurado se vai comunicando a Ela. Ela cada vez mais rainha, cada vez mais majestosa, cada vez mais mãe. Todo seu íntimo se manifestando de modo supremo nessa hora de despedida.
     Alguns anjos, talvez, os mais esplêndidos do Céu, se aproximam e fazem Nossa Senhora subir. Com o auxílio deles, Ela vai subindo e, aos poucos, o céu vai se transformando.
     Na terra, aquela maravilha vai mudando, e volta ao aspecto primitivo. Os homens voltam para casa com a sensação que tiveram na Ascensão de Nosso Senhor. Ao mesmo tempo estão maravilhados, com uma saudade sem nome, desolados por algum lado, mas levando na retina algo que nunca tinham visto, nem podiam ter imaginado a respeito de Nossa Senhora.
     Imediatamente, o triunfo de Nossa Senhora começa no Céu. A Igreja gloriosa inteira vai recebê-La. Nosso Senhor Jesus Cristo A acolhe, todos os coros de anjos estão ai, São José está perto. Depois é coroada pela Santíssima Trindade.
     É impossível pensar nesse triunfo terreno, sem pensar no triunfo celeste que veio logo depois. É a glorificação de Nossa Senhora aos olhos de toda a Igreja triunfante e aos olhos de toda a Igreja militante.
     Com certeza, nesse dia também a Igreja padecente no Purgatório recebeu uma efusão de graças extraordinárias. Não é temerário pensar que quase todas as almas que estavam purgando suas penas foram libertadas por Nossa Senhora nesse dia. De maneira que também ali houve uma alegria enorme.
     Assim é que podemos imaginar como foi a gloriosa Assunção de nossa Rainha.
     Algo disso se repetirá quando vier o Reino de Maria prometido em Fátima, quando virmos o mundo todo transformado e a glória de Nossa Senhora brilhar sobre a terra, porque Seu reinado começou de modo efetivo, e dias maravilhosos de graças, como nunca houve antes, começam a se anunciar também.
     Antes de contemplarmos a glória de Nossa Senhora no Céu, nós havemos de contempla-la na terra certamente, com algo que poderá nos dar alguma semelhança desse triunfo sem nome que deve ter sido a Assunção de Maria.
     Quando pensamos nos triunfos que os homens preparam para seus grandes batalhadores, por exemplo, as tropas francesas desfilando sob o Arco do Triunfo, depois da Guerra de 14-18, ou mais pocamente nos triunfos que os romanos preparavam para seus generais vencedores, devemos compreender que Nosso Senhor Jesus Cristo que é infinitamente mais generoso, deve ter premiado Nossa Senhora, no triunfo dEla aos olhos dos homens de um modo também incomensuravelmente maior.
     Portanto, tudo quanto existe de mais glorioso e triunfal na Criação, terá certamente brilhado na hora da Assunção de Nossa Senhora.
     Meditando nisso, aproximamo-nos nessa festa pensando na virtude que devemos pedir a Nossa Senhora. Cada um deve pedir a virtude que mais carece.
     Mas, não haveria demasia em pedirmos a Ela uma virtude: que é o senso da glória dEla. Quer dizer, compreender bem tudo quanto representa Sua gloria na ordem da Criação. Como essa glória é a mais alta expressão criada da glória de Deus. Nós devemos ser sedentos de defender pela virtude de combatividade levada ao seu último extremo a glória de Nossa Senhora na terra.
     Fazer de nós verdadeiros cavaleiros cruzados de Nossa Senhora, lutando por Sua glória na terra. Essa me parece a virtude mais adequada nessa festa de glória, que é a Assunção de Nossa Senhora.

(Autor: Plinio Corrêa de Oliveira, excertos de palestra pronunciada em 14.8.65, sem revisão do autor - Fonte: Agência Boa Imprensa – (ABIM)
http://www.jornaluniao.com.br/noticias/61720/como-foi-a-assuncao-de-nossa-senhora/

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Beata Gertrudes Llamazares Fernández, Religiosa e Mártir - 13 de agosto

    
     A Irmã Gertrudes nasceu no dia 6 de fevereiro de 1870 em Cerezales del Condado (León), Espanha. Seus pais eram Agustín Llamazares e Francisca Fernández. Foi batizada no dia 9 de fevereiro de 1870 na igreja paroquial de São João Batista, de Cerezales del Condado, recebendo o nome de Doroteia; recebeu o sacramento da confirmação em Vegas del Condado em 26 de maio de 1890.
     Em 1º de fevereiro de 1896, recebeu o hábito na Congregação das Missionárias Franciscanas da Mãe do Divino Pastor. Em 1896 emitiu seus únicos votos como uma religiosa doada. Reservada e fidelíssima, a ela foram confiados assuntos delicados, confiança que jamais atraiçoou.
     No começo da guerra, com um grupo de irmãs se refugiou em um apartamento na Rua del Almirante. A presença de tantas religiosas provocou protestos dos vizinhos e a Irmã Gertrudes procurou outro refúgio. Os milicianos procurando uma irmã porteira a encontram, sendo presa junto com uma senhora e um sacerdote, e levados em um automóvel para um lugar desconhecido.
     Na página 146 do livro publicado pelo governo sob o título “A dominação vermelha na Espanha”, está escrito:
     A Irmã Gertrudes, religiosa da Comunidade de Terciárias Franciscanas da Divina Pastora, do convento da Rua de Santa Engracia, número 132 (hoje 136), foi aprisionada na portaria número 7 da Rua Diego de León, onde estava escondida, sendo conduzida pelos milicianos junto com uma senhora e um sacerdote, ambos desconhecidos, em um automóvel, até uma floresta de pinheiros na estrada Hortaleza, em cujo local, depois de serem barbaramente maltratados, foram atados ao veículo que os arrastou até o povoado de Hortaleza, onde já chegaram mortos e completamente destroçados, sendo os cadáveres pisoteados e profanados pelo bairro vermelho”.
     No fólio 84, verso, número 13 do dossiê do cemitério de Hortaleza, consta: “Às 17 horas do dia 14 de agosto de 1936, sendo Juiz D. Miguel Morales Cano, apareceu nos km 7 e 8 da estrada da mencionada Vila, e à direita, um cadáver de uns 65 anos, calvo no alto da cabeça, cabelo loiro, toca preta, saia e anágua, lenço preto na cabeça, sapatos e meias pretas. Usava uma bolsa de listras brancas e pretas e duas porta-moedas que continham: um rosário e duas cédulas em nome de Doroteia Llamazares Fernández, natural de Cerezales, (León), nascida em 6 de fevereiro de 1870, vivendo em Santa Engracia, 110, escola, emitida em Madrid em 21-11-1935. O outro porta-moedas continha moedas diferentes, importando 42 pts. com 85 centavos. Em uma carteira danificada, vazia, havia um caderno com anotações religiosas, vários papéis com anotações de compras, outro cartão em nome de Flora Gago Curieses, de Castrillo de Campo (Palencia), nascida em 16 de agosto, estudante, moradora de Baltasar Bachero, 3; também um recibo que dizia: tenho em meu poder 135 pts da Irmã Gertrudes Llamazares (Juan B. Pardo, 27-3-1936), um rosário, dois cristos, um relógio, uma corrente de bolso, várias medalhas, duas facas, uma almofada de alfinetes, um dedal, um tubo com alfinetes, um lápis, um pedra e uma borracha. Ela morreu, provavelmente, em 13 de agosto, cerca de 13 horas, tendo destroços da região do cérebro”.
     Investigações posteriores chegaram à conclusão que seus restos mortais repousam com muitos outros em uma fossa comum no cemitério das monjas da Sagrada Família de Hortaleza.
     Irmã Gertrudes Llamazares foi beatificada no dia 13 de outubro de 2013.


Fontes:
http://es.catholic.net/op/articulos/36999/cat/214/gertrudis-llamazares-fernandez-beata.html#modal
 - Por: . | Fuente: www.anamogas.net
http://hagiopedia.blogspot.com/2014/08/beata-gertrudis-llamazares-fernandez.html

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Santa Filomena de Roma, Princesa, virgem e mártir – 11de agosto

    
     Santa Filomena de Roma é uma santa cuja vida ainda é misteriosa. Seus restos foram encontrados em 25 de maio de 1802 nas catacumbas de Priscila, em Roma, mas a ausência da inscrição mártir causou dúvida sobre a possibilidade de morte por martírio. Por esta razão, ela foi removida do calendário pela Sagrada Congregação dos Ritos na Reforma Litúrgica na década de 1960, apesar da disseminação do culto e da devoção pessoal de vários papas e santos.
     Segundo uma narração, Filomena foi princesa da Ilha de Corfu, tinha 13 anos quando foi a Roma com seus pais para conhecer o imperador romano Diocleciano.
     Seus pais, não conseguiam ter filhos, mas por sugestão de um médico cristão, deixaram de fazer sacrifícios aos deuses pagãos e receberam o batismo, acabando por receber a graça de uma filha a quem chamaram de Lumena por ter nascido à luz da fé. Na pia batismal, chamaram-lhe Filomena, que significa “filho/a da luz”. Criada nos costumes cristãos, Filomena fez votos de virgindade no início da adolescência.
     O poderoso imperador romano Diocleciano declarou guerra ao pai de Filomena, que como não tinha possibilidade de o enfrentar, foi a Roma pedir clemência.
     Ao receber a família de Filomena, o imperador ficou prostrado pela beleza da jovem, prometendo não só a paz, como também vantagens políticas e econômicas ao pai de Filomena se concedesse a sua filha em casamento. O pai de Filomena aceitou alegremente a proposta, mas a filha, já prometida a Jesus, protestou com todas as suas forças. Nem os seus pais a conseguiram convencer a mudar de ideias.
     Perante a recusa da jovem, o imperador tentou convencê-la acenando com os privilégios de ser imperatriz de Roma, mas sem sucesso. Furioso, Diocleciano mandou prender a jovem até que ela mudasse de ideias. Filomena terá recebido uma visita de Nossa Senhora na prisão, que prometeu levá-la ao céu em três dias.
     A jovem permaneceu sempre inflexível, o que levou o imperador, cheio de ódio, a ordenar os piores martírios contra Filomena. Tentaram pegar fogo à jovem, lançar flechas sobre o seu corpo, e jogaram seu corpo ao rio, atado a uma âncora. Com a proteção divina, a jovem saiu incólume de todos os martírios.
     Perante os milagres, muitos se converteram ao Cristianismo. Por fim, o imperador ordenou que decapitassem Filomena, acabando o seu corpo por ceder e subir aos céus no dia 11 de agosto.
     Dentro do túmulo foi encontrado um jarro oval contendo o sangue da santa. O nicho estava fechado por três telhas de terracota, com a inscrição Lumena pax te cum fi pintada nelas. A pessoa que posicionou e cimentou os azulejos cometeu uma falha na ordem de sequência que corretamente deveria ter sido: Pax tecum Filumena, ou “A paz esteja contigo, Filomena”. Os azulejos datam de um período entre o final do terceiro século e o início do século IV depois de Cristo.
     Informações sobre Santa Filomena constam de uma revelação particular que teve em 3 de agosto de 1833, a Serva de Deus, a Irmã Maria Luísa de Jesus (1799-1875), sua fervorosa devota. A Congregação da Sagrada Inquisição Romana e Universal aprovou a revelação em 21 de dezembro de 1833. O Pe. Francesco De Lucia de Mugnano, com a ajuda do Bispo de Potenza, Dom Cesare, obteve o cadáver da mártir que foi colocado em uma capela lateral da igreja Nossa Senhora das Graças onde até hoje está localizado.
     Famosos devotos da santa foram: Leão XII, Gregório XVI, Pio IX, Leão XIII, São Pio X, o Cura d'Ars, a Serva de Deus Pauline Jaricot, a serva de Deus Maria Cristina de Sabóia, o Beato Bartolo Longo e o Santo Pe. Pio de Pietrelcina.

Santos devotos de Santa Filomena
Fontes:
www.santiebeati.it/
https://www.calendarr.com/portugal/dia-de-santa-filomena/



História da vida e do martírio de Santa Filomena
(Segundo as revelações à Serva de Deus Madre Maria Luísa de Jesus)     

     Eu sou a filha de um príncipe que governava um pequeno Estado da Grécia. Minha Mãe era também da realeza. Eles não tinham meninos. Eram idólatras e continuamente ofereciam orações e sacrifícios à seus deuses falsos.
     Um doutor de Roma chamado Públio vivia no palácio ao serviço de meu pai. Este doutor havia professado o cristianismo. Vendo a aflição de meus pais e por um impulso do Espírito Santo lhes falou acerca de nossa fé e lhes prometeu orar por eles, se consentissem em batizarem-se.
     A graça que acompanhava suas palavras iluminou o entendimento de meus pais e triunfou sobre sua vontade. Fizeram-se cristãos e obtiveram seu esperado desejo de ter filhos.
     Ao momento de nascer me puseram o nome de Lumena, em alusão à luz da fé, da qual era fruto. No dia de meu batismo me chamaram Filomena, filha da luz (filia luminis) porque nesse dia havia nascido à fé. Meus pais me tinham grande carinho e sempre me tinham com eles.
     Foi por isso que me levaram a Roma, em uma viagem que meu pai foi obrigado a fazer devido a uma guerra injusta. Eu tinha treze anos. Quando chegamos a capital, nos dirigimos ao palácio do imperador e fomos admitidos para uma audiência.
     Tão pronto Diocleciano me viu, fixou os olhos em mim. O imperador ouviu toda a explicação do príncipe, meu pai. Quando este acabou e não querendo ser já mais molestado lhe disse: “Eu porei a tua disposição toda a força de meu império. Eu só desejo uma coisa em troca, que é a mão de tua filha”.
    Meu pai, deslumbrado com uma honra que não esperava, atende imediatamente a proposta do imperador e quando regressamos a nossa casa, meu pai e minha mãe fizeram todo o possível para induzir-me a que cedesse aos desejos do imperador e os seus. Eu chorava e lhes dizia: “vocês desejam que pelo amor de um homem eu rompa a promessa que fiz a Jesus Cristo? Minha virgindade pertence a ele e eu já não posso dispor dela”.
     ‘Mas sois muito jovem para esse tipo de compromisso’ - me diziam - e juntavam as mais terríveis ameaças para fazer-me aceitar casar com o imperador. A graça de Deus me fez invencível. Meu pai não podendo fazer o imperador ceder e para desfazer-se da promessa que havia feito, foi obrigado por Diocleciano a levar-me a sua presença.
     Antes, tive que suportar novos ataques da parte de meus pais até o ponto, que de joelhos ante mim, imploravam com lágrimas em seus olhos, que tivesse piedade deles e de minha pátria. Minha resposta foi: “Não, não, Deus e o voto de virgindade que lhe fiz, vem primeiro que vocês e minha pátria. Meu reino é o Céu”.
     Minhas palavras os fez desesperar e me levaram ante a presença do imperador, o qual fez todo o possível para ganhar-me com suas atrativas promessas e com suas ameaças, as quais foram inúteis. Ele ficou furioso e, influenciado pelo demônio, me mandou a um dos cárceres do palácio onde fui encadeada.
     Pensando que a vergonha e a dor iam me debilitar o valor que meu Divino Esposo me havia inspirado. Me vinha ver todos os dias e soltava minhas cadeias para que pudesse comer a pequena porção de pão e água que recebia como alimento, e depois renovava seus ataques, que se não houvesse sido pela graça de Deus não teria resistido. Eu não cessava de encomendar-me a Jesus e sua Santíssima Mãe.
     Meu cativeiro durou trinta e sete dias, e no meio de uma luz celestial, vi a Maria com seu Divino Filho em seus braços, a qual me disse: "Filha, três dias mais de prisão e depois de quarenta dias, se acabará este estado de dor".
     As felizes notícias fizeram meu coração bater de alegria, mas como a Rainha dos Anjos havia dito, deixaria a prisão, para sustentar um combate mais terrível que os que já havia tido.
     Passei da alegria a uma terrível angústia, que pensava me mataria. “Filha, tem valentia”, disse a Rainha dos Céus e me recordou meu nome, o qual havia recebido em meu Batismo dizendo-me: "Vós sois LUMENA, e Vosso Esposo é chamado Luz. Não tenhais medo. Eu ajudarei no momento do combate, a graça virá para dar-vos força. O anjo Gabriel virá a socorrer, eu lhe recomendarei especialmente a ele, vosso cuidado". As palavras da Rainha das Virgens me deram ânimo. A visão desapareceu deixando a prisão cheia de um perfume celestial.
     O que me havia anunciado, logo se realizou. Diocleciano perdendo todas as suas esperanças de fazer-me cumprir a promessa de meu pai, tomou a decisão de torturar-me publicamente e o primeiro tormento era ser flagelada. Ordenou que me tirassem meus vestidos, que fosse atada a uma coluna em presença de muitos homens da corte, fez com que me flagelassem com tal violência, que meu corpo se banhou em sangue, e luzia como uma só ferida aberta.
     O tirano pensando que eu ia desmaiar e morrer, me fez arrastar a prisão para que morresse. Dois Anjos brilhantes como a luz, me apareceram na obscuridade e derramaram um bálsamo em minhas feridas, restaurando em mim a força, que não tinha antes de minha tortura.
     Quando o imperador foi informado da mudança que em mim havia ocorrido, me fez levar ante sua presença e trato de fazer-me ver que minha cura se devia a Júpiter o qual desejava que eu fosse a imperatriz de Roma.
     O Espírito Divino, ao qual lhe devia a constância em perseverar na pureza, me encheu de luz e conhecimento, e a todas as provas que dava da solidez de nossa fé, nem o imperador nem sua corte podiam achar resposta.
     Então, o imperador frenético, ordenou que me afogassem, com um âncora atada ao pescoço nas águas do Rio Tibre. A ordem foi executada imediatamente, mas Deus permitiu que não acontecesse. No momento no qual ia ser precipitada ao rio, dois Anjos vieram em meu socorro, cortando a corda que estava atada a âncora, a qual foi parar ao fundo do rio, e me transportaram gentilmente a vista da multidão, nas margens do rio.
     O milagre fez que muitos espectadores se convertessem ao cristianismo. O imperador, alegando que o milagre se devia a magia, me fez arrastar pelas ruas de Roma e ordenou que me fosse disparada uma chuva de flechas.
     O sangue brotou de todas as partes de meu corpo e ordenou que fosse levada de novo a meu cárcere. O céu me honrou com um novo favor. Entrei em um doce sono e quando despertei estava totalmente curada.
     O tirano cheio de raiva disse: “Que seja traspassada com flechas afiadas”. Outra vez os arqueiros dobraram seus arcos, colheram todas as suas forças, mas as flechas se negaram a sair. O imperador estava presente e ficou furioso e pensando que a ação do fogo podia romper o encanto, ordenou que se pusesse a esquentar no forno e que fossem dirigidas ao meu coração.
     Foi obedecido, mas as flechas, depois de ter percorrido parte da distância, tomaram a direção contrária e regressaram a ferir a aqueles que a haviam atirado. Seis dos arqueiros morreram. Alguns deles renunciaram ao paganismo e o povo começou a dar testemunho público do poder de Deus que me havia protegido.
     Isto enfureceu ao tirano. Este determinou apressar minha morte, ordenando que minha cabeça fosse cortada com um machado. Então, minha alma voou até meu Divino Esposo, o qual me deu a coroa da virgindade a palma do martírio.

Fonte:
http://www.santosebeatoscatolicos.com/2014/08/santa-filomena-de-roma-virgem-e-martir.html