Martirológio
Romano: Em Poznan, na Polônia, Beata Sancha (Joaninha) Szymkowiak, virgem, da
Congregação das Filhas da Bem-aventurada Virgem Maria das Dores, que em meio das
dificuldades da guerra, se ocupou com grande entrega aos detidos nos cárceres.
Nasceu
em Mozdzanow (Ostrow Wielkopolski, Polônia), no dia 10 de julho de 1910. Era a filha
mais nova de Agostinho e Maria Duchalska, casal que teve outros 4 filhos
homens, dos quais um se tornou sacerdote. No dia de seu batismo recebeu o nome
de Joana (chamavam-na de Joaninha). De sua família, abastada e profundamente
católica, recebeu uma sólida educação.
Em sua família aprendeu a amar
intensamente o Sagrado Coração de Jesus, e com este espírito foi muito bondosa
com todos, especialmente com os mais pobres e necessitados. Desde a adolescência
se distingue pela bondade excepcional e a devoção autêntica, encantado com sua
serenidade e simplicidade. Depois da escola superior estudou línguas e
literatura estrangeira na Universidade de Poznan, empenhando-se intensamente no
próprio crescimento intelectual e espiritual.
Tomou parte na Sodalício Mariano,
realizando um apostolado discreto e eficaz, transmitindo às jovens a alegria de
viver. Atenciosa com todos, de modo particular sensível com os mais débeis e
sofredores, se dedicou com fervor nas obras de caridade no bairro mais pobre da
cidade como membro da Associação de São Vicente. A Eucaristia era o centro e a
fonte do seu grande zelo apostólico. Muito jovem já se sentia chamada à vida
religiosa.
No verão de 1934 viajou para a França e,
durante uma peregrinação à Lourdes, decidiu tornar-se religiosa, confiando-se à
Virgem Imaculada. Joaninha decidiu não voltar para casa e tornar-se postulante
como oblata, o que não ocorreu devido a decisiva intervenção da família. A jovem
voltou à Polônia, mas não abandonou o sonho de vida religiosa.
Contando com o apoio de seu irmão, Frei
Eryc, pouco tempo depois pode ingressar no convento das Irmãs Seráficas. Em 27
de junho de 1936 pediu para ser aceita na casa provincial de Poznan, mudando
seu nome pelo de Maria Sancha.
Desde o início de sua vida religiosa se
distinguiu pelo grande zelo na observância da Regra do Instituto, tanto que a
chamavam “A regra viva”. Aceitou os serviços mais humildes, apesar de ter
recebido educação superior. Exerceu as funções de porteira, encarregada do
refeitório, tutora, professora, tradutora. Extremamente dedicada e cuidadosa, sua
vida aparentemente não tinha nada de excepcional, mas escondia uma profunda
união com Deus.
“Para
oferecer-se a Deus é necessário renunciar”, dizia ela.
Na 2ª. Guerra Mundial, durante a ocupação
alemã, Irmã Sancha, não aproveitou da permissão de poder retornar para a família
devido aos perigos e desastres da guerra: permaneceu no convento com outras
irmãs, submetida à duríssimos trabalhos pelos militares alemães. Estes a
fizeram trabalhar como tradutora junto aos prisioneiros franceses e ingleses,
aos quais animou e confortou de tal maneira, que a chamavam “anjo de bondade” e
“santa sancha”. Dócil à vontade de Deus, infundia paz e esperança ao seu redor,
representando para os aflitos e sofredores um válido e eficaz conforto.
O trabalho, a fome e o frio, as enormes
fadigas e difíceis condições do convento de Poznan, impuseram uma dura prova
para sua saúde, adoecendo de uma grave forma de tuberculose da laringe. Abandonou-se
nas mãos da Providência e sofreu a doença com grande serenidade. Com grande
alegria professou os votos perpétuos em 6 de julho de 1942, profundamente unida
ao seu Esposo Celeste, na ardente espera de Sua vinda no momento da morte, que
ocorreu em 29 de agosto do mesmo ano, quando tinha somente 32 anos.
Foi beatificada pelo Papa João Paulo II em
18 de junho de 2002 durante sua viagem apostólica à Polônia.
Fontes:
Etimologia:
Sancho, -a – do latim sanctius, comparativo de sanctus: “mais santo (a)”. Outras
formas: Sancius, Santius, Sanzio, Sanchio.