Há
81 anos, no dia 13 de novembro de 1938, o Papa Pio XII beatificava Madre
Cabrini. O mesmo papa a canonizaria em 7 de julho de 1946. Nas dioceses de
Milão e de Lodi sua memória se celebra em 13 de novembro. A festa litúrgica é
22 de dezembro.
Por conta do enorme aumento no número de
peregrinos que iam até a sua sala no Hospital Columbus, em Chicago, o Cardeal
Stritch consagrou um Santuário Nacional em honra à santa no complexo do
hospital. Ele foi dedicado em 1955, 38 anos após a morte da santa. Este
santuário tem a missão especial de fomentar a devoção à primeira santa
norte-americana.
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Madre
Cabrini nasceu dia 15 de julho de 1850 em Sant'Angelo Lodigiano, Lombardia,
Itália. Filha do agricultor Agustine Cabrini e de sua esposa Estella, era a
última de treze filhos. No dia em que nasceu, um bando de pombos brancos
sobrevoou a sua casa. No batismo recebeu o nome de Maria Francisca.
Quando pequena, Chiquinha (como era conhecida) gostava de brincar de barquinhos
e de colher violetas. Quem a conheceu dizia que tinha pequena estatura e grande
espírito. Recebeu uma educação no convento de Arluno e formou-se professora.
Sua mãe rezava por uma hora antes de ir para a missa e ela seguia
seu exemplo. Às vezes se refugiava num local onde sozinha podia rezar tranquila.
Quando adolescente, era franzina e muito tímida. Mais tarde disse: "Quem
diria que eu fui por tanto tempo tão tímida? Não ousava levantar os olhos, por
medo de faltar a modéstia. Chegou o dia, porém, em que compreendi que
na verdade devia tê-los bem aberto para o bem do Instituto. E nada mais pôde me
intimidar".
Parece que o destino de Madre Cabrini era mesmo as viagens, pois ela gostava de
Geografia e vivia debruçada nos Atlas.
Ficou órfão bem jovem e aos 18 anos queria ser religiosa, mas sua saúde
delicada impediu que recebesse o véu. O Padre Serati pediu que ela ensinasse na
escola de meninas "A Casa da Providência", um orfanato em Codogno,
Itália, e lá ela ensinou por seis anos.
Ela fazia tão bem seu trabalho, que quando o orfanato fechou, em 1880, o Bispo
de Todi pediu que ela fundasse o Instituto das Irmãs Missionárias do Sagrado
Coração de Jesus para cuidar das crianças pobres nas escolas e em hospitais.
Segundo a tradição, embora elas não tivessem dinheiro para prover o que era
necessário para as crianças, sempre que Francisca enviava uma das Irmãs para
buscar leite, o pote estava sempre cheio, e quando buscava pão, o cesto de pão
estava também cheio. Milagrosamente não faltava comida para as crianças.
Madre Cabrini colocou sua obra sob a proteção do grande missionário São
Francisco Xavier, de quem era devota e a quem desejaria imitar sendo
missionária na China, assumindo ela mesma o nome do seu patrono. No mesmo ano
ela abriu uma casa para moças e no ano seguinte abriu outra casa em Milão.
Em 1887 foi a Roma para conseguir a aprovação das Regras do Instituto e pedir
permissão para abrir outra casa em Roma. Conseguiu a aprovação para abrir duas
casas: uma escola para crianças pobres e um orfanato. Em 1888 conseguiu a
aprovação da Constituição do Instituto.
De 1901 a 1913, 4.7 milhões de italianos imigraram. Era um verdadeiro problema
social. Como havia muitos emigrantes italianos em Nova York, o Arcebispo
Corrigan enviou um convite formal a ela para ir para a América, e logo depois o
Papa Leão XIII deu a sua permissão e bênção para que ela fosse para os Estados
Unidos.
Ela e seis outras freiras chegaram em Nova York em 1889. Elas trabalharam
principalmente com os emigrantes italianos. Em março de 1889 ela já tinha o
terreno que queria. Apesar de toda fragilidade e saúde precária, nos próximos
28 anos ela viajou pelos Estados Unidos fundando escolas, orfanatos e
hospitais. Nada a fazia parar.
No dia 11 de junho de 1894, numa audiência com o Papa, ela recebeu a aprovação
para uma expedição que desejava fazer para o Brasil. Em 1896 ela montou um
colégio em Lima (Peru). Na mesma ocasião esteve no Equador e na Argentina.
Ela fundou 67 instituições incluindo escolas, hospitais e orfanatos na América,
Chile, Venezuela, Brasil e Argentina. Para expandir sua obra, Santa Francisca
fez vinte e quatro travessias oceânicas, fato extraordinário para a época. Ela
se tornou a mãe dos imigrantes italianos em toda a América.
Em 1900 ela retornou à Argentina e apesar de muito debilitada abre o Colégio
Internacional de Rosário. Debilitada pela constante febre, se vê obrigada a
retornar à Itália. Nomeia as irmãs responsáveis pela continuação de suas obras.
Era o ano de 1902. E quando todos pensavam que era o fim, ela se recuperou da
febre para continuar o seu trabalho. Visitou uma a uma de suas obras na Itália,
França e Espanha. Quanta força tinha!
Em New Orleans, verão de 1905, uma epidemia de febre amarela matou muita gente.
E as irmãs de Madre Cabrini permaneceram firmes porque sabiam que o povo
precisava delas.
Madre Cabrini com 57 anos e com a saúde debilitada não se deu por vencida e
voltou a viajar. Ao invés de ficar na Itália, resolveu vir ao Brasil. Aqui já
havia uma casa que tinha sido aberta por um grupo de irmãs da Argentina.
No ano de 1908 ela enfrentava uma epidemia e uma perseguição no Rio de Janeiro.
Não se deixou abater e ainda teve forças para procurar um terreno na Tijuca
para abrir um colégio.
Depois de um ano no Rio de Janeiro, Madre Cabrini voltou para os Estados Unidos
a fim de percorrer suas obras. Vai para a Itália e o Papa São Pio X, com um
decreto de 16 de julho de 1910, confirma Madre Cabrini como Superiora Geral
vitalícia.
Em dezembro de 1911, com as poucas forças que lhe restam, resolve voltar aos
Estados Unidos, onde ainda tem forças para reerguer o Hospital Columbus de Nova
Iorque. Amplia e constrói escolas e orfanatos.
Ela faleceu de malária em 22 de dezembro de 1917 em Chicago, Illinois, USA. Foi
enterrada na Capela do Colégio Madre Cabrini em Nova York. Em 1931, seu corpo
foi exumado e estava parcialmente incorrupto. Ele está agora preservado num
caixão de vidro no altar do Santuário de Santa Francisca Cabrini, parte da
Escola Madre Cabrini, em Manhattan. Na época, seu coração foi removido e está
preservado na capela da matriz internacional da congregação em Roma.
Quando Madre Cabrini faleceu, o Instituto contava com 4.000 freiras.
Santa Francisca Cabrini é considerada a primeira santa dos Estados Unidos, já
que ela obteve a cidadania americana em 1913. Mas os títulos mais importantes
são o de Santa dos Italianos na América e o concedido pelo Papa Pio XII em 8 de
setembro de 1950: o de patrona universal dos imigrantes. Além dos EUA, também
há uma estátua de bronze em homenagem à santa na Argentina.
No Brasil, a primeira igreja a ser fundada em honra da Santa localiza-se em São
Carlos-SP. Em Nova Friburgo (RJ), um monumento a Santa Francisca Xavier Cabrini
foi idealizado pelo presidente da Associação Ítalo-Brasileira de Arte e Cultura
(Aibac), Giuseppe Arno, que erguido na Praça do Suspiro, onde já funciona a
Praça das Colônias – um complexo dedicado às representações dos países
colonizadores do município.
Transplante de olhos feito por Deus
O caso é referido em quase todas as biografias da santa. Foi um dos milagres
aprovados para a Beatificação de Madre Cabrini.
Aconteceu no Hospital Columbus, de Nova York. A superiora e responsável pela
direção geral do Hospital era a Madre Teresa Basigalupi. No processo, a Madre
Teresa omite o nome da Irmã encarregada da Seção.
O acidente aconteceu por volta do meio-dia de 14 de março de 1921. O Dr. Michel
Joseph Horan e a enfermeira Srta. Maria Redmond assistiram ao parto, e foi esta
quem lavou os olhos do bebê com uma solução de nitrato de prata a 50 por cento,
em vez de 1 por cento, que seria o correto. O recém-nascido era Peter, filho
primogênito do jovem casal Peter e Margaret Smith.
Quando uma hora mais tarde outra enfermeira - Srta. Sifert - acudiu apavorada
pelo estado dos olhos do bebê, a Irmã responsável pela Seção compreendeu a
tragédia que ocasionara ao fornecer por erro um vidro diferente do devido. O
Dr. Paulo Casson acudiu. Os olhos do bebê estavam inflamados e pretos, tão
inchados que não se abriam. Não teve dúvidas: o menino iria morrer e se
escapasse certamente ficaria absolutamente cego.
Às 21 horas o Dr. Horan voltou ao leito do bebê trazendo o especialista em
oftalmologia Dr. Keaney, que só com ajuda de um instrumento próprio (Lindhbers)
conseguiu abrir as pálpebras inchadas e coladas. A conjuntiva estava gravemente
queimada. A córnea de ambos os olhos aparecia ensanguentada, e dos lugares
queimados surgia uma secreção amarelo-acinzentada. "Prognóstico: morte, e
certamente em poucas horas" (qualquer espécie de inflamação pulmonar em
crianças desse tamanho é mortal quase em cem por cento dos casos).
As irmãs e as enfermeiras, nos horários em que não estavam obrigadas a ficar
junto aos doentes, reuniram-se na Capela e rezaram durante toda a noite pedindo
um milagre pela intercessão da Madre Fundadora. Sabiam que somente um milagre
resolveria a situação do menino, do jovem casal e do próprio Hospital.
Chegou a manhã do dia 15. Pelas 9 horas o Dr. Horan voltou com o especialista
Dr. Keaney, para ver se havia alguma possibilidade de atenuação do dano
causado. E o Dr. Keaney... não encontrou nada de errado no menino! Peter Smith
"estava absolutamente bem. Não ficou traço algum de cicatriz apesar da
queimadura profunda que houvera". Os Drs. Horan, Casson e Keaney "reconheceram
espantados que havia se dado um milagre. O menino deixou o hospital
absolutamente curado e em estado normal".
Só havia um pormenor: os médicos constataram que os olhos do garoto estavam
perfeitos, mas que não eram dele: eram verdes e não tinham os caracteres dos
pais do garoto. Chamaram a Irmã e perguntaram o que havia acontecido, e ela
falou da novena a Santa Francisca.
Numa 2ª exumação, o corpo da Santa estava
intacto faltando-lhe apenas os olhos, que não estavam na cavidade ocular.
Verificaram que os olhos do referido menino eram os da santa. O rapaz na
ocasião já era formado de Medicina, mas da data do seu nascimento até aquela
exumação da Santa vinte e oito anos haviam se passado!
Na manhã de 7 de julho de 1946, Peter Smith, que já havia sido ordenado
sacerdote na Igreja da Escola Madre Cabrini de Nova Iorque, assistiu à solene
canonização de Santa Francisca Xavier Cabrini por Pio XII. Estavam também
presentes Paulo Pezzini e Ettore Pagetti, protagonistas das duas curas milagrosas
aprovadas para a Canonização. As curas de Peter Smith e da religiosa Delfina
Grazioli foram os milagres aprovados para a Beatificação.
Fontes:
https://cruzterrasanta.com.br/santa-francisca-xavier-cabrini/418/101/
Postado
neste blog em 21 de dezembro de 2011