O culto a Margarida começou em
304 d.C. no Leste Europeu e se estendeu pela França, Inglaterra e Alemanha,
tornando-se uma das mais populares mártires da Idade Média. Ela consta dos 14 Santos
Auxiliares (honrados como um grupo no dia 8 de agosto) e é uma das santas que
falaram com Santa Joana d’Arc, e sendo venerada pela eficácia do seu poder, isto
contribuiu para a sua popularidade.
A tradição diz que ela era uma jovem virgem
da Antioquia, Pisidia, Ásia Menor, hoje Turquia, martirizada sob o imperador
Diocleciano.
Os martirologistas afirmam que nada na sua
"Ata de Martírio" feita pelo escriba Teotimo, que depois se
converteu, tenha sido forjado. Ela também consta da famosa Legenda Áurea
escrita pelo Bispo de Gênova, Tiago de Varazze, por volta do ano 1260.
De acordo com a Ata de seu Martírio, ela
era filha de um sacerdote pagão da Antioquia, mas foi criada por uma ama cristã,
pois sua mãe falecera quando era ainda pequenina. Se converteu ao Cristianismo,
foi batizada e expulsa de casa pelo seu pai. Ela tornou-se uma pastora de um
rebanho de ovelhas, mas era muito bela e admirada pelo prefeito Olibrio que a
queria como esposa, ou como amante, mas ela o recusou.
Ele, por vingança, a denunciou ao tribunal
que a acusou de ser cristã. Ela foi torturada para renunciar a sua fé e
oferecer sacrifícios aos deuses pagãos, mas como permaneceu firme na sua Fé em
Nosso Senhor Jesus Cristo, foi atirada no calabouço para ser martirizada em
seguida.
No dia seguinte eles tentaram matá-la em
um grande caldeirão com água e depois com óleo fervendo, mas ela cantava hinos
a Jesus e nenhuma queimadura ou dor era sentida por ela. Como tivessem falhado
diante de milhares de espectadores, que segundo a tradição foram convertidos ao
cristianismo, o procônsul encarregado do martírio ordenou que ela fosse decapitada.
Diz a tradição que o seu executor caiu
morto ao seu lado. Também é dito que quando Margarida estava na prisão o
demônio apareceu em forma de um dragão que a engoliu, mas como ela segurava uma
cruz esta irritou o estômago do dragão que a expeliu ainda viva.
Ora, curiosamente, num momento atípico de
ceticismo, a própria Legenda Aurea descreve este último incidente como
"apócrifo e que não deve ser levado a sério". (trans. Ryan, 1.369)
Seja isto verdade ou não, Margarida é então condenada à morte no ano de 304. A
sua legenda, descrita pelos Cruzados diz que morreu decapitada.
Após sua morte o seu corpo foi reclamado
por Teotimo e enterrado por uma viúva nobre.
As suas relíquias teriam sido roubadas de
Antioquia em 980 e trazidas para San Pedro della Valle e daí trasladadas para
Montefiascone, Itália, em 1145. Algumas de suas relíquias foram levadas para
Veneza em 1213. Várias outras cidades da Europa afirmam terem parte de suas
relíquias em suas catedrais. O braço de Santa Margarida encontra-se no Monte
Aros no Mosteiro de Vatopelo.
Tem
sido, de igual modo, identificada com Santa Pelagia – sendo "Marina"
o equivalente latino ao nome grego "Pelagia" – a qual, segundo a
lenda, também se chamava Margarida. Não possuímos documentos históricos que
distingam uma da outra. A "Marina" grega é natural de Antioquia, na
Síria (em oposição a Antioquia da Pisidia. Todavia, no mundo ocidental
perdeu-se a distinção entre os dois locais homônimos.
Iluminura de Jean Fouquet representando Margarida pastora e Olibrio |
Sendo reconhecida como santa pela Igreja
Católica, a sua festa litúrgica foi colocada no Martirológio Romano a 20 de
julho. Do século XII ao século XX, ela foi incluída entre os santos celebrados
onde quer que se celebrasse o rito romano.
Na arte litúrgica ela é representada
carregando uma cruz ou pisando em um dragão, ou emergindo de sua boca, ou
espetando o dragão com uma lança com uma cruz na ponta.
Ela é invocada pelas mulheres grávidas e
pelas pessoas com problemas de estômago, provavelmente por ter sido engolida
por um dragão e devolvida inteira, e ainda porque ela tem a reputação de ter
prometido às mulheres que a invocassem que elas teriam um parto sem problemas;
ela também teria prometido àqueles que a invocassem na agonia da morte que
escapariam do demônio.
Sua festa é celebrada no dia 20 de julho.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Margarida_de_Antioquia
Etimologia: Margarida tem origem no nome latino margarita, vindo do grego margarítes,
que quer dizer literalmente “pérola”.
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