Por que devoção ao Imaculado Coração é tão necessária em nossos dias? Seria impossível em um artigo curto enumerar todos os aspectos do Imaculado Coração. Mas não se pode deixar de recordar que é um coração maternal cheio da ternura que a melhor de todas as mães podia ter para com o melhor de todos os filhos. Esta sensibilidade se reflete no amor, cheio de misericórdia, que ela tem por nós, que é por isso invocado como Mater Misericordiae. A devoção adequada aos nossos dias Encontramo-nos hoje num tempo em que o sentimento de afeição está morrendo e as relações entre as pessoas são cada vez mais dominadas pela brutalidade, pelo cinismo, egoísmo e sensualidade. Basta pensar no aborto! Não é este a supressão, do modo mais cruel e brutal, da mais nobre de todas as afeições, que é o amor maternal? Esse amor é muitas vezes substituído pela preferência de uma carreira profissional ou uma relação transitória promíscua!... Não estará acontecendo algo semelhante ao amor paterno? Não é este o egoísmo trágico que destrói as relações familiares e, assim, a própria família, espalhando-se a todos os outros tipos de relações humanas? Assim, se compreende a sabedoria da Mãe Santíssima quando, em 1917, em Fátima, profetizou a morte desse sentimento. Portanto, o remédio para a imensa crise em que nos encontramos é a devoção àquele Coração venerável e sagrado, capaz de restaurar os verdadeiros sentimentos de amor, afeição, misericórdia e pureza, de que nossos tempos são tão necessitados. O Imaculado Coração é a fonte, transbordando de amor maternal, de quem é “cheia de graça”. (2) Notas 1. Sagrado Coração de Jesus pode ser objeto de adoração. De fato, o Papa Pio XII ensinou: ... Seu coração, a parte mais nobre da natureza humana, é hipostaticamente unido à pessoa do Verbo Divino. Conseqüentemente, deve-se tributar a ele o culto de adoração com que a Igreja honra a pessoa do Filho de Deus encarnado. Trata-se de um artigo de fé, foi solenemente definido como tal no Concílio de Éfeso e no segundo Concílio de Constantinopla. (Haurietis Aquas), Sua Santidade o Papa Pio XII. Encíclica sobre a devoção ao Sagrado Coração, 15 de maio de 1956, 21. 2. Lucas 1:28. Santa Regina de Denain, festejada 1º de julho Santa Regina viveu na França no século VIII; descendia de importante família de Hainaut (região da França) e era sobrinha de Pepino o Breve. Um outro documento indica que Regina era filha ou parente do Rei Pepino, que dera a ela em dote o condado de Ostrevant. “Regina, princesa da corte da França (isto explica a coroa que ela usa), de tantas belezas quanto ao corpo, como de eminentes virtudes quanto à alma”, desposou o Conde Beato Aldeberto d’Ostrevent (1). Uma filha do casal, Renfrida, “educada santamente por seus pais, pediu-lhes para se consagrar inteiramente a Nosso Senhor Jesus Cristo, fazendo-se religiosa”. Alguns autores mencionavam outras filhas de Regina que seguiram a irmã mais velha na vocação religiosa. Mas, uma relação moderna diz “que é possível que o nome de ‘irmãs’ possa ter sido dado a outras companheiras de Renfrida, por terem abraçado a vida religiosa com ela”. Os pais, felizes com a resolução de sua filha, “fundaram e edificaram em 764 (754 ou 774) uma igreja e um claustro dedicados a Virgem Maria, em um local de seu condado chamado Denaing”, e também uma outra igreja para os habitantes, dedicada a São Martinho. A Abadia ficava perto de um cemitério merovíngio, na confluência dos rios Selle e Escaut, junto a uma fonte milagrosa cujas águas curavam a cegueira. Ali a condessa recebeu o véu de religiosa e, fazendo da santificação o objetivo de sua vida, se serviu da oração e do trabalho para atingi-la. Entretanto, sua filha Renfrida logo se tornou sua mãe espiritual, pois foi eleita abadessa do novo mosteiro. A santa mãe se submeteu de boa vontade, e assim aquela que fora mãe, tornou-se filha espiritual. Renfrida também é venerada como santa e é celebrada dia 8 de outubro. Destas santas vidas muito pouco pode ser acrescentado, mas a antiguidade do culto a ambas nos confirma que grandes foram as suas virtudes silenciosas, e por isso foram veneradas, e a fama de suas virtudes atravessou os séculos. (1) Ostrevent é uma região do norte da França entre Flandre e Hainaut francesas. A devoção à Santa Renfrida Segundo a tradição, Santa Renfrida dirigiu a Abadia de Denain durante 25 anos e morreu em 805. Ela foi sepultada entre seu pai e sua mãe na igreja do seu nome. Em 1793 as sepulturas destes três santos ainda podiam ser vistas na igreja de Denain. Santa Renfrida foi venerada, amada e invocada durante os mil anos de existência do ilustre capítulo das Cônegas de Denain. Ela também foi venerada pelos habitantes de Denain e pelas regiões vizinhas devido à reputação do mosteiro. Os três relicários contendo relíquias de Renfrida, Regina e Aldeberto eram levados em procissões solenes, especialmente na cidade de Valenciennes. Os anais dos Bollandistas (volume IV, de outubro) lembram que há muitas comprovações litúrgicas do culto de Santa Renfrida que remontam ao século IX. Santa Renfrida continua sendo a Padroeira de Denain. Há séculos ela é venerada por uma multidão de peregrinos, que vêem implorar sua intercessão junto ao Senhor, para curá-los de alguma doença dos olhos. Para isto, a Fonte de Santa Renfrida é procurada por suas águas milagrosas. Há uma paróquia dedicada a Santa Renfrida em Hönnepel, Alemanha; outra em Oret, ao sul de Charleroi, na Bélgica; e ainda outra em Pry, França. Em 2005, todas estas paróquias, comemoraram os 1200 anos do falecimento de Santa Renfrida. Em Denain, ela foi mais especialmente lembrada. Abadia de Denain Uma carta de Carlos o Calvo datada de 877 menciona um duplo mosteiro de homens e mulheres em Denain, possivelmente sob a influência de monges irlandeses. O mosteiro foi destruído e os religiosos dispersos durante a invasão dos normandos, que saquearam todo o norte da França em 882. Foi reconstruído em 969 e a regra beneditina foi restaurada; mais tarde a regra de Santo Agostinho foi introduzida, já que é característica dos cônegos regulares. Foi somente do século XIII que o mosteiro tornou-se reservado às filhas da nobreza, uma espécie de ‘pensionato luxuoso’, no dizer de um cronista. Isto explica que o mosteiro tivesse assegurado a proteção de famílias importantes. Pode-se constatar isto admirando as pedras tumulares de diferentes abadessas com os brasões de suas famílias, que podem ser vistas na Igreja de São Martinho e no museu municipal de Denain.
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Abadia de Denain (atual) |
Denain A cidade de Denain fica próxima de Valenciennes, esta célebre por suas rendas. Um pequeno povoado rural já existia no século V. Denain foi sucessivamente ligada ao Condado de Ostrevant, depois de Flandre, de Hainaut, ao ducado de Borgonha e ao reino da Espanha, retornando definitivamente a França em 1678, pelo tratado de Nimègue. Foi após a fundação da Abadia de Denain que a vila começou a se desenvolver. A vila de Denain aparece em 877 sob o nome de “Dononium”; o nome de “Denaing” e em seguida “Denain” aparecem em 1687. Há documentos antigos ainda inéditos, por exemplo, o manuscrito de Jean d’Arleux nº 880 da biblioteca de Cambrai e as obras de Wauchier de Denain do século XIII, que poderão esclarecer ainda mais todo o itinerário desta cidade, da Abadia e, consequentemente, a história de seus ilustres Santos. |
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