Luísa Elizabete de Lamoignon nasceu em Paris, França, no dia 3 de
outubro de 1763. O Padre Placido Levé,
jesuíta, que foi seu primeiro biografo, escrevia em 1857: “Muito jovem, aos
prazeres brilhantes que atraiam suas irmãs, ela preferia uma vida retirada e
estudiosa. A oração era o principal atrativo e o mais caro alimento de sua
alma. O estudo era sua maior ocupação. Seu espírito vivo e penetrante se abria
sem dificuldade a todo o conhecimento. Ela cultivava as artes com o mesmo
sucesso e o mesmo gosto. Aluna de Rameau, este a admirava e ia à sua casa não,
dizia ele, para aperfeiçoá-la na arte do cravo, mas para ouvi-la tocar e se
exercitar com ela”.
O
Cardeal Amato se recorda da vocação especial desta nova Beata: “A Beata Madre Saint-Louis fez frutificar os
seus dotes naturais e da graça, falando a língua da caridade evangélica, que
convida concretamente a dar de comer aos famintos, de beber aos sedentos, a
servir e a ajudar os pobres, instruir os ignorantes, educar os pequenos nas
vias da virtude”.
Terna e sensível, mas ao mesmo tempo uma natureza
“forte, generosa, capaz dos mais duros e dos maiores empreendimentos” era
dotada de um julgamento sólido e pleno de “sabedoria e bondade”.
Segundo o costume da época, casou-se muito jovem com o Conde Molé de
Champlâtreux, Francisco Eduardo Molé de Champlatreux. "Meus pais me uniram ao homem o mais virtuoso
como também o melhor”, escreveu ela. Assumindo as obrigações de sua posição
– a fortuna dos esposos Molé era imensa – ela fez, de acordo com seu marido, a
escolha de uma simplicidade de vida e do serviço dos pobres.
O casal teve cinco filhos, tendo três falecido em tenra idade.
Mme Molé jovem |
Ela teve que suportar ainda uma das maiores dores: o esposo foi
guilhotinado injustamente durante o Terror, o período mais terrível da
Revolução Francesa. Após o choque brutal causado pela morte de Francisco
Eduardo, a chaga de seu coração cicatrizou docemente, sem que Luísa Elisabeth,
que se tornou Madre Saint-Louis, se esquecesse um dia sequer de seu esposo
diante de Deus. “Todos os dias eu renovo
a Deus o sacrifício inicial”, assegurava ela a seu filho, lhe indicando o
retrato de seu pai. No testamento que ela escreveu em 1810, ela diz: “Ao me separar de vocês, meus queridos
filhos, para me revestir de um retiro profundo, eu fiz a Deus o maior
sacrifício”.
Ficando sozinha, seu coração foi consolado
pelo Senhor, que havia sacrificado o Seu Filho dileto, e perdoou os assassinos
do marido. Foi assim que se aproximou ainda mais da Cruz, de quem se sentia
filha, e a exemplo de Nosso Senhor Jesus Cristo, a amar “os seus que estavam no
mundo, até o fim”. Isto ela pedia às suas Irmãs das Filhas da Caridade,
congregação por ela fundada: formar-se segundo o modelo de Maria aos pés da
Cruz.
Em1802, o Bispo de Vannes, condoído com a situação das meninas, convidou
a Sra. Molé para dirigir uma obra de caridade e de educação. Foi o início de
sua fundação.
Madre Saint-Louis convidava suas Irmãs à "considerar Maria como
o modelo no qual nos devemos formar", não A separando jamais de seu
Filho, nem de sua missão. Sua piedade marial ia o mais das vezes a Nossa
Senhora das Dores que, "malgrado a
ternura de seu coração, consentiu no sacrifício e na morte de seu Filho”, Nossa
Senhora da Compaixão, próxima de todos os calvários do mundo, “cheia de zelo pelos interesses de Deus e pela
salvação dos homens”.
No dia 3 de novembro de 1824, a Sra. Molé de Champlatreux, fundadora das
Irmãs da Caridade de São Luís, adquiriu a Abadia de Rhuys, onde as Irmãs se
instalaram em maio de 1825.
Estreitando ao peito o crucifixo do qual não se separava jamais, Madre
Saint-Louis morreu em Vannes, no dia 4 de março de 1825, lâmpada luminosa de
caridade e bondade, capaz de indicar a todos o caminho a seguir, como só os
Santos o sabem.
Madre Saint-Louis foi beatificada em Vannes pelo delegado do Papa Bento
XVI, no dia 27 de maio de 2012.
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