sexta-feira, 5 de abril de 2013

Santa Gala de Roma, Matrona - 6 de abril

    
     Gala era filha do Consul Aurélio Memmio Simmaco, membro do senado, um inteligente e virtuoso patrício de Roma, que por muitos anos foi conselheiro do Rei Teodorico, que entretanto o fez matar em Ravena (525) sob infundadas suspeitas de traição. Santa Gala foi entregue como esposa a um jovem patrício de quem não se conhece o nome. Tendo enviuvado um ano depois, embora fosse estimulada pelos parentes a contrair novas núpcias, preferiu se consagrar a Deus, inicialmente no exercício das obras de misericórdia e depois se retirando em um mosteiro nas proximidades da basílica vaticana de São Pedro.

     Ali viveu, afirma São Gregório Magno, muitos anos “na simplicidade do coração, dedicada à oração, distribuindo grandes esmolas aos pobres”. A decisão da jovem suscitou uma salutar impressão em Roma e se difundiu largamente. Da Sardenha, onde se encontrava em exílio pela segunda vez, São Fulgêncio de Ruspe (que tinha tido ocasião de conhecer a família da santa em Roma) lhe enviou uma belíssima carta, quase um pequeno tratado em 21 capítulos ("De statu viduarum”), no qual a confirma na decisão tomada e lhe dá conselhos ascéticos.
     Antes de morrer a santa teve uma visão do apóstolo São Pedro, convidando-a ao céu. São Gregório se refere a esta visão em seus Diálogos, no livro IV, que tem por meta demonstrar a imortalidade da alma por meio de aparições ou visões ocorridas com almas eleitas. Segundo a tradição, a Virgem teria aparecido à santa enquanto esta executava uma de suas obras de caridade. A milagrosa aparição é recordada em uma apreciada pintura do século XI na igreja de Santa Maria em Portico in Campitelli. Esta pintura é considerada milagrosa e era levada em procissão em tempos de peste. 
     A festa comemorativa de tal aparição, por concessão da Congregação dos Ritos, se celebra em Roma no dia 17 de julho, enquanto Santa Gala é comemorada no Martirologio Romano no dia 5 de outubro. Por volta da metade do século XVII, surgiu em Roma, por obra de M. A. Anastásio Odescalchi, primo do Beato Inocêncio XI, e com a aprovação deste Papa, um hospital dedicado à santa, no qual São João B. de Rossi desenvolveu durante muitos anos suas atividades e reagrupou em especial associações e sacerdotes dedicados a obras de apostolado entre as classes mais humildes. Em 1940, uma igreja paroquial foi dedicada à santa em Roma.
 
Etimologia: Gala é um nome de origem latina derivado de Gallus/Galla, gentílico para referir-se aos naturais da Gália, que seria a atual França. Este nome já fora usado como nome próprio na época romana. Foi, por exemplo, o nome de uma imperatriz romana, Gala Placidia, filha de Teodósio o Grande. Seu uso se estendeu na época cristã, quando alguns santos e santas tinham este nome, como São Galo, Bispo de Clermont, ou Santa Gala, viúva, século VI, objeto desta publicação.

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