O início da vida desta figura singular de
mulher pode muito bem se colocar quando, por volta de 1430, ela decide mudar de
vida, abandonar a família e os locais nos quais havia vivido, e vestir o hábito
secular das Agostinianas.
Daquele momento em diante sua existência
foi uma permanente peregrinação em busca de um local para viver no
esquecimento. Permaneceu próximo de alguns mosteiros agostinianos não ingressando
jamais em nenhum deles. A vida de oração, de mortificação, mas sobretudo as
obras de misericórdia junto aos necessitados, a obrigavam a se afastar todas as
vezes que percebia ser objeto de atenção.
Em 1457, visitou os locais santos de Assis
e de Roma, para depois se dirigir à Terra Santa em companhia de outra terciária.
No retorno, chegou a Spoleto onde permaneceu por um breve período, dedicando-se
ao cuidado dos doentes no hospital da cidade. Nesta cidade, embora ainda muito
jovem, faleceu no dia 13 de fevereiro de 1458, com fama de santidade.
O seu corpo foi sepultado sob as expensas
da comuna de Spoleto na igreja agostiniana de São Nicolau. Numerosas graças e
milagres atribuídos à sua intercessão contribuíram para difundir e a aumentar o
seu culto, iniciado imediatamente após sua morte, o que levou Gregório XVI a
ratificá-lo proclamando-a Beata em 1834.
Os hagiógrafos são concordes quanto aos
dados relativos à sua vida após a decisão de vestir o hábito de terceira
agostiniana. Não, entretanto, quanto ao tempo anterior à sua heroica decisão de
fugir do mundo permanecendo no mundo, motivo pelo qual é conhecida sob várias
denominações.
Alguns consideram que ela pertencia à
família dos Visconti de Milão, ou àquela dos Calvisanos, na Brescia. Sua fuga
teria sido motivada pelo desejo de livrar-se de quantos desejavam casar-se com
ela contra os seus próprios desejos e ideais.
Segundos outros, seu nome era Agostinha,
nascida em Osteno, nas proximidades do lago de Lugano, por volta de 1432, filha
do médico João Camozzi e casada bem jovem com um artesão do local. Tendo
enviuvado muito jovem, num relacionamento com um cavalheiro milanês teve um
filho que morreu pequenino. Casando-se de novo, perdeu o marido morto por um
soldado.
A Beata Cristina é um exemplo de penitência
e de humildade para o laicato católico.
Martirológio
Romano: Em Spoleto na Úmbria, Beata Cristina (Agostinha) Camozzi, que, depois da
morte do marido, tendo vivido durante algum tempo sob a concupiscência da
carne, deixou-a para abraçar uma vida de penitência na Ordem Secular de Santo
Agostinho, dedicando-se à oração e ao serviço dos doentes e dos pobres.
Fonte: www.santiebeati.it
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