terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Beata Maria Ana Rivier - 3 de fevereiro


Fundadora da Congregação das Irmãs da Apresentação de Maria

     Maria Ana Rivier, Marinette para os seus familiares, nasceu a 19 de dezembro de 1768, em Montpezat-sous-Bauzon, Ardeche, França. Por volta dos dezesseis meses, no fim de abril de 1770, Marinette sofreu uma queda e em consequência fraturou o quadril; desde então não se mantinha de pé, nem sequer com a ajuda de muletas. Maria também sofria de raquitismo: tinha o torso e a cabeça normalmente desenvolvidos, mas os braços e as pernas eram fracos e na idade adulta não terá mais de um metro e trinta e dois de altura.
     A senhora Rivier, mulher de uma grande fé, recorreu à Virgem Maria. Todos os dias, levava a pequena para junto da imagem de Nossa Senhora da Piedade, na Capela dos Penitentes que ficava próxima de sua casa.
     Durante aquelas visitas, explicava à menina quem é essa Mãe em pranto que leva em seus braços seu Filho morto descido da Cruz. O amor de Cristo e de sua Mãe, o desejo de fazer algo por eles, o horror aos pecados que são a causa de seus sofrimentos e, sobretudo, uma confiança absoluta em Maria, penetram pouco a pouco no generoso e terno coração da menina. Um dia ela declarou sem rodeios à sua mãe: “A Senhora da capela me curará!
     Em casa, conta histórias edificantes para as crianças do povoado, e sabe captar maravilhosamente a atenção de seu pequeno auditório para mantê-lo tranquilo. Ensina-lhes o catecismo e a rezar. Mais tarde dirá: “Também experimentava mais que nunca um vivo desejo de curar-me”.
     Em 1774, seu pai falece e o sepultamento tem lugar no dia 8 de setembro, festividade da Natividade da Santíssima Virgem. Nesse mesmo dia, Maria pede as muletas e diante do espanto de todos, as utiliza e consegue dar três voltas pela casa. No dia de sua festa, a Virgem quis conceder-lhe um presente permitindo que caminhasse com a ajuda das muletas. Mais do que nunca ela cuida das outras crianças organizando pequenas procissões, todos rezando o Rosário.
     Em 31 de julho de 1777, Maria, que então está com nove anos, caiu da escada e fraturou um osso. Uma nova intervenção de Nossa Senhora fará com que ela caminhe após este acidente.
     Sua mãe a ensinara a ler e a escrever, depois, para aprimorar seus conhecimentos enviou-a às religiosas de Nossa Senhora, em Pradelles. Ao regressar, seu zelo a leva a realizar numerosas obras pastorais e caritativas: dá catequese, encaminha os jovens à Missa e ao confessionário, cuida dos enfermos e assiste aos moribundos. Sua vida interior se sustenta com a comunhão diária, a reza do Rosário e do Oficio Parvo da Imaculada Conceição. Sua influência é tão grande, que lhe pedem para fazer novenas com diferentes intenções.
     Aos dezessete anos, Maria solicita seu ingresso nas religiosas de Nossa Senhora, mas o conselho das irmãs rechaça sua admissão por causa de sua má saúde.
     Em 1786, após muita insistência sua, o pároco acaba cedendo e lhe dá permissão para montar uma escola em uma casa pertencente às religiosas dominicanas. A escola logo fica cheia de filhas de gente notável, mas sobretudo de meninas pobres acolhidas gratuitamente. Ela consegue êxitos alentadores com suas alunas. Seu segredo? Audácia, tenacidade, uma alegria comunicativa e muita coragem.
     Eis alguns conselhos que daria mais tarde às novas professoras: “Às vezes as meninas têm malícia suficiente para por à prova o caráter de uma irmã recém-chegada, para verificar se ela é enérgica e vigilante, ou se poderão praticar alguma burla contra ela impunemente. Assim, aquelas pessoas que são cuidadoras de um curso devem mostrar um aspecto severo e sério que dá a entender que cumprirá seus deveres sem hesitação, e também um tom de bondade e de educação para conquistar as meninas”.
     “Velai pela limpeza e a abundância dos alimentos, pois as jovens devem comer suficientemente. O sono e o exercício são necessários. Que não fiquem com os pés úmidos. Se têm frio, dê-lhes algo quente para beber. Se estão doentes, chamem o médico sem dar-lhes “remédios de velhas”. Não lhes imponham alimentos aos quais mostram uma irresistível repugnância...”.
     Em 1789, quando a Revolução Francesa arrebenta, todo ato religioso se torna suspeito. Maria Rivier faz todo o possível para que os padres perseguidos por sua fidelidade ao Papa consigam exercer em segredo suas funções. Seu zelo pela salvação das almas lhe inspira grandes audácias: embora muito prudente, permanece a apóstola com coração de fogo!
     Em Montpezat, a casa dominicana não foi vendida apesar de ter sido declarada bem nacional. Maria continua dirigindo ali sua escola. Logo consegue meia dezena de internas, às quais tenta dar forma de comunidade religiosa, pois ela continua com sua ideia de criar um convento.
     A povoação de Thueyts chama-a. Ela parte como verdadeira missionária. Em breve, quatro jovens juntam-se a ela e deixam-se abrasar pelo fogo do Evangelho. Maria atribui a cada uma delas um povoado da região para ali ensinar o catecismo e dar apoio às jovens para permanecerem fieis à Santa Igreja. Numa época em que todos os conventos se fechavam, Maria Rivier iria abrir o seu!
     Em 1794, o governo revolucionário vende a casa das dominicanas de Montpezat. Maria Rivier e suas companheiras, que devem mudar-se, pedem a Virgem um sinal de ânimo: a imagem de Nossa Senhora lhes sorri! Reconfortadas por aquele milagre, se instalam em Thueyts, em outra casa também das dominicanas, fundando ali uma escola.
     O bispo concede as primeiras autorizações e em 21 de novembro de 1796, festa da Apresentação de Maria no Templo, Maria Rivier e as suas quatro companheiras consagram-se a Deus e à juventude, sob o patrocínio de Nossa Senhora da Apresentação. “Não éramos nada, não tínhamos nada, não podíamos fazer nada”, diria ela mais tarde. “Depois disso, por acaso duvidais que fosse Deus quem conduzia as coisas?
     Em 1801, o Arcebispo Mons. D’Aviau aprova as regras provisórias que a Madre Maria Rivier lhe havia apresentado. Ela é confirmada como superiora e doze religiosas são consagradas. Em 1815, a maior parte da comunidade se traslada de Thueyts para Bourg-Saint-Andéol, para o enorme convento das salesianas adquirido com dificuldades pela fundadora. “Sempre busquei o dinheiro por meio da oração, e ele sempre chegou!”, confessará mostrando uma imagem da Santíssima Virgem.
     A nova comunidade multiplicou-se rapidamente, apesar da sua pobreza. Para Maria Rivier e para as suas irmãs, a educação cristã da juventude é e permanecerá uma prioridade. Contudo, a educação na fé estendeu-se também aos adultos. Os pobres são os seus privilegiados; o primeiro orfanato é aberto a 21 de novembro de 1814.
     Nada detém o ardor apostólico de Maria Rivier. Os párocos pedem-lhe, por vezes, que exorte os seus paroquianos, que reúna as mulheres e as jovens. Maria fala com uma clareza, uma energia, uma unção, que tocam os corações. Animada por uma força interior, exclama: “Ou fazer conhecer Jesus Cristo ou morrer!”
     No momento de abandonar esta terra para finalmente ver a Virgem Maria, a quem tanto amara neste mundo, sua Congregação contava com 300 religiosas vivendo em 141 centros. Hoje em dia, as Irmãs da Apresentação são cerca de 3.000, em 9 províncias, 3 das quais se encontram na Europa e 6 nos Estados Unidos. São ao mesmo tempo educadoras, enfermeiras e educadoras paroquiais.
     No dia 3 de fevereiro de 1838, enquanto rezava a segunda parte da Ave-Maria: “... Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte”, a Madre Maria Rivier, com a idade de 69 anos, faleceu placidamente.
     Maria Rivier, que foi apelidada pelo Beato Pio IX de Mulher-Apóstolo, foi beatificada em Roma pelo Papa João Paulo II a 23 de maio de 1982.



Fontes: www.santiebeati/it; www.apresentacaodemaria.com;
http://es.catholic.net/op/articulos/36322/cat/214/maria-ana-rivier-beata.html

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