Angelina Guadagnoli nasceu numa
família da aristocracia italiana em 2 de fevereiro de 1467, na cidade de Rieti.
O dia do seu batizado foi marcante e muito curioso. No mesmo instante em que o
padre lhe ministrava o batismo, desceu sobre sua cabeça uma pomba branca,
talvez como um símbolo da infinidade de graças que o Espírito Santo colocou em
sua alma. Por isso, ficou conhecida como Colomba, que significa
"pomba".
Sua celebridade é baseada principalmente
em duas coisas: a natureza altamente milagrosa de sua vida desde o seu início,
e sua intensa devoção ao Santíssimo Sacramento. Ela foi uma dentre numerosas santas
mulheres dominicanas que parecem ter sido suscitadas por Deus para protestar
contra e em contraposição à impiedade e à imoralidade corrente na Itália
durante os séculos XV e XVI.
Essas mulheres, quase todas da Ordem
Terceira, tinham uma intensa devoção a Santa Catarina de Siena, e tinham como
objetivo imitá-la tanto quanto possível. Muitos leigos, tanto homens como
mulheres, compartilhavam esta devoção, entre estes Ercole I, Duque de Ferrara,
que tinha uma profunda admiração por Colomba e por algumas outras santas
dominicanas suas contemporâneas, as mais notáveis das quais foram as Beatas
Osana de Mântua e Luísa de Narni. A veneração de Ercole por esta última foi tão
grande, que ele não descansou até conseguir que ela fosse viver em Ferrara com
algumas de suas irmãs, onde ele mandou construir para ela o seu convento, onde
ela morreu depois de muitas provações.
Angelina, desde a infância consagrou seu coração e sua vida ao amor a
Jesus Cristo, como fizeram São Domingos e Santa Catarina, com quem conviveu e
dos quais foi discípula. Por si mesma e com firmeza seguiu o caminho para a
santidade.
A tradição diz que ainda no berço procurava privar-se da amamentação.
Sua infância foi repleta de penitências severas que só podem ser equiparadas
àquelas dos adultos mais santificados.
Aos dez anos ela consagrou sua virgindade a Jesus, mesmo sabendo que
seus pais tinham assumido um casamento para ela. Prometida em casamento a um nobre
quando tinha apenas 12 anos, recusou resolutamente o casamento de alta linhagem.
O acerto das núpcias foi desfeito
quando ela apareceu com a cabeça raspada diante dos pais, que ficaram comovidos
com a real vocação da filha.
Sete
anos depois vestiu o hábito de Terciária Dominicana. Iniciou sua formação religiosa no convento dominicano da
Ordem Terceira, e teve como orientadores espirituais Santa Catarina, a quem ela
chamava de "irmã", e São Domingos, de quem recebeu o hábito em 1496.
Colomba era de fato muito especial, pois além da alta capacidade contemplativa,
contava com dons extraordinários como o da profecia, do conselho, da cura, e
sabia perceber, como ninguém, os sentimentos da alma humana.
Em 1488, aos dezenove anos, atendendo uma inspiração, foi para a cidade
de Perugia; os
habitantes receberam-na como uma santa. Após algum tempo, ela construiu seu Convento
de Santa Catarina, no qual ela reuniu todas as religiosas da Ordem Terceira
Dominicana que a desejavam como superiora apesar de sua pouca idade. Seu
mosteiro se dedicou à educação das jovens nobres e ficou conhecido como o
convento das “Colombas”.
Mas seu apostolado foi muito fecundo também fora do convento, onde se
tornou uma verdadeira "pomba da paz e da concórdia" na luta que
existia entre as poderosas famílias da nobreza, que disputavam a região.
Colomba conseguiu impedir inúmeras lutas sangrentas que poderiam ter destruído
várias vezes a cidade de Perugia.
Em 1494, quando uma terrível praga grassava em Perugia, Colomba
ofereceu-se como vítima pela cidade. A praga cessou, mas Colomba foi atingida
pelo flagelo. Ela se recuperou apenas para salvar sua reputação atacada por
calúnias tão amplamente difundidas que chegaram a Roma, de onde uma comissão
foi enviada para examinar sua vida. Foi tratada por algum tempo como uma impostora
e deposta de seu cargo de priora.
Em 1495, Alexandre VI, tendo ouvido sobre
a santidade e os milagres de Colomba, foi pessoalmente a Perugia para vê-la.
Diz-se que ela teve um êxtase aos seus pés, e também para ganhar confiança,
disse-lhe todos os pecados pessoais. O papa ficou plenamente satisfeito com sua
grande santidade e colocou o selo de aprovação em seu modo de vida.
No ano de 1499 ela foi consultada pelas
autoridades que estavam examinando os estigmas da Beata Luísa de Narni; Colomba
falou calorosamente a favor de serem genuínos, e de sua admiração pela
santidade da Beata Luísa.
Ela morreu aos trinta e três anos de idade, no dia 20 de maio de 1501,
no convento que havia fundado em Perugia.
O
seu culto foi reconhecido por Urbano VIII em 1627. As relíquias da Beata
Colomba ainda são veneradas em Perugia, e sua festa é mantida pela Ordem
Dominicana em 20 de maio. O papa
Urbano VIII declarou Colomba de Rieti padroeira de Perugia.
Fonte: www.santiebeati.it - F.M. Capes
(Catholic Encyclopedia)
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