Fundadora da Sociedade das Irmãs de Santa Úrsula da Santíssima Virgem, nascida em Dijon, no dia 21 de novembro de 1567; falecida em Dôle, em 8 de junho de 1621. Era filha de Jean de Xainctonge, conselheiro no Parlamento de Dijon, e de Marguerite Collard, ambos de nobre ascendência e de vida virtuosa.
De uma janela do Hotel Xainctonge Ana podia
ver a Universidade Jesuíta e o bom trabalho levado a cabo pelos Padres; na Missa
em sua igreja, ficou edificada moralmente vendo os noviços recebendo a Sagrada
Comunhão. Dai surgiu a ideia de seu futuro trabalho de educar as meninas. Ela
considerava ser uma ocupação que encaixava perfeitamente para mulheres
religiosas que poderiam unir assim a vida ativa com a vida contemplativa.
Fundar uma ordem de mulheres não de
claustro, abrir escolas públicas para meninas "onde a educação deve ser dada, não vendida", eram então as novas
ideais com as quais aquele tempo, bem como o amor cego de seus pais, estavam
profundamente em desacordo. Com a ajuda do céu, frequentemente de maneira
milagrosa, sob a direção dos Padres Jesuítas de Villars e Gentil, ela superou
todos os obstáculos e obteve êxito.
Em 16 de junho de 1606, abriu o primeiro
convento em Dôle no Franche-Comté (então território espanhol) com Claudine de
Boisset e outra companheira. A companhia foi fundada com "Nossa Senhora como general, Santa Úrsula
como tenente", e a Regra de Santo Inácio como a base de perfeição.
Durante quinze anos Ana foi o modelo vivo
de todas as virtudes religiosas, em comunicação frequente e visível com seu anjo
da guarda, fundando novas casas e assim sua sociedade se estendeu rapidamente
ao leste da França e para a Suíça.
Depois de sua morte sua reputação de heroica
santidade e as graças obtidas por sua intercessão levaram a um processo de
beatificação, mas as guerras da época, seguidas imediatamente pela Revolução Francesa,
destruíram todos os documentos.
A causa foi restabelecida e Ana de
Xainctonge foi declarada Venerável em 24 de novembro de 1900.
Sociedade das Irmãs de Santa Úrsula da Santíssima Virgem
A Congregação religiosa feminina fundada
pela Venerável Ana de Xainctonge tem dois objetivos: a santificação de seus
membros pela observância dos votos religiosos (simples e perpétuos), e a salvação
e santificação do próximo. Este último está relacionado especialmente com o ensino,
bem como por obras de misericórdia espiritual e corporal.
Num tempo em que a educação feminina era mais
que desatendida, Mademoiselle de Xainctonge, conseguiu realizar seu sonho de
fazer pelas meninas o que Santo Inácio havia feito pelos meninos, ideia não usual
para aquela época.
As aulas que se iniciaram em Dôle, no dia
16 de junho de 1606, eram públicas, sem distinção entre ricos e pobres, e
absolutamente grátis. O Instituto se difundiu rapidamente de Dôle para a França
toda, para a Suíça e a Alemanha. Ana sofreu perseguição junto com a Igreja, mas,
ao serem expulsas de um país, as religiosas encontravam meninas e liberdade em
outro.
Durante a Revolução Francesa o Instituto
foi fechado e as religiosas obrigadas a regressar para suas casas; entretanto, logo
que a paz foi restaurada, elas regressaram à vida que lhes correspondia. Madre
de Verse reabriu o convento em Dôle e Madre Roland de Bussy (antes de Dôle) seguindo
o conselho do Padre de Clorivière, S.J., e com a bênção de Pio VII (depois
prisioneiro em Fontainebleau), fundou uma nova casa em Tours (1814).
Depois de Tours várias fundações ganharam
vida até que por meio das leis antirreligiosas de 1901, as monjas foram
expulsas e suas propriedades confiscadas. A casa mãe de Tours foi transferida para
Haverloolez-Bruges (Bélgica). Sucederam-se várias fundações: em Nova York, 1901
(com casas em Providence, Rhode Island, 1911); Roma, 1904; Sluis (Holanda),
1911. Além da Bélgica, Itália e dos Estados Unidos, as Irmãs também realizam seu
trabalho na Suíça, Alemanha e Inglaterra.
Formalmente aprovada por um decreto de Inocêncio
X (1648), a Sociedade foi confirmada por Inocêncio XI (1678). As Constituições
são basicamente as de Santo Inácio naquilo que podem se aplicar às mulheres; o
primeiro rascunho foi iniciado pela Madre de Xainctonge, ajudada pelo Padre
Guyon, S.J., reitor da Universidade de Dôle, porém foi terminado em 1623, após
sua morte. Estas Constituições foram observadas até a Revolução, mas quando as
diferentes casas reabriram suas portas, os bispos das diferentes dioceses as
modificaram de acordo com seus pontos de vista.
Em 1898, devido ao pedido das religiosas
de Tours, as Constituições originais, revisadas em conformidade com as novas
regulações das Ordens religiosas da Igreja, foram aprovadas definitivamente por
Leão XIII, e seu ramo erigido como generalato.
Em 1902 as palavras "Da Santíssima
Virgem", foram acrescidas ao título para distinguir as filhas de Ana de
Xainctonge (não de clausura), das filhas de Santa Ângela (de clausura). O
sistema educativo empregado pela Ordem é similar ao dos jesuítas; o plano de
estudos está em conformidade com os requerimentos do Ministério de Educação em
cada país.
Fontes: ec@aciprensa.com Mother
Helene Marie Transcrito por Christine J. Murray Traduzido por Armando Llaza
Corrales; Binet, La Vie d'Anne de Xainctonge (1635); Orset, La vie de la
Vénérable et dévote A. de X.; (1691); Arnoulx, Vie de la Vén. A. De X. (1755);
Morey, La Vén. A. de X. (1892).
Nenhum comentário:
Postar um comentário