segunda-feira, 20 de julho de 2015

Beata Rita Dolores Pujalte Sanchez, religiosa, mártir na Espanha - 20 de julho

    
     A Beata Rita Dolores Pujalte Sánchez nasceu em Aspe (Alicante), no dia 18 de fevereiro de 1853, filha de Antônio Pujalte Anton e de Luísa Sanchez Almodóvar, uma família cristã e abastada. Seus anos de infância e adolescência foram marcados por forte religiosidade, dedicava-se à catequese e às obras de caridade.
     Em 1888 ingressou no Instituto das Irmãs da Caridade do Sagrado Coração de Jesus, fundado em 1877 por Madre Isabel Larrañaga, no qual desempenhou os cargos de mestra de noviças e de segunda superiora, depois da Venerável fundadora. Fez sua profissão religiosa em 21 de junho de 1890; tempos depois emitiu seus votos perpétuos.
     Destacou-se pela solidez de sua fé, caridade, espírito de oração e no trato humano. Com paciência suportou uma doença no ocaso de sua vida e a cegueira, tendo sido ajudada até o fim pela Beata Francisca Aldea Araujo, também ela religiosa da mesma Congregação, que fora discípula de Madre Rita quando esta era mestra de noviças.
     A Beata Francisca nasceu em 17 de dezembro de 1881 em Somolinos, província de Guadalajara. Atuou em diversos cargos no conselho geral, fiel observante da regra, humilde, prudente, entregue ao trabalho e à oração.
     Durante a perseguição religiosa levada a cabo na guerra civil espanhola de 1936-1939, as duas foram presas no dia 20 de julho de 1936 e fuziladas às 3 ½ h da tarde. Naquele período a Igreja pagou um enorme tributo: foram assassinados sete mil entre religiosos, religiosas e sacerdotes.
     As duas religiosas tinham passado parte de suas vidas no Colégio de Santa Susana e juntas saíram dele para percorrer um caminho que as converteria em testemunhas de sua fé. O colégio ficava no Bairro das Ventas, então uma das zonas suburbanas de Madrid. Este colégio acolhia, além das religiosas, meninas pobres e órfãs. Embora a situação fosse extremamente perigosa em meio a um ambiente geral de tensão, a comunidade optou por permanecer no colégio para atender as meninas.
     Madre Rita Dolores em várias ocasiões fora convidada a deixar o colégio e procurar por um lugar mais seguro, mas segundo sua lógica, ela perdia mais que ganhava e sempre recusava. Madre Francisca, movida por sua caridade, se comprometeu a não abandoná-la, estando consciente do risco que assumia.
     No dia 20 de julho de 1936 o colégio foi assaltado e alvo de tiroteio. Segundo testemunhas, tanto Rita Dolores como Francisca, quando souberam que a chegada dos milicianos era eminente, se dirigiram para a capela para preparar-se para o martírio; perdoaram antecipada e generosamente seus verdugos e se dispuseram para a morte, que pressentiam certa, se colocando nas mãos de Deus. “Coloquemo-nos em seus braços e que seja feita a sua santíssima vontade”, disse Madre Rita Dolores.
     Na portaria, momentos antes de sair, recitaram o Credo na presença dos milicianos, que as acompanharam até a casa de uma família conhecida. Por volta do meio-dia foram conduzidas violentamente para o interior de uma camioneta. Elas foram levadas para Canillejas, um subúrbio da capital, e ali foram fuziladas no mesmo dia, às 3 ½ h da tarde. Madre Rita tinha 83 anos e Madre Francisca 55 anos.
     Logo a fama de seu martírio foi divulgada. Testemunhas presenciais se maravilharam com a serenidade de seus rostos e do perfume que se desprendia de seus restos mortais. Por toda parte deixaram a marca de santidade e de humildade. Foram coerentes até o fim no caminho escolhido para fazer o bem ao próximo. Em 1940 seus corpos incorruptos foram encontrados e exumados.
     As Beatas Rita Dolores Pujalte Sánchez e Francisca Aldea Araujo, foram beatificadas em 10 de maio de 1998 no Vaticano pelo Papa João Paulo II. Vários habitantes de Aspes se encontravam presentes, inclusive parentes da Madre Rita Dolores, como, por exemplo, Angel Maria Boronat Calatayed, que havia intervindo no ato de beatificação.

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