Mártires Coreanas |
Quando Elizabeth tinha cinco anos,
Agostinho foi preso e posteriormente decapitado. Cecilia e os filhos também
foram colocados na prisão: privados, por ordem do governo, de todos os seus
bens, foram liberados mais tarde e foram morar com um parente que permanecera
na religião de seus antepassados. Carlos, no entanto, sofreu o mesmo destino de
seu pai.
Para sustentar a mãe e o irmão, a jovem
ganhava a vida fiando e tecendo, e fez um voto a Deus oferecendo-lhe sua
virgindade. Ela era tão reservada, que nunca olhava o rosto dos homens. Seus
parentes, que inicialmente a desprezavam, começaram a amá-la por causa de seu
caráter suave.
Quando Elisabeth estava com trinta anos,
sofreu fortes tentações por um período de cerca de cinco anos, mas conseguiu
superá-los através da oração, jejum e até mesmo flagelação. Seu maior desejo,
que os missionários viessem à Coréia, foi realizado quando, graças ao seu
irmão, chegaram o bispo Laurent Imbert e dois padres, Jacques Chastan e Pierre
Maubant, das Missões Exteriores de Paris.
Foi grande sua alegria ao hospedá-los em
sua casa e em cuidar deles. Não cuidava só dos missionários, mas também das
pessoas pobres que vinham vê-los, aos quais ensinava o catecismo e dava
esmolas. Mons. Imbert ficou tão impressionado com sua atitude que disse:
"Elizabeth é mesmo uma catequista".
Quando
a perseguição contra os cristãos recomeçou, o bispo fugiu de Seul para
refugiar-se na zona rural, enquanto Elizabeth, Paulo e sua mãe fizeram o melhor
para confortar os irmãos na fé, e fornecer alimentos e roupas para aqueles
entre eles que eram pobres ou estavam na prisão. Enquanto isso, eles preparavam-se
para o martírio.
Os três foram presos em 19 de julho de
1839. Elizabeth foi submetida a interrogatórios, mas, porque recusou renunciar
à sua fé, foi espancada 230 vezes em sete ocasiões distintas, mas nunca se
rendeu. Ela estava determinada a suportar tudo por amor a Deus e a Nossa
Senhora.
Enquanto estava na prisão, ela nunca
deixou de rezar e encorajar seus companheiros. Os espancamentos repetidos, ela
dizia, faziam com que ela entendesse muito bem os sofrimentos de Nosso Senhor.
Ela ainda obtinha alimentos e roupas para os prisioneiros.
Em 29 de dezembro de 1839 foi decapitada
junto com outros seis companheiros (Bárbara Cho Chung-i, Madalena Han Yong-I,
Pedro Ch'oe Ch'ang-hub, Benta Hyong Kyong-Nyon, Bárbara Ko Sun-i e Madalena Yi
Yong -dok), perto da Pequena Porta Ocidental de Seul. Ela tinha 43 anos. Paulo
Jeong Ha-sang e Cecilia Yu So-sa também sofreram o martírio.
Elizabeth e seus companheiros, junto com
seu irmão e sua mãe, foram incluídos no grupo de 102 mártires coreanos
canonizados pelo Papa João Paulo II em 6 de maio de 1984, como parte da sua
viagem apostólica à Coréia, Papua Nova Guiné, Ilhas Salomão e Tailândia. Seu
pai Agostinho Jeong Yak-jong e o filho do primeiro casamento, Carlos Jeong
Cheol-sang, foram beatificado pelo Papa Francisco em 16 de agosto de 2014,
durante a visita apostólica à Coreia do Sul.
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No mesmo dia, comemoração de Santa Benta
Hyon Kyong-nyon e seis companheiros mártires.
Martirologio
Romano: Em Seul, na Coréia, Santa Benta Hyŏn Kyŏng-nyŏn, viúva e catequista, e
seis companheiros, mártires, que, depois de terem sofrido muitos suplícios em
nome de Cristo, morreram finalmente decapitados.
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