sábado, 13 de fevereiro de 2016

Sta Juliana, Leiga venerada em Turim - 13 de fevereiro

    
     A figura desta Santa aparece nas vidas de alguns santos piemonteses, apesar de não existirem provas documentais ou arqueológicas que possibilitem o reconhecimento de sua vida. A sua pessoa emerge, de fato, mais como um símbolo da mulher temente a Deus, corajosa, sepultadora de mártires, amorosa educadora de futuros eclesiásticos, e não como personagem existente em tempo bem definido.
     Na passio dos Santos mártires Aventor, Solutor e Otávio, Juliana é apresentada como uma piedosa cristã de Ivrea que, tendo descoberto o corpo de Solutor, martirizado na margem de Dora Riparia, o transportou para Turim para sepultá-lo ao lado dos corpos de seus dois companheiros mortos na cidade. No local, ela mandou edificar um memorial junto ao qual ela mesma foi depois sepultada.
     É claro que nesta narrativa a vida de Juliana é inserida em tópicos hagiográficos muito recorrentes: o da mulher corajosa que com os seus meios providencia sepultura àqueles que testemunharam a Fé cristã com o sacrifício da própria vida. À Santa os hagiógrafos medievais atribuíram também um outro papel: o de educadora de Gaudêncio, futuro Bispo de Novara que, segundo as tradicionais referências de sua vida, teria sido originário da cidade de Ivrea.
     Tomando conta do pequeno Gaudêncio, ela teria transmitido também os primeiros ensinamentos da doutrina cristã às escondidas de seus familiares, que não obstante os esforços do jovem, que formou-se depois no convento eusebiano de Vercelli, não abandonaram a religião pagã.
     Este segundo papel a ela atribuído também não se pode conferir em nenhum documento histórico relevante que se refira à pessoa de Juliana, cujas relíquias são conservadas hoje na igreja dos Santos Mártires de Turim. Elas foram transportadas da igreja edificada pela Santa e aumentada no tempo com a anexação de um mosteiro beneditino que foi demolido em 1536 por ordem de Francisco I de França.
     Para além de sua existência histórica, a figura de Santa Juliana constitui um relato da importância da obra desenvolvida pelas mulheres na difusão do Cristianismo, concretizada nos papeis que exprimem melhor a sensibilidade feminina.

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