segunda-feira, 7 de março de 2016

Março, mês dedicado a São José

Santa Teresa d`Ávila e a devoção a São José
     Tomei por advogado e senhor ao glorioso São José e encomendei-me muito a ele. Vi claro que, tanto desta necessidade como de outras maiores, de perder a honra e perder a alma, este pai e senhor meu me livrou melhor do que eu lhe saberia pedir. Não me recordo, até agora, de lhe haver suplicado nada que não tenha deixado de fazer.
     É coisa que espanta (que maravilha) as grandes mercês que me tem feito Deus por meio deste bem-aventurado santo, dos perigos que me tem livrado, tanto de corpo quanto de alma. A outros santos parece que o Senhor lhes deu graça para socorrer em uma necessidade; a este glorioso santo tenho experiência que socorre em todas e que quer o Senhor dar-nos a entender que assim como esteve submetido a ele na terra, que como tinha nome de pai – sendo custódio – podia mandar Nele, também no céu faz quanto lhe pedem. E isto o tem comprovado algumas pessoas, a quem eu dizia que se encomendassem a ele, também por experiência; e ainda há muitas que começaram a ter-lhe devoção havendo experimentando esta verdade.
     Queria eu persuadir a todos para que fossem devotos deste glorioso santo, pela grande experiência que tenho dos bens que ele alcança de Deus. Não conheci pessoa que deveras lhe seja devota e faça particulares serviços, que não a vejamos mais adiantada nas virtudes porque muito aproveitam as almas que a ele se encomendam. Parece-me, já há alguns anos, que a cada ano, em seu dia, lhe peço uma coisa e sempre a vejo cumprida. Se o pedido segue meio torcido, ele o endereça para o meu bem.
     Se fosse uma pessoa que tivesse autoridade no escrever, de bom grado me estenderia em dizer muito a miúdo as mercês que este glorioso santo tem feito a mim e a outras pessoas.
     Só peço, pelo amor de Deus, que o prove quem não me crê e verá por experiência o grande bem que é o encomendar-se a este glorioso Patriarca e ter-lhe devoção. Pessoas de oração, em especial, sempre deveriam ser a ele afeiçoadas.
     Não sei como se pode pensar na Rainha dos Anjos, no tempo que passou com o Menino Jesus, e não se dar graças a São José pelo bem com o qual lhes ajudou. Quem não encontrar mestre que lhe ensine oração, tome este glorioso santo por mestre e não errará no caminho.
Santa Teresa d’Ávila, Livro da Vida 6,6-8
* * *
      São José é o patrono da boa morte: Santa Teresa, narrando a morte de suas filhas, devotas do Santo, dizia:
     Tenho observado que, no momento de exalar o último suspiro, gozavam inefável paz e tranquilidade; sua morte assemelhava-se ao doce repouso da oração. Nada indicava que estivessem interiormente agitadas por tentações. Essas divinas luzes me libertaram o coração do temor da morte. Morrer parece-me agora o que há de mais fácil para uma alma fiel”. 
* * *
     Santa Teresa d’Ávila nada empreendia sem se recomendar a São José. Foi a grande apóstola da devoção a São José. Numa das suas viagens, dirigia-se com algumas freiras a uma cidade da Espanha, onde iria fundar mais um mosteiro em honra de São José. O carro era puxado por cavalos. Quando atravessavam uma região montanhosa, em estrada cercada de precipícios, o condutor perdeu as rédeas e os cavalos se precipitaram montanha abaixo. Iam na direção de um enorme precipício. Santa Teresa, ao perceber o perigo em que se achavam, com voz firme e confiante disse:
     — Aqui só existe um meio de escapar da morte: é recorrer a São José e implorar-lhe a proteção.
     E bradaram por São José. De repente, ouve-se uma voz forte, enérgica: – Parem! parem! Se derem mais um passo, todos morrerão!, como se estivesse segurando os cavalos. Imediatamente os cavalos pararam.
     – De que lado havemos de seguir? perguntam as carmelitas.
     A voz responde:
     — Por tal caminho, que é mais seguro e menos perigoso.
     Curioso é que os cavalos, como que por si mesmos, tomaram logo a direção indicada. Estavam fora do perigo… Procuraram quem lhes falara e onde estava o benfeitor que as salvou, e a cuja voz os cavalos obedeceram. Não viram por ali nenhum ser humano.
     Santa Teresa disse às suas Irmãs: “em vão procuramos nosso salvador do perigo; quem nos salvou foi nosso padroeiro São José!”
     A grande santa nunca empreendeu viagem ou negócios sem pedir a proteção de São José.
 
Fonte: Glória e Poder de São José – Mons. Ascânio Brandão – Editora Ave Maria

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