Nasceu em Madri, a 10 de janeiro de 1889. Seus
pais, João Alexandre March e Nazária Mesa. Nazária, foi a quarta filha de uma
grande prole; sendo gêmea, esteve em perigo de vida e, por isso, foi batizada
imediatamente. Para completar as prescrições rituais levaram-na à igreja no dia
11 de abril.
Aos sete anos internaram-na no Colégio do Espírito
Santo, onde viveu até aos treze. Ao preparar-se para a primeira comunhão,
sentiu que Jesus a chamava a segui-Lo e consagrou-se totalmente a Ele com voto
de virgindade no dia 15 de agosto de 1900, diante da imagem de Nossa Senhora
que se venerava no colégio.
Em 1906, por motivos econômicos, a família emigrou
para a cidade do México. Na viagem, Nazária conheceu as Irmãs dos Anciãos
Desamparados, que viajavam no mesmo barco. Entusiasmou-se a ser como elas e
entrou na Congregação a 7 de dezembro de 1908. Voltou, por isso, para a Espanha,
para fazer o noviciado. Consagrada a Deus pelos votos religiosos, seguiu com
outras Irmãs para a Bolívia, a fim de fundar um asilo para idosos na cidade de
Oruro. Ali fez os votos perpétuos, no dia 1 de janeiro de 1915.
Por mais de doze anos fez parte dessa comunidade,
dedicada inteiramente aos pobres. Percorreu outras cidades, povoações e minas a
pedir esmolas para os velhinhos. Nessas caminhadas descobriu que a messe era
grande e os operários poucos. Que fazer?
Nos exercícios espirituais feitos em 1920, segundo
o método de Santo Inácio de Loyola, sentiu-se fortemente movida a reunir outras
pessoas para dilatar o Reino de Cristo, “sob a bandeira da cruz”.
Lutou contra a ideia de abandonar a própria
Congregação para fundar outra, mas em 1925 os Bispos de Oruro e de La Paz,
assim como o Internúncio Apostólico, concordaram que essa era a vontade de
Deus. Foi assim que no dia 16 de junho daquele ano, por decreto do Bispo de
Oruro, a Irmã Nazária Inácia deixou a Congregação das Religiosas dos Anciãos
Desamparados, para desempenhar a função de Superiora da Comunidade das
Nazarenas, que depois tomarão o nome de Missionárias Cruzadas da Igreja.
Decorridos seis meses, eram já dez as religiosas
que se dedicavam a trabalhos de apostolado por meio da catequese e da
cooperação nas obras paroquiais. Com o correr do tempo, o novo Instituto vai
abrir tanto o leque das suas ambições - colégios, orfanatos, oficinas, escolas
noturnas, obras de beneficência, asilos, visitas aos presos e doentes nos
hospitais, difusão da boa imprensa, casas de exercícios - que a Santa Sé achou
prudente restringir um pouco a finalidade da Congregação, quando lhe concedeu o
decreto de louvor, a 8 de abril de 1935.
As religiosas passaram pelo crisol do sofrimento.
Em 1932 moveram contra elas tão cruéis perseguições que até a vida lhes puseram
em perigo. Na Espanha, onde a obra se havia implantado, se não fosse a
intervenção do Cônsul do Uruguai, teriam sido fuziladas. Apesar de todas estas
adversidades, Madre Nazária Inácia, antes da sua morte, já tinha suas filhas
trabalhando na Bolívia, Argentina, Uruguai e Espanha. Em 1977, o Instituto,
dividido em cinco províncias, contava 77 casas em 13 nações da Europa, América
Latina e África.
A Serva de Deus faleceu santamente em
Buenos Aires (Argentina), a 6 de julho de 1943; seus restos foram trasladados para
a Casa Mãe de Oruro (Bolívia), segundo seu desejo, em 18 de junho de 1972.
Madre Nazária teve as
suas virtudes heroicas reconhecidas pela Igreja em setembro de 1988, e foi
beatificada em Roma a 27 de setembro de 1992. Sua festa foi indicada como 6 de julho de cada ano.
Fontes:
www.vaticano.va/
A Beata com pequenos órfãos |
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