No dia 30 de agosto, milhares de fiéis se
reúnem no Santuário de Santa Rosa de Lima para celebrar o dia da padroeira do
Peru e das Filipinas.
Com muita devoção, crianças e adultos se
aproximam do histórico “poço dos favores” para depositar suas cartas dirigidas
à santa Rosa. O poço está localizado no interior do lugar onde vivia a santa –
e hoje é o seu santuário.
Na praça em frente ao poço podem ser lidas
as seguintes palavras: “Rosa jogou neste poço a chave do cadeado de uma
corrente de ferro que ela colocou na cintura para fazer a penitência perpétua
pelos pecadores”.
História
da devoção
A determinação para fazer penitência e
aproximar-se das dores de Jesus na cruz sempre foi um destaque da vida de Santa
Rosa. É através deste ato de amor que seu sacrifício feito em vida há tantos
séculos ainda hoje segue dando graças abundantes ao povo de Lima e do mundo
inteiro que a invoca.
Conta-se que, um dia, a santa jogou no
poço a chave do cadeado da corrente de ferro que usava na cintura como
penitência e, quando lhe pediram para tirasse o cinto, Rosa confessou a
impossibilidade de fazê-lo.
Diante do fato, a santa se dirigiu ao poço
dos favores e, depois de suas súplicas, foi ali que Deus abriu milagrosamente o
cadeado.
Quando ela morreu, os milagres e as graças
conseguidas por sua intercessão cresceram cada vez mais. Os fiéis, então,
começaram a deixar seus pedidos no poço, na confiança que Santa Rosa receberia
a correspondência e, por sua intercessão, Deus concederia as graças.
Com o passar dos séculos, milhões de
pessoas deram testemunho das graças ali recebidas pela intercessão de Santa
Rosa. São graças espirituais e materiais.
A
fé compartilhada através da internet
Nem todos os devotos da santa têm a
possibilidade de estar em Lima para se aproximarem da casa dela. Por isso, para
aqueles que não podem estar lá pessoalmente, o arcebispado de Lima criou uma
plataforma virtual (http://www.arzobispadodelima.org/santa-rosa-de-lima/2011/07/04/buzon-virtual/), onde os fiéis do
mundo inteiro podem deixar seus pedidos e agradecimentos.
As pessoas que administram a conta de
e-mail de Santa Rosa o fazem com muito respeito e mantêm as mensagens em
anonimato. Depois de lerem os assuntos, os voluntários imprimem os pedidos e os
jogam ao poço.
Depois de 400 anos de intercessão de Santa
Rosa, o poço é, hoje, uma fonte de inúmeras graças para todos, lembrando-nos,
como ela mesma dizia, “além da cruz, não há outra via pela qual podemos chegar
ao céu”.
Fonte: https://pt.aleteia.org/
Em 2011
este blog publicou este pequeno resumo da vida desta Santa tão sublime:
Santa
Rosa de Lima, Padroeira do Peru e da América – 23 de agosto
Santa Rosa de Lima é a primeira Santa da
América e padroeira do Peru e da América. Nascida em Quives, província de Lima
no ano de 1586, coincidentemente no mesmo ano da aparição da Virgem Santíssima
na cidade de Chiquinquira. Era descendente de conquistadores espanhóis. Seu
nome de batismo era Isabel Flores y Oliva, mas a extraordinária beleza da
criança motivou a mudança do nome de Isabel para Rosa, ao que ela acrescentou o
de Santa Maria. Seus pais eram Gaspar de Flores, espanhol arcabuz do Vice-Rei e
Maria Oliva, limenha. Era a terceira dos onze filhos do casal.
Seus pais antes ricos tornaram-se pobres devido ao insucesso numa empresa de
mineração e ela cresceu na pobreza, trabalhando na terra e na costura até altas
horas da noite para ajudar no sustento da família. Cultivava as rosas de seu
próprio jardim e as vendia no mercado e por isso é tida como patrona das
floristas. Diz-se que tangia graciosa a viola e a harpa e tinha voz doce e
melodiosa. Além de muito bela, Rosa era tida como a moça mais virtuosa e
prendada de Lima.
Foi pretendida pelos jovens mais ricos e distintos de Lima e arredores, mas a
todos rejeitou por amar a Cristo como esposo.
Um dia estava rezando diante de uma imagem da Virgem Maria, com Jesus Cristo
ainda bebê nos braços, quando ouviu uma voz que vinha da pequena imagem de
Jesus, que lhe dizia: "Rosa, dedique a mim todo o seu amor..."
A partir de então, tomou a decisão de amar somente a Jesus, mas devido à sua
beleza, muitos homens acabavam se apaixonando por ela. Para não ser motivo de
tentações, Rosa cortou seus longos e belos cabelos, e passou a cobrir o rosto
constantemente com um véu.
Decidiu ingressar em um convento da Ordem Agostiniana, entretanto, estando
diante da imagem da Virgem Santíssima, sentiu que não podia levantar-se nem
mesmo com a ajuda de seu irmão. Foi então que percebeu ser tudo aquilo um aviso
dos céus para não ir, e bastou fazer uma prece à Nossa Senhora para que a
paralisia desaparecesse por completo.
A partir deste dia, Rosa, que se espelhava em Santa Catarina de Sena como
modelo de vida a ser seguido, passou a pedir diariamente a Deus para
indicar-lhe em que ordem religiosa deveria ingressar. Percebeu que todos os
dias, assim que começava a rezar, aparecia uma pequena borboleta nas cores
branca e preta, e com este sinal chegou à conclusão que deveria ingressar na
Congregação da Ordem Terceira de São Domingos, cujas vestimentas eram nestas
cores.
Tendo ingressado na ordem aos vinte anos, pediu e obteve licença de emitir os
votos religiosos em casa - e não no convento - como terciária dominicana e
tomou o hábito da Ordem Terceira Dominicana, após lutar contra o desejo
contrário dos pais.
Construiu uma cela estreita e pobre no fundo do quintal da casa dos pais e
começou a ter vida religiosa, penitenciando seu corpo com jejuns e cilícios
dolorosos; conta-se que utilizava muitas vezes um aro de prata guarnecido com
fincos, semelhante a uma coroa de espinhos. Entre as penitências estava o jejum
contínuo: Rosa consumia o mínimo necessário para sua sobrevivência e quase não
bebia água. Dormia sobre duras tábuas e ao olhar para o crucifixo dizia: "Senhor,
a sua cruz é muito mais cruel que a minha".
Quando seu pai perdeu toda a fortuna, Santa Rosa não se perturbou ao ter que
trabalhar de doméstica, pois tinha esta certeza: "Se os homens
soubessem o que é viver em graça, não se assustariam com nenhum sofrimento e
padeceriam de bom grado qualquer pena, porque a graça é fruto da
paciência". Vivendo fora do convento, renunciou à vida fácil, dizendo:
"O prazer e a felicidade que o mundo pode me oferecer são simplesmente
uma sombra em comparação ao que sinto".
Alcançando um alto grau de vida contemplativa e de experiência mística, suas
orações e penitências conseguiram converter muitos pecadores. Era extremamente
bondosa e caridosa para com todos, especialmente para com os índios e negros,
aos quais prestava os serviços mais humildes em caso de doença.
Segundo os relatos de seus biógrafos e dos amigos que a acompanharam, dentre
eles seu confessor Frei Juan de Lorenzana, por sua piedade e devoção Santa Rosa
recebeu de Deus o dom dos milagres. Ela era constantemente visitada pela Virgem
Maria e pelo Menino Jesus que quis repousar certa vez entre seus braços e a
coroou com uma grinalda de rosas, que se tornou seu símbolo. Também é afirmado
que tinha constantemente junto a si seu Anjo da Guarda, com quem conversava.
Ainda em vida lhe foram atribuídos muitos favores: milagres de curas,
conversões, propiciação das chuvas e até mesmo o impedimento da invasão de Lima
pelos piratas holandeses em 1615.
Apesar de agraciada com experiências místicas fora do comum, nunca lhe faltou a
cruz, a fim de que compartilhasse dos sofrimentos do Divino Mestre, sofrimentos
provindos de duras incompreensões e perseguições e, nos últimos anos de vida,
de sofrimentos físicos, agudas dores devidas à prolongada doença que a levou à
morte em 24 de agosto de 1617, aos 31 anos de idade. Suas últimas palavras
foram "Jesus está comigo!"
Seu sepultamento foi apoteótico e pranteado por todo o Vice-Reino do Peru e seu
túmulo tornou-se palco de milagres, bem como também os lugares onde viveu e
trabalhou pela causa da Igreja.
Conta-se que o Papa Clemente relutava em elevá-la aos altares, mas foi
convencido após presenciar uma milagrosa chuva de pétalas de rosa que caiu
sobre ele, vinda do céu e que atribuiu a Santa Rosa de Lima.
Ela foi beatificada por Clemente IX em 1667 e canonizada em 1671 por Clemente
X. Foi a primeira santa canonizada da América e proclamada padroeira da América
Latina. É também padroeira das Filipinas.
No Brasil, alguns municípios, como Nova Santa Rosa, no Paraná, a adotam como
Padroeira.