A
Igreja Católica celebra neste dia 15 de setembro a festa de Nossa Senhora das
Dores.
A devoção à Mater Dolorosa iniciou-se em
1221, no Mosteiro de Schönau, na Alemanha. Em 1239, a sua veneração no dia 15
de setembro teve início em Florença, na Itália, pela Ordem dos Servos de Maria
(Ordem dos Servitas). O Papa Bento XIII introduziu a festa na Liturgia. Quando
a festividade se estendeu por toda a Igreja, em 1727, com o nome das Sete
Dores, manteve-se a referência original da Missa e do ofício da Crucificação do
Senhor.
A
devoção deve o seu nome às Sete Dores da Virgem Maria:
1 - A profecia de
Simeão sobre Jesus (Lc 2: 34-35);
2 - A fuga da
Sagrada Família para o Egito (Mt 2: 13-21);
3 - O
desaparecimento do Menino Jesus durante três dias (Lc 2: 41-51);
4 - O encontro de
Maria e Jesus a caminho do Calvário (Lc 23: 27-31);
5 - Maria
observando o sofrimento e a morte de Jesus na Cruz – Stabat Mater (Jo 19:
25-27);
6 - Maria recebe o
corpo do filho tirado da Cruz (Mt 27: 55-61);
7 - Maria observa
o corpo do Filho a ser depositado no Santo Sepulcro (Lc 23: 55-56).
Apesar de tudo, Maria Santíssima se
manteve firme na oração e na confiança na vontade de Deus. Agora a Virgem quer
nos ajudar a levar as nossas cruzes diárias porque foi no calvário onde Jesus Cristo
nos deixou Maria como nossa Mãe.
Por duas vezes no ano, a Igreja comemora
as dores da Santíssima Virgem: na Semana da Paixão e também hoje, 15 de
setembro.
Na Idade Média, havia uma devoção popular
pelos cinco gozos da Virgem Mãe, e pela mesma época se complementou essa
devoção com outra festa em honra a suas cinco dores durante a Paixão. Mais
adiante, as penas da Virgem Maria aumentaram para sete e não só compreenderam
sua marcha para o Calvário, mas também sua vida inteira.
Aos frades Servitas, que desde sua
fundação tiveram particular devoção pelos sofrimentos de Maria, foi autorizado
que celebrassem uma festividade em memória das Sete Dores, no terceiro domingo
de setembro de todos os anos.
Santa Brígida da Suécia diz em suas revelações,
aprovadas pela Igreja, que Nossa Senhora prometeu conceder sete graças a quem
rezar, cada dia, sete Ave-Marias em honra de suas dores e lágrimas, meditando
sobre elas.
As promessas são:
1 - Porei a paz em
suas famílias.
2 - Serão
iluminados sobre os divinos mistérios.
3 - Consolá-los-ei
em suas penas e acompanhá-los-ei em suas aflições.
4 -
Conceder-lhes-ei tudo o que me pedirem, contanto que não se oponha a adorável
vontade de meu divino Filho e a santificação de suas almas.
5 - Defendê-los-ei
nos combates espirituais contra o inimigo infernal e protegê-los-ei em todos os
instantes da vida.
6 -
Assistir-lhes-ei visivelmente no momento da morte e verão o rosto de Sua Mãe
Santíssima.
7 - Obtive de meu
Filho, para os que propagarem esta devoção às minhas lágrimas e dores, sejam
transladados desta vida terrena à felicidade eterna, diretamente, pois
ser-lhes-ão apagados todos seus pecados e meu Filho e eu seremos sua eterna
consolação e alegria.
Fontes:
wikipedia; http://www.acidigital.com/
Um exemplo de
devoção a Na. Sra. das Dores no Brasil:
História
interlaçada com a história da cidade
Igreja de Na. Sra. das Dores de Porto Alegre |
Em 1813, inaugurada a Capela-Mor, foi
realizado o translado da imagem de Nossa Senhora das Dores; a partir de então,
as energias e esmolas se voltaram para a construção do interior da igreja.
No período inicial da construção, um negro
forro conhecido como preto José, era o responsável pelas medidas da obra,
levando a crer que escravos participaram da construção da igreja, embora em
minoria se comparados aos operários contratados.
Porto Alegre, capital da província que foi
palco de inúmeros conflitos, passou por períodos nos quais careceu de verbas
para investir na cidade, quando nem mesmo para esmola havia dinheiro
circulando. A Igreja das Dores, mesmo com as obras paralisadas, permaneceu com
suas portas abertas.
Em 1857, com a cidade entrando em um novo
período de crescimento, foi retomada a construção da Igreja, com espaço para um
hospital, que atenderia os membros necessitados da Ordem. Provavelmente por
falta de verbas, esse espaço nunca foi utilizado. O governo da Província chegou
a solicitar à Irmandade, em 1865, que os enfermos da guerra contra o Paraguai
fossem tratados ali, porém não foram encontradas notícias sobre o uso do espaço
do hospital pelos soldados feridos.
Na década de 1860, foi colocado o
madeiramento do telhado e a abóbada da nave sob a coordenação do Mestre João
Couto e Silva. Em 1866, após a pintura do teto, realizada pelo artista Germano
Traub, o corpo da igreja foi inaugurado. Nos anos seguintes, foi construída a
escadaria para a Rua da Praia.
No início do século XX, Porto Alegre
contava com arquitetos e engenheiros de origem germânica, e o ecletismo em
voga na Alemanha foi apresentado e aprovado pela Irmandade para o projeto da
igreja, sob a responsabilidade do arquiteto Júlio Weise. A construção seguiu até
1903 quando a igreja foi finalmente inaugurada, apresentando corpo em estilo
colonial português com fachada eclética: frontispício e altas torres,
ornamentados com esculturas em gesso.
Em 1938, a pedido da comunidade, A Igreja
Nossa Senhora das Dores foi tombada pelo IPHAN Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional por seu valor artístico e arquitetônico, na
categoria de Sítio Histórico Urbano Nacional.
Interior da Igreja de Na. Sra. das Dores de Porto Alegre, RS |
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