Inês de Jesus
Galand nasceu em 17 de novembro de 1602 e teve uma vida curta, faleceu em 19 de
outubro de 1634. Em Le Puy-en-Velay, França, seu pai, Pedro Galand, tinha
uma pequena loja de facas; sua mãe chamava-se Guilhermina Massiote.
Desde a Idade Média Puy era um centro de peregrinações
marianas entre as principais da França. Já no século XIII os religiosos dominicanos
estavam presentes em Puy. A igreja de seu convento, São Tiago, ficava próxima
da residência de Inês, que a frequentava para rezar e encontrava os religiosos.
Um deles, o Padre Panassière, tornou-se seu diretor espiritual.
Aos sete anos Inês se consagrou a Maria Santíssima como
escrava de amor. Aos oito
anos, constatando sua profunda piedade, ela foi autorizada a comungar, o que
era excepcional para a época. Ela rezava longamente, a conselho de seu
confessor. Aos nove anos começou a recitar o Ofício diariamente em
honra ao Espírito Santo.
Inês tinha o hábito de dar esmolas a todos os mendigos com quem cruzasse
pelas ruas de Puy. Adolescente, ela reunia suas amigas para estudarem a
doutrina católica e rezarem em conjunto. Ela também tinha um cuidado especial
em ajudar as mulheres grávidas antes, durante e depois do parto.
Em abril de 1621 se tornou religiosa terceira da Ordem de
São Domingos e em 1623 foi aceita como freira conversa no Mosteiro de São
Catarina de Siena, que fora construído naquele mesmo ano na cidade de Langeac, que
fica ao longo do Rio Allier. Este mosteiro pertencia, com outros trinta, ao
movimento de reforma inaugurado no sul da França pelo Padre Sebastian
Michaelis. Em 1625, na Festa da Purificação da Santíssima Virgem Maria, fez a
sua Profissão Solene como monja corista. Foi Mestra de Noviças e duas vezes
priora.
À imitação da mística mestra de Siena
viveu apaixonada por Cristo e pela Igreja. Em 1631, Jesus e Maria convidaram
interiormente Inês a interceder e rezar por um sacerdote a quem ela não
conhecia. Três anos depois, no parlatório do mosteiro ela se encontrou com o
Abade de Prebac, Jean-Jacques Olier, fundador do Seminário Maior de São Sulpício
e ela compreendeu que ele era o sacerdote por quem ela estava oferecendo sua
vida de oração e sacrifício.
A fama de sua santidade e as funções
delicadas que ela executou não só atrairam elogios, mas também a calúnia e a
inveja, por isso, em 1631, ela foi demitida das suas funções como priora.
Aceitou com grande serenidade todos estes sofrimentos injustos, oferecendo-os a
Deus para que na França fossem aplicados os decretos do Concílio de Trento para
a formação do clero, e pela futura Congregação dos Sacerdotes de São Sulpício,
instituída pelo Abade Olier.
Madre Inês mantinha um relacionamento
diário com seu Anjo da Guarda. Ela deixou como herança para suas coirmãs sua
vocação particular de rezar pelos sacerdotes.
Madre Inês de Jesus morreu em 19 de outubro de 1634. Seu corpo é mantido no Mosteiro de Langeac. Em 20 de novembro de 1994, foi beatificada por João Paulo II, juntamente com o Padre Jacinto Cormier, Superior Geral de 1832 a 1916, que reconheceu que devia sua vocação às orações de Madre Inês de Jesus de Langeac.
Madre Inês de Jesus morreu em 19 de outubro de 1634. Seu corpo é mantido no Mosteiro de Langeac. Em 20 de novembro de 1994, foi beatificada por João Paulo II, juntamente com o Padre Jacinto Cormier, Superior Geral de 1832 a 1916, que reconheceu que devia sua vocação às orações de Madre Inês de Jesus de Langeac.
Milagres e tradição
Durante sua vida
terrena, Inês amara especialmente estar junto às mães no momento do parto.
Assim, em 1952, em Langeac, após rezarem para ela interceder num nascimento que
poderia colocar a vida da mãe e da criança em perigo, o parto aconteceu muito
naturalmente. Este milagre foi o ponto de partida para a sua beatificação.
Diz-se que certa vez, quando ela ia
assistir a Missa, um pobre veio até ela e pediu uma esmola. Inês lhe disse que
infelizmente não tinha nada para lhe dar. "Olhe no seu bolso" - disse
o pobre - "que você vai encontrar algo bom para mim". Ela obedeceu e
encontrou uma moeda que ela ia entregar ao pobre, mas ele tinha desaparecido.
Pouco depois de entrar no mosteiro
Langeac, à Inês foi confiado o cuidado da cozinha. Ora, era preciso ir muito
longe para buscar a água; ela precisava fazer viagens longas e árduas. Ela
confidenciou seu sofrimento a Deus, que imediatamente atendeu seu desejo: Ele
fez surgir na cozinha mesmo uma fonte de água muito clara e abundante. Esta
fonte, organizada mais tarde, foi o foco de muitos milagres.
Madre Inês de Jesus portava os estigmas sem que estes fossem visíveis externamente. Ela era tida como mística ainda em vida. São Luís Maria Grignion de Montfort a menciona em seu Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem, parágrafo 170:
Madre Inês de Jesus portava os estigmas sem que estes fossem visíveis externamente. Ela era tida como mística ainda em vida. São Luís Maria Grignion de Montfort a menciona em seu Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem, parágrafo 170:
"Contento-me simplesmente de citar
uma passagem histórica que li na vida da Madre Inês de Jesus, religiosa
jacobina (*) do convento de Langeac, em Auvergne, a qual morreu em odor de
santidade nesse mesmo lugar, em 1634. Não tinha ela ainda sete anos, quando,
uma ocasião, sofrendo tormentos de espírito, ouviu uma voz que lhe disse que,
se ela quisesse livrar-se de todos os seus sofrimentos e ser protegida contra
todos os seus inimigos, se fizesse quanto antes escrava de Jesus e de sua Mãe
Santíssima. Mal chegou em casa, entregou-se inteiramente a Jesus e Maria, como
lhe aconselhara a voz, embora não soubesse em que consistia esta devoção; e,
tendo encontrado uma corrente de ferro, cingiu com ela os rins e a usou até a
morte. Depois desse ato todas as suas penas e escrúpulos cessaram, e ela se
achou numa grande paz e bem-estar de coração, e isto a levou a ensinar esta
devoção a muitas outras pessoas, que fizeram grandes progressos, entre outros,
a M. Olier, que instituiu o Seminário de São Sulpício, e a muitos outros padres
e eclesiásticos do mesmo seminário. Um dia a Santíssima Virgem lhe apareceu e
lhe pôs ao pescoço uma cadeia de ouro para lhe testemunhar a alegria de tê-la
como escrava de seu Filho e sua; e Santa Cecília, que acompanhava a Santíssima
Virgem, lhe disse: 'Felizes os fiéis escravos da Rainha do céu, pois gozarão da
verdadeira liberdade: Tibi servire
libertas'".
(*) Até a Revolução Francesa os religiosos
da Ordem de São Domingos eram chamados jacobinos, do nome da Igreja de
Saint-Jacques (São Tiago) em Paris, perto da qual a Ordem se estabeleceu.
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