A
princesa que deixou a corte e ingressou em um mosteiro na floresta
Era filha de Anna, rei dos anglos
orientais. Suas irmãs eram Santa Withburga, Santa Setrida, Santa Sexburga e Eteltride,
abadessas de Ely. Etelburga e Setrida foram enviadas para o convento de
Faremoutiers na França para serem educadas. Por desejar alcançar a perfeição
cristã, Etelburga consagrou-se a Deus no mosteiro de Faremoutiers, na floresta
de Brie, no governo do qual ela e sua irmã sucederam a fundadora, Santa Fara.
Sua irmã mais velha, Santa Sexburga, se
casou com o rei Erconberto de Kent. Sexburga influenciou muito o marido. O
Venerável Beda diz que Erconberto foi o primeiro rei inglês a ordenar o
completo abandono e destruição de ídolos em todo o reino. Ele também ordenou
que todos observassem os jejuns da Quaresma. Sua filha, Santa Ercongota, entrou
no convento com suas tias Etelburga e Setrida porque, segundo Beda, ainda havia
poucos mosteiros na Inglaterra.
Etelburga era reconhecida em toda a
comunidade por sua adesão à Regra da Ordem. Por volta de 660, Etelburga sucedeu
a fundadora, Santa Fara e sua meia-irmã Setrida, como abadessa. Etelburga
governou com sabedoria e justiça até sua morte.
Ela começou a construir ali uma igreja dedicada
a todos os doze Apóstolos, mas morreu antes de completá-la e foi sepultada no
prédio semiacabado em 664. A seu pedido ela foi enterrada na igreja inacabada. Depois
de sete anos as monjas decidiram que não tinham condições de completar as obras
da igreja e as relíquias de Etelburga foram transladadas para a igreja próxima
de Santo Estevão, o Mártir, quando o seu corpo foi encontrado incorrupto, como
testemunha São Beda. [1]
Ela é mencionada nos Martirológios
romanos, franceses e vários martirológios ingleses (Affwater, Beneditinos,
Bentley, Delaney, Farmer) neste dia, 7 de julho. [2] Nestes dois últimos, sua
sobrinha Santa Ercongota é venerada com ela. Ercongota acompanhou Santa Etelburga
a Faremoutiers, e lá com ela recebeu o véu; deu um grande exemplo de todas as
virtudes, e depois de sua morte feliz foi honrada por muitos milagres, como Beda
relata.
Na arte, Santa Etelburga é descrita como
uma abadessa carregando os instrumentos da Paixão. Ela é invocada para curar reumatismo.
Heresvida, a esposa do rei Anna, a mãe de
Etelburga e de muitos santos, após a morte de seu marido retirou-se também na
França, e consagrou-se a Deus no famoso mosteiro de Cale ou Chelles, cinco
léguas de Paris, perto do Marne, fundado por Santa Clotilde, mas principalmente
dotado por Santa Batildes, onde ela perseverou, avançando diariamente em santo
fervor para sua morte feliz.
Veja
a história do mosteiro de Chelles no sexto tomo da história tardia das dioceses
de Paris, de Abbé Lebeuf e Solier, neste dia, p. 481, etc.
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Nota 1. Beda, b. 3, c. 6.
Nota 1. Beda, b. 3, c. 6.
Nota
2. Em Sta. Edelburga, vide Solier the Bollandist, ad diem 7 Julij, t. 2, p.
481. Em francês ela é chamada Sta. Aubierge. Vide também Du Plessis, Hist. de
Meaux.
(de:
The Lives of the Saints, by Rev. Alban Butler (1711–73). Volume VII:
July, p. 43)
Abadia de Faremoutiers
No século IX, como todas as abadias
francesas deviam ser ordenadas por Luís o Piedoso, foi preciso substituir a
regra vigente pela Regra de São Bento.
Em 1140 a abadia foi destruída por um
incêndio. Em 1445, ao final da Guerra dos 100 Anos, foi pilhada pelos soldados.
Nos séculos XVI e XVII a abadia recebeu um
favor real, mas foi corrompida pelo jansenismo, e no século XVIII sofreu com um
exaustivo processo do Bispo de Meaux e com problemas econômicos.
Foi supressa durante a Revolução Francesa.
Até 1796, as instalações foram utilizadas como quartel e, posteriormente, como
pedreira.
Etimologia:
Etel, anglo-saxão: “nobre pela riqueza”. Inglês: Ethel
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