Martirológio
Romano: Perto de Subiaco, no Lácio, Itália, Santa Quelidonia ou Celidônia,
virgem, que, como diz a tradição, durante cinquenta e oito anos levou vida
solitária e austera, dedicada unicamente a Deus († 1152).
Chelidonia em grego (chelidôn)
significa "andorinha". Esta santa de nome original, e que não são
muitas as pessoas que o têm, gostava da solidão: passou quase 60 anos nos
montes Simbruini que rodeiam a cidade de Abruzzo, Itália.
Ela
nasceu em Cicoli, em Abruzzo, por volta de 1077, numa família do povo. Seu
primeiro nome era aparentemente Cleridona ("dom da sorte"); após a
Renascença, a partir de um afresco da caverna sagrada de Subiaco, começaram a
usar Quelidonia.
Por volta de 1092, ansiosa para se dedicar a Deus, ela deixou a casa da família
e se retirou como eremita em uma caverna de Simbruini, duas milhas a nordeste
de Subiaco. O lugar era e é conhecido como Mora Ferogna.
Este lugar era então um itinerário importante para atingir a santidade, devido
em parte a São Bento e sua imensa obra religiosa. Foi ali que ele se retirou
pela primeira vez para levar uma vida de penitência e oração. Fundou doze
eremitérios. Hoje só restou o de Santa Escolástica, irmã de São Bento.
Celidônia
viveu ali por quase 60 anos sozinha diante de Deus, jejuando e rezando,
heroicamente suportando a inclemência das estações, dormindo sobre a rocha nua,
desafiando a selvageria de lobos, alimentada pelas ofertas dos fiéis, logo
atraídos pela fama de suas virtudes e de seus milagres, e às vezes sustentada
milagrosamente por Deus.
Uma
vez apenas Celidônia interrompeu sua solidão, entre 1111 e 1122, numa
peregrinação a Roma. Na volta, tomou o hábito de monja no mosteiro de Santa
Escolástica. O que significa que o fez na comunidade feminina mais antiga do
Ocidente. Na basílica de Santa Escolástica, no dia 12 de fevereiro, dia
consagrado à irmã de São Bento, Celidônia recebeu o habito beneditino das mãos
do Cardeal Conone, Bispo de Palestrina.
Retomou em seguida sua vida eremítica, que não abandonou até a morte, na noite
de 12 para 13 de outubro de 1152. Uma coluna luminosa foi vista então por
numerosas testemunhas nos arredores de seu eremo. Também em Segni, onde se
encontrava o Papa Eugênio III, o fenômeno foi observado. Foi este mesmo papa
que elevou Celidônia às honras do altar.
O corpo da santa foi transferido em seguida pelo Abade Simão, do Mosteiro de
Santa Escolástica, e sepultado na capela de Santa Maria Nova. Mas, nove anos
depois seus restos mortais foram transferidos para um local onde mais tarde o
Abade Simão construiu um mosteiro de religiosas e uma capela dedicada a Santa
Celidônia e a Santa Maria Madalena. O mosteiro aparece em um documento datado
de 4 de outubro de 1187.
Em 1578, como o mosteiro estava abandonado, o corpo da santa foi
definitivamente transferido para o Mosteiro de Santa Escolástica pelo Abade
Cirilo de Montefiascone, com festas soleníssimas que aparecem numa minuciosa
redação. Na ocasião a biografia da santa, redigida por um anônimo contemporâneo
de Celidônia e perdida mais tarde, foi reescrita numa forma mais elegante.
A Sagrada Congregação dos Ritos proclamou-a patrona principal de Subiaco em 21
de outubro de 1695.
Do ponto de vista folclórico, é interessante a procissão de 13 de outubro: ela
sai da basílica de Santa Escolástica levando um relicário contendo o coração da
santa, atinge um ponto de onde se vê Subiaco. Dali a cidade e o território
abacial são abençoados com a relíquia; à noite, as pessoas que vivem aos pés do
monte onde a santa viveu e morreu acendem luzes em torno do local para renovar
a luz maravilhosa que o iluminou por ocasião de sua morte.
Provavelmente nos nossos dias haveria menos estresses e infartos se muita gente
dedicasse alguns dias ao que fez Celidônia. Seria a melhor terapia para todo
aquele que sente necessidade de paz interior. E é um fato constatado que as
hospedarias dos mosteiros estão o ano todo repletas de pessoas que buscam o
silêncio.
Há
também uma outra celidônia, uma planta medicinal conhecida como erva-andorinha,
erva-das-verrugas ou ceruda. Esta planta medicinal apresenta talo
ramificado e quebradiço, com flores amarelas, folhas grandes,
alternadas e verde-escuras. A celidônia pode ser usada como remédio
caseiro no tratamento de desconforto relacionado à vesícula biliar, mas também
tem indicação para o tratamento de verrugas.
Este
post apareceu neste blog em 12 de outubro de 2015
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