Bartolomea
nasceu em Chivasso, na diocese de Ivrea, entre 1425 e 1435. Seu pai Martino era
irmão do Beato Angelo Carletti. Seguindo o conselho do famoso tio, ela vestiu o
hábito de terciária franciscana, dedicando-se à vida de oração e assistência
aos necessitados, e dando vida a uma próspera comunidade terciária.
Em 1486 obteve a permissão do tio para
erguer um verdadeiro cenóbio em Chivasso, que em 1505 foi aprovado como um
mosteiro regular de Irmãs de Santa Clara ou Clarissas.
Ela morreu de velhice em dezembro de 1508.
Ela foi enterrada às custas da comunidade de Chivasso na sacristia da igreja de
São Bernardino, e foi imediatamente homenageada com o título de Bem-Aventurada
pelos cidadãos e pela ordem franciscana. Mais tarde, seu corpo incorrupto foi
colocado na igreja de Santa Maria dos Anjos, sob o altar principal.
Desde 1801 ela descansa na catedral da
cidade. Em 2016, a mando do Bispo Dom Eduardo Aldo Cerrato, a urna contendo os
restos mortais da Beata Bartolomea, há muito escondida atrás de um
confessionário, se tornou visível novamente.
-.-.-
Chivasso e o mistério da "Santa Esquecido"
Em
plena Chivasso, Bartolomea Carletti deve ser reverenciado como santa
Dois portões na parede perto do altar
principal, sob o corredor esquerdo da Catedral de Chivasso, por mais de dois
séculos esconderam um segredo, revelado pelo Bispo de Ivrea, Monsenhor Eduardo
Cerrato, durante a missa solene celebrada por ocasião das celebrações do Santo
Padroeiro, o Beato Angelo Carletti.
"Prepare-se, hoje haverá uma grande
surpresa", disse o alto prelado ao jovem pároco, Padre Davide
Smiderle, pouco antes da missa. Aquelas grandes madeiras escuras escondiam um
nicho coberto com uma cortina preta. Encorajado pelo bispo, o pároco levantou o
tecido e, para espanto dos fiéis e do próprio pároco, apareceu um corpo
perfeitamente preservado.
Este é o corpo da Beata Bartolomea
Carletti, que morreu em 1508, sobrinha neta do Beato Angelo, o santo padroeiro
da cidade. Ela estava descansando lá desde 1801, antes de ser preservado sob o
altar principal da Igreja de Santa Maria dos Anjos, que agora sedia exposições
e eventos de música clássica.
Após sua morte, ela foi enterrada em outra
igreja, aquela de São Bernardino, que não existe mais hoje, à vontade e às
custas da comunidade chivassense.
Muito amada por sua dedicação aos doentes
e aos pobres, a Beata Bartolomea nasceu entre 1425 e 1435; seu pai Martino era
irmão do Bem-aventurado Angelo Carletti, conhecido teólogo da época e autor da
famosa "Summa Angélica". Foi o tio dela que a instigou a assumir o hábito
de terciária franciscana.
Em 1486 Bartolomea conseguiu construir um
mosteiro para as Irmãs de Santa Clara, que liderou até sua morte, mas nunca se
tornou uma Clarissa. Esse mosteiro hoje se chama Palazzo Santa Chiara e nada
mais é que a sede da Prefeitura de Chivasso.
Bartolomea Carletti deve ser reverenciada
como a santa chivassense. Por que, então, ela permaneceria na escuridão de uma
cripta por duzentos anos, escondida dos fiéis, mesmo que os historiadores e
padres da paróquia que a sucederam estivessem bem cientes de sua existência e
presença dentro da Catedral?
Um verdadeiro mistério... Talvez o
constrangimento da Igreja em venerar um santo (o tio Beato Angelo) que nasceu
sim em Chivasso, mas que viveu fora dos muros de sua cidade natal e foi
enterrado em Cuneo onde seus restos mortais ainda estão preservados no Santuário
dos Anjos.
"Fiquei surpreso quando o bispo me
disse para tirar a cortina preta que escondia a porta", comenta o pároco
da Catedral de Santa Maria Assunta, o Padre Davide Smiderle. O que vamos fazer?
Agora pretendo reorganizar e embelezar a área onde o corpo está preservado".
A data marcada para a celebração solene da Bem-Aventurada já foi definida, 18
de maio de 2017. Quem sabe se depois de meio milênio Bartolomea Carletti não
entra definitivamente no coração dos Chivassenses.
A Catedral de Santa Maria Assunta na praça de Chivasso, Itália |
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