quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

O Divino Menino Jesus de Beaume

     
     A venerável religiosa carmelita Irmã Margarida do Santíssimo Sacramento, falecida em 26 de maio de 1648, em Beaume (França), na idade de 29 anos, tornou-se célebre pela sua devoção ao Menino Deus.
     Vimos na narração sucinta de sua vida no post anterior, que Margarida se consagrou ao Menino Jesus como esposa de sua infância e em 1636 criou a “Família do Santo Menino Jesus” cujos “servos” deviam viver das virtudes da Santa Infância e recitar a Pequena Coroa. Esta devoção muito rapidamente saiu dos limites do claustro. Em 1643, uma imagem do Menino Jesus foi-lhe dada pelo virtuoso Barão Gaston de Renty, que fora atraído pela fama de sua santidade (*).
     A Venerável compôs, por inspiração divina, uma pequena coroa constituída de três Pai-nosso em honra da Santíssima Trindade, e de doze Ave-Marias em memória dos doze anos da infância de Jesus.
     Jesus mostrou à dedicada serva o quanto esta prática lhe era agradável: fê-la ver, numa revelação, estes pequenos terços brilhando com uma luz sobrenatural, prometendo-lhe que daria graças especiais a quem o trouxesse e recitasse com devoção, sobretudo as virtudes da pureza e da inocência. A recitação desta Coroinha obtém prodígios de graças espirituais e temporais, e é um poderoso escudo contra os espíritos infernais.


Coroinha (ou Terço) do Menino Jesus
 
Divino Menino Jesus, adoro a vossa Cruz e me entrego à vossa Santa Vontade.
Em Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
 
Trindade Adorável, nós Vos oferecemos todas as Adorações do Coração do Santo Menino Jesus.
E o Verbo se fez carne e habitou entre nós. Pai Nosso...
 
Santíssima Trindade, nós Vos oferecemos o que operastes na alma da Santíssima Virgem no tempo da Encarnação.
E o Verbo se fez carne e habitou entre nós. Pai Nosso...
 
Trindade Adorável, agradecemos as graças que concedestes à São José em vista de Jesus e de Maria.
E o Verbo se fez carne e Ele habitou entre nós. Pai Nosso...
 
 
OS DOZE MISTÉRIOS DA SANTA INFÂNCIA
 
1. A ENCARNAÇÃO DE NOSSO SENHOR:
Santo Menino Jesus, adoramos o momento da tua Encarnação.
E o Verbo se fez carne e habitou entre nós. Ave Maria...  [repetir em cada mistério]
 
2. SUA MORADA NO SEIO DE SUA SANTA MÃE:
Adorável Criança, nós Te adoramos residindo nove meses no seio de Maria.
 
3. SEU NASCIMENTO:
Criança Divina, nós Te adoramos nascendo em um pobre estábulo.
 
4. SUA PERMANÊNCIA NO ESTÁBULO:
Criança muito amável, precioso tesouro do céu e da terra, junto com os anjos e os pastores de Belém nós Te adoramos na manjedoura.
 
5. SUA CIRCUNCISÃO:
Deus de Amor, que é a própria Santidade, Te adoramos levando a marca da Aliança na tua Circuncisão. Faça nossos corações semelhantes ao Teu.
 
6. SUA EPIFANIA:
Santo Menino Jesus, com os Magos prostramo-nos aos Teus pés sagrados. Sede para sempre o único Rei de nossos corações.
 
7. SUA APRESENTAÇÃO NO TEMPLO:
Adorável Criança, oferece-nos a Deus Teu Pai contigo, para que sejamos totalmente entregues ao Amor.
 
8. SUA IDA PARA O EGITO:
Santo Menino que, sendo o Deus Forte, fugiste diante do Rei Herodes, faz-nos fugir, mais do que da morte, da sombra do pecado.
 
9. SEU RETORNO DO EGITO:
Poderosíssima Criança, afasta-nos do espírito do mundo e faça crescer em nós o desejo do Céu.
 
10. SUA VIDA OCULTA EM NAZARÉ:
Amabilíssimo Menino, faze-nos amar a vida oculta e humilde e deixa-nos saborear a felicidade de saber que somos amados pela Sagrada Família.
 
11. SUAS VIAGENS COM SUA SANTA MÃE E SÃO JOSÉ:
Divino Menino Jesus, santifica todos os nossos passos. Visto que és nosso único Tesouro, que O busquemos com frequência em nossas igrejas para rezar para Ti e Te adorar, nosso Salvador e nosso Deus.
 
12. SEU ENCONTRO NO TEMPLO NO MEIO DOS DOUTORES:
Admirável Menino Jesus, no qual estão contidos todos os Tesouros da Sabedoria e da Ciência, venha e estabeleça para sempre o teu lar em nossos corações. Sê o nosso único Mestre, inspira-nos a tua Vontade e dá-nos a graça de cumpri-la com fidelidade e alegria.
 
CONSAGRAÇÃO ao Santo Menino Jesus
     Divino Menino Jesus, que me dais tudo que tendes e tudo que sois para me salvar e me enriquecer com sua graça. Em resposta ao vosso imenso amor por mim, eu Vos ofereço e dedico tudo o que sou e tudo o que tenho. Eu me entrego a Vós, consagro todas as faculdades da minha alma a Vós. Dedico minha memória a Vós: façais com que ela se lembre continuamente de que Vos fizestes uma criança por mim. A Vós consagro a minha inteligência: iluminai-me com as vossas luzes divinas, me faça entender que se quisésseis Vos humilhar até Vos tornar uma criança para me salvar, devo lutar continuamente contra os movimentos de orgulho e ambição para imitar-vos no estado de vossa Santa Infância. Eu consagro minha vontade a Vós: tornai-Vos o mestre de todos os meus desejos e de todas as minhas afeições. Faça, ó Santo Menino Jesus, que eu não tenha outra vontade do que servi-lo e amá-lo, imitá-lo praticando a humildade, obediência, gentileza, simplicidade e inocência. Dê-me um coração puro que olhe apenas para Vós e que se alegra com o que sois. Ó Jesus, Rei da Graça, eu me abandono a Vós. Venha reinar sobre meu coração hoje e para sempre. Amém
 
(*) O Barão Gaston de Renty (1611 - 1649) muitas vezes presidente da Companhia do Santíssimo Sacramento, composta por membros da nobreza, combatia no campo cultural-moral a revolução cultural que preparava a Revolução Francesa.
     O Barão de Renty quis ser cartuxo, mas as circunstâncias o levaram a fazer um casamento exemplar e ser pai de uma família numerosa.
     Dotado de uma extraordinária capacidade articuladora, expandiu a Companhia do Santíssimo Sacramento pela França, inspirou sua fundação de Montreal, no Canadá, terra que jamais pisou.
     Ele doou a imagem milagrosa do Menino Jesus de Beaune e acredita-se que possa tê-la entalhado ele próprio.
    “Sua devoção ao Menino Jesus, tão característica da espiritualidade do final do século XVII e dos séculos seguintes, não foi, no entanto, uma devoção ao “pequeno Jesus” pedindo que as crianças fossem boazinhas como as imagens.
     “Sua devoção à Infância é a de um abandono radical de si mesmo, retomando o tema da Infância de Jesus, o que os quietistas condenados designavam erroneamente com os termos do abandono a Deus, da expropriação de si mesmo para quem alcançou o fim do caminho espiritual. (...)
     “Encontramos em Gaston de Renty o misticismo medieval e do início da reforma católica ligada ao Concílio de Trento, que no final do século XVII não era mais reconhecida”.

2 comentários:

  1. S. M!
    Muito bom postar este tema. O Menino Jesus é o mais esquecido destas festas de Natal. É um apostolado de Justiça! Que o Menino Jesus volte o quanto antes a reinar na Terra.

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    1. Amém,que o Pequeo Rei da Graça reine no Reino de Maria!

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