segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Beata Elvira Moragas Cantarero, Farmacêutica, Carmelita, Mártir da Rev. de 1936 – 16 de agosto

     
Também conhecida como Irmã Maria do Sacrário de São Luís Gonzaga
     Elvira Moragas Cantarero nasceu em Lillo (Toledo), em 8 de janeiro de 1881. Sua família mudou-se para Madri quando ela tinha 4 anos porque seu pai era o fornecedor farmacêutico da Casa Real. Elvira, filha e neta de farmacêuticos, estudou primeiro no Instituto Cardenal Cisneros e depois estudou Farmácia na Universidade Central de Madrid.
     Elvira foi pioneira na universidade. Ela foi a primeira mulher na Espanha a se formar em Farmácia. Isto foi em 1905. Ela se tornou a 29ª mulher espanhola que realizou estudos universitários. Ela trabalhou na farmácia de seu pai por vários anos.
     Ela também foi a primeira mulher espanhola a se matricular em Cursos de Doutorado em Farmácia, estudando microbiologia, entre outras disciplinas. Os cursos de doutoramento proporcionaram formação científica que foi enriquecida com os chamados "cursos de doutoramento concluídos", que, quando aplicados a um projeto de investigação, permitiam o acesso ao título de doutor.
     Em 1915, aos 34 anos, Elvira entrou no Carmelo. Tomo o nome de Maria do Sacrário de São Luís de Gonzaga. Tomou o hábito em 21 de dezembro, fez a primeira profissão em 24 de dezembro de 1916 e a profissão perpétua em 6 de janeiro de 1920. No convento desempenhou várias tarefas, de enfermeira a torneira. Mais tarde foi mestra das noviças e priora do convento de 1927 a 1930.
     Em 1º de julho de 1936, foi eleita priora pela segunda vez. Foram tempos ruins. Nesse mesmo mês, em 18 de julho, quando a Guerra Civil Espanhola estava apenas começando, as janelas da igreja conventual foram apedrejadas. Madre Maria do Sacrário disse às freiras que se quisessem ir com a família, podiam fazê-lo livremente, mas que ela ficaria no convento. A maioria ficou com ela. Ela rezou dizendo: "Tenho que cuidar de todos os meus pequeninos".
A Beata na juventude
     Em 14 de agosto, enquanto rezava a Liturgia das Horas, membros da Frente Popular a prenderam no convento e a levaram para a “checa” socialista da rua Marquês de Riscal, 1, em Madri, que era o palácio dos condes da Casa Valência. Esta “checa” atuou entre julho de 1936 e maio de 1937. Era administrado por milícias do Círculo Socialista do Sul e dependia organicamente da Inspeção Geral das Milícias Populares, que, por sua vez, dependia diretamente do então socialista e Ministro do Interior, Anjo Galarza Gago.
     Uma das prioridades desta “checa” era conseguir objetos de valor. Questionaram a prioresa sobre "os tesouros do convento". Ela respondeu escrevendo em um pedaço de papel: "Viva Cristo Rei!" Dali a levaram, insultando-a e agredindo-a verbal e fisicamente, até a campina de San Isidro, onde a fuzilaram à noite, véspera da Assunção. Isso aumentou o número de cientistas mortos pela Frente Popular (leia aqui "A Frente Popular matou mais cientistas em três anos do que a Inquisição em três séculos").
     Uma testemunha ocular, Irmã Natividade, que estava com ela nas últimas horas que passou na “checa”, declarou: “Sempre vi minha mãe como uma santa; sempre a vi recolhida, com um ar de paz e serenidade”.
     Em 10 de maio de 1998, o Papa João Paulo II beatificou a ex-farmacêutica como mártir, juntamente com a Madre Maravilhas de Jesus.
     O Papa disse naquele dia: “O livro do Apocalipse nos presenteou com a visão de Jerusalém, “arranjada como uma noiva que se enfeita para seu marido” (Ap 21, 2). Embora estas palavras se refiram à Igreja, podemos aplicá-las também às duas carmelitas descalças que foram proclamadas beatas nesta celebração, tendo alcançado o mesmo ideal por diferentes caminhos: Madre Sacrário de São Luís Gonzaga e Madre Maravilhas de Jesus. Ambos, com o adorno das virtudes cristãs, suas qualidades humanas e sua dedicação ao Senhor no Carmelo Teresiano, aparecem hoje aos olhos do povo cristão, como Esposas de Cristo.
     A Madre Maria do Sacrário, farmacêutica na juventude e modelo para os que exercem esta nobre profissão, abandonou tudo para viver somente para Deus em Cristo Jesus no mosteiro das Carmelitas Descalças de Santa Ana e São José em Madrid. Ali amadureceu sua dedicação ao Senhor e aprendeu com Ele a servir e se sacrificar por seus irmãos. Por isso, nos turbulentos acontecimentos de julho de 1936, ela teve a coragem de não trair sacerdotes e amigos da comunidade, enfrentando a morte com integridade por sua condição de carmelita e por salvar outras pessoas”.
     Sua vida foi estudada por José Carlos Areses Gándara em seu livro “A vida da Beata Maria Sacrário: farmacêutica, carmelita e mártir”.
 
Fontes:
https://www.religionenlibertad.com/
“Blessed Elvira Moragas Cantarero”. CatholicSaints.Info. 24 July 2020. Web. 6 July 2022.
https://catholicsaints.info/tag/name-elvira/

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