O século XIII foi uma época de prosperidade
para a Catalunha, Espanha, protagonista do comércio mediterrâneo. Em Barcelona
a família Cervelló também era próspera. Maria nasceu nesta nobre
família no dia 1º de dezembro de 1230, na Rua de
Montcada, e foi batizada em 8 do mesmo mês, no sarcófago antigo da mártir Santa
Eulália que servia de pia batismal na paroquia de Santa Maria do Mar.
Atraída pela caridade que os Irmãos Mercedários inspiravam a favor dos
cativos, isto é, os cristãos que eram feitos prisioneiros em terra e no mar, e
eram vendidos como escravos na África, aos 18 anos tornou-se
a consoladora dos pobres, dos doentes e dos escravos no Hospital de Santa Eulália.
A Ordem de Nossa Senhora das Mercês foi
fundada por São Pedro Nolasco; os Mercedários constituíam uma
Ordem masculina que resgatava os cristãos cativos, mas havia grupos de senhoras
que os sustentavam com orações e ofertas para as custosas expedições à África. Maria
e sua mãe se uniram ao grupo de Barcelona. Quando a mãe faleceu, Maria doou o
seu patrimônio aos Mercedários.
Em 25 de maio de 1265 os
grupos femininos se transformaram canonicamente em Ordem Terceira Mercedária,
com estatuto, hábito religioso e uma priora. Maria fez profissão religiosa, recebendo o hábito das mãos de São Bernardo de Corby. Logo outras jovens a seguiram, como as
Beatas Eulália Pinos, Elisabete Berti, Maria de
Requesens e, mais tarde, Santa Colagia.
Maria de Cervelló foi designada
priora e é considerada a fundadora das monjas Mercedárias.
Ela desenvolveu uma obra contínua e completa de resgate: encarregar-se dos
escravos repatriados (alguns eram sozinhos no mundo, muitos estavam privados de
tudo), ajudando-os a se tornarem independentes. Depois do resgate, a segurança.
Ela também é
chamada de Santa Maria do Socorro, porque tanto em vida como após a morte foi vista mais
de uma vez nas asas do vento, apressando-se para ajudar no resgate de navios que iam remir os
cativos cristãos e se viam ameaçados pelas ondas do mar tempestuoso.
Depois de uma vida
cheia de humildade, vigílias,
jejuns, entremeada de milagres estupendos, Santa Maria voou para o Senhor no
dia 19 de setembro de 1290; seu corpo
incorrupto é preservado na
Basílica das Mercês, em Barcelona.
A Basílica foi devastada em 1936, durante
a guerra civil espanhola, quando muitos padres e irmãs foram mortos por serem
religiosos. Muitos sepulcros de religiosos mortos há tempos foram profanados.
Segundo H. Thomas, em sua História da
guerra civil espanhola, em 1936 “uma multidão acorreu para ver expostos os
cadáveres insepultos de 19 irmãs salesianas”. Mas ninguém jamais tocou em Santa
Maria do Socorro: mesmo em meio aquela ação burlesca, seu túmulo permaneceu
intacto.
Em 1692, Inocêncio XII, como decisão
pessoal, aprovou o culto que era atribuído a ela há muito tempo. Mais tarde seu
nome foi incluído no Martirológio Romano.
Sua festa litúrgica é comemorada no dia 19
de setembro.
Basilica de Na. Sra, das Mercês, Barcelona |
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