Nasceu em 1265 em Rattenberg (Tirol Norte). Foi doméstica e cozinheira no
vizinho Castelo de Rottenburg.
Filha de uma família de lavradores sem fortuna do Tirol, foi educada nos
princípios católicos. Aos dezessete anos foi admitida como cozinheira no palácio
do Conde Henrique de Rottenburg. Henrique e Jutta, sua esposa, grandes
esmoleres, designaram Notburga como sua despenseira para com os pobres que
chegavam a toda hora em seu palácio. Ela distribuía generosamente aos pobres tudo
aquilo que sobejava da mesa dos patrões. Ela também doava aos pobres o seu próprio
alimento, especialmente às sextas-feiras.
Seis anos viveu com os condes; com a morte
deles tudo mudou para Notburga. Otília, a nova condessa, a maltratou de mil
modos, e por fim a expulsou de sua casa. Mas, Otília ficou mortalmente enferma
e Notburga cuidou dela e a preparou para a morte.
Notburga depois passou a trabalhar para os
agricultores do vale do Eben. Ali realizou um milagre para que os trabalhos nos
campos terminassem após o toque dos sinos das Vésperas do sábado – que segundo
o costume medieval indicava o início da festa dominical –, para que os
camponeses pudessem se dedicar à oração e aos trabalhos da casa.
Depois do falecimento de Otília, seus
filhos, que herdaram seus bens e eram católicos piedosíssimos, acolheram a
jovem, que voltou a trabalhar como cozinheira no castelo. Novamente despenseira
dos pobres, continuou suas atividades caritativas até sua morte.
Notburga faleceu em 14 de setembro de 1313 no Castelo de Rottenburg. Um
pouco antes de sua morte ela dissera ao seu senhor para colocar seu corpo em
uma carroça puxada por dois bois, e para enterrá-lo onde os bois parassem. Os
bois dirigiram a carroça para a Capela de São Roberto, em Eben am Achensee,
onde ela foi sepultada.
A Santa é invocada como modelo e patrona da juventude rural, e venerada
como patrona dos camponeses e das domésticas. O seu culto se difundiu no Tirol,
Áustria, Ístria, Baviera e foi confirmado pelo Papa Pio IX com decreto de 27 de
março de 1862.
Não existem documentos contemporâneos que mencionem sua vida, somente um
texto muito antigo, em alemão, pintado a óleo sobre madeira, que adornava o
túmulo de Notburga em Eben am Achensee, e se perdeu.
Este texto, que foi transcrito para o latim e é conservado no Museu Ferdinandeum
de Innsbruck, narra numerosos milagres e prodígios que aconteceram depois de
sua morte. A iconografia que a representa é numerosa e a mostra como um dos seus
símbolos: a foice. Segundo a legenda, diante da insistência de um camponês em
continuar a trabalhar após o toque do sino, Notburga lançou a foice para o
alto, e ela ficou suspensa no ar.
Notburga foi alvo de um culto notável nos séculos seguintes, eram
numerosos os peregrinos que iam venerar seu túmulo e levavam um pouco de terra
do cemitério consigo para usá-la contra as doenças que afligiam homens e
animais.
A igrejinha de Eben onde ela estava sepultada foi ampliada em 1434 e em
1516, e embelezada com o apoio do imperador Maximiliano I de Habsburg. Em 1718
as suas relíquias foram recompostas, segundo o uso da época, revestidas com
seda, ouro e prata, e colocadas no altar mor em posição vertical e ali estão
ainda hoje.
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