Joana Emília de Villeneuve era neta do
Conde de Villeneuve e terceira dos quatro filhos do Marquês Luís de Villeneuve
e de Rosália d’Avessens. Os primeiros anos de sua vida transcorreram no Castelo
de Hauterive, na proximidade de Castres, onde sua mãe teve que retirar-se por
causa de seu delicado estado de saúde.
Com a idade de 14 anos, Joana Emília perdeu
sua mãe e três anos depois sua irmã Otavia. Estes fatos trágicos marcarão sua
existência, bem como o contato que mantinha com o padre jesuíta Le Blanc, a
quem transmite as preocupações sociais que sentia (entre as quais se destaca a
miséria que via a seu redor, no contexto histórico dos primeiros albores da
revolução industrial).
Após a morte de sua mãe, a vida da família
de Joana Emília transcorre entre Hauterive e Toulouse, onde a avó assume a
educação de seus netos. Aos 19 anos, ela muda definitivamente para Hauterive
com sua família, onde administra com êxito a vida familiar, aliviando deste
encargo seu pai, prefeito de Castres (1826-1830).
Pouco depois, declara a seu pai sua
vontade de entrar com as Filhas da Caridade. Ele não aceita seu pedido e lhe
propõe um prazo de reflexão que durará quatro anos. No final desse prazo, e com
a aprovação do Bispo, ela decide fundar, com duas companheiras, a Congregação
das Irmãs de Nossa Senhora da Imaculada Conceição de Castres (8 de dezembro de
1836), denominadas popularmente Irmãs azuis por causa da cor do
hábito.
Entre os princípios diretivos desta
Congregação, se destacam dois: "Deus só" e "Servir aos
pobres". A austeridade e a preocupação social pelos menos favorecidos da
sociedade serão os eixos principais da ação social e religiosa desta
Congregação.
A partir de um humilde local na região de
Castres, ajuda as jovens da classe social menos favorecida, operários, presos e
doentes. O número de Irmãs da Congregação aumenta, e seu horizonte se amplia da
França ao Senegal, Gâmbia e Gabão, para onde vão as primeiras Irmãs
Missionárias, ainda durante a vida de Emília de Villeneuve.
Em 1853, Emília de Villeneuve pede para
ser substituída como dirigente da Congregação, conseguindo que esta tarefa seja
confiada à Irmã Helena Delmas. Escreve, por isso, às suas Irmãs Missionárias "Após
as eleições, tenho o consolo de poder dedicar-me mais ao aspecto espiritual da
Congregação".
Em meados de 1854 uma epidemia de cólera e
de febre assola o sul da França e seus efeitos atingem a cidade de Castres. Joana
Emília de Villeneuve morre no dia 2 de outubro de 1854 como consequência desta
epidemia, rodeada do afeto das Irmãs de sua Congregação.
Atualmente esta Congregação conta com
setecentas religiosas e implantação em 16 países, onde exerce uma atividade
social que inclui cinquenta colégios com 35.000 alunos anualmente inscritos e
várias casas de acolhida para crianças abandonadas. Também presta serviço em
hospitais e a famílias desfavorecidas. Em Roma possui uma Casa de Hospedagem
para acolhida de peregrinos.
Os primeiros trâmites processuais que
levaram à beatificação de Joana Emília de Villeneuve se iniciaram em 1945. Após
a promulgação oficial do Decreto Papal sobre a heroicidade de suas virtudes
(outubro de 1991), ela foi considerada venerável e se deu continuidade ao
processo de beatificação.
Para sua beatificação foi aberto na
Congregação para a Causa dos Santos o processo referente à cura de Binta Diaby,
de 19 anos, que foi levada a Barcelona, internada e operada com urgência.
Entrou em coma e seu caso foi considerado, sob o ponto de vista clínico, em
fase terminal. As Irmãs e Noviças da Congregação de Nossa Senhora da Imaculada
Conceição de Castres, informadas por membros do hospital sobre a situação em
que se encontrava Binta Diaby, fizeram uma novena a Joana Emília de Villeneuve
pedindo sua cura, colocando uma relíquia na mão da doente. Ela foi curada
inesperada e rapidamente e, atualmente, vive e trabalha em Barcelona.
Entre 16 de maio e 29 de outubro de 2003
foi realizado o processo diocesano pelo Arcebispado de Barcelona sobre a cura
de Binta Diaby, presumidamente milagrosa. No dia 4 de fevereiro de 2005 foi
reconhecido pela Congregação para a Causa dos Santos o processo apresentado
pelo Tribunal de Barcelona. No dia 16 de fevereiro de 2006, a Consulta Médica
do Decastéreo reconheceu que a cura dos males provocados pela ingestão de soda
cáustica, com as consequências pós-operatórias, foi rápida, completa e permanente,
e inexplicável à luz dos conhecimentos atuais da Medicina.
O processo culminou no dia 5 de julho de
2009, quando Joana Emília de Villeneuve foi beatificada em Castres (França), numa
cerimônia oficiada pelo Arcebispo D. Ângelo Amato, S.D.B.
Fontes: www.cic-castres.org;
pt.wikipedia.org/wiki/Emilie_de_Villeneuve
Catedral de Castres, França |
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