Há duas Vite que narram a
trajetória terrena de Santa Verana: uma escrita por volta de 888 e outra de 1005.
Há também o Miracula s. Verenæ de
1010, que descreve a veneração dedicada a Santa Verena no século X, com
peregrinações ao seu túmulo de Zurzach.
Segundo a narrativa contida no capítulo 3º da Vita prior, Verena nasceu em uma estimada família de Tebas, no
Egito. Os pais devem tê-la confiado, para ser batizada e para sua formação
cristã, ao idoso bispo Queremone de Nilópolis. Este bispo devia ser conhecido
do autor da Vita prior, o abade da
Abadia de Reichenau, Hatto I (cerca do ano 888), uma vez que fora citado por Eusébio
de Cesareia.
Após a morte do Queremone, Verena foi transferida com outros cristãos
para o Baixo Egito, onde os imperadores Diocleciano e Maximiano procuravam por
novos soldados e haviam fundado com eles uma nova legião tebana.
No capítulo 4º da Vita prior é
dito que ela chegou à Milão acompanhando esta legião. Ali ela permaneceu por
algum tempo procurando pelo cárcere dos legionários. Assim que soube da morte
dos legionários, se pôs a caminho de Agaunum (atual Saint-Maurice, na Suíça).
Em várias legendas hagiográficas é relatado que Verena deu sepultura aos
mártires da Legião Tebana (a famosa legião de São Maurício).
Segundo o 4º capítulo da Vita
prior ela teria chegado a Solodorum, estabelecendo-se perto de um varão
santo. Naquele local passava os dias em jejuns, orações e recitando os Salmos.
Em uma parte deste capítulo o autor descreve que ela se comportava como uma
verdadeira virgem cristã. Este capítulo termina com a informação de que Verena
se fez enclausurar em um local augusto.
A sua ligação com a Legião Tebana, cuja existência histórica é
controvertida, pode ter sido obra do autor da Vita, devido ao grande culto dedicado naquele tempo àquela Legião.
Era uso no tempo dos romanos que as esposas e os filhos dos militares fossem
acompanhando as legiões. Segundo Speidel há sinais de uma legião, cujo nome era
Tebas, já antes do ano 300, como também há noticias da existência de casas para
virgens cristãs já no século III.
Em uma gruta, chamada por ela mesma “Cova de Verena”, a jovem provia sua
subsistência vendendo objetos feitos por ela manualmente. Segundo a legenda,
Verena curava cegos e possuídos. Por isso os alemães se converteram ao
Cristianismo e se fizeram batizar por um padre vindo da Itália. No capítulo
VIII da Vita lemos que Verena atraiu
para junto de si outras virgens. Em outro texto o autor descreve ainda mais
detalhadamente a vida cristã de uma virgem dedicada a Deus.
Como Venera atraia muita gente, ela foi aprisionada por um tirano
romano. No capítulo IX, lemos que uma noite lhe apareceu um jovem que se
revelou ser São Mauricio e a consolou. Quando o tirano romano foi acometido por
uma febre, a fez chamar para que o curasse. Após curá-lo, Verena foi libertada
e pode voltar para junto de suas amigas. O
aprisionamento de Verena pode ter ocorrido durante a vigência do edito de
perseguição de 303 expedido por Diocleciano e Maximiano.
No capítulo XI está descrito o primeiro milagre: quando faltou o pão,
Verena se voltou para Deus para pedir ajuda; inesperadamente, 40 sacos de
farinha foram encontrados na cela.
No início da Vita Posterior
está escrito que a fama de Verena cresceu mais, o que a fez se transferir para
uma ilha.
Na ilha do Reno também chegaram numerosos
doentes, cegos e estropiados para serem curados por Verena. No capítulo III da Vita
Posterior vem descrito como uma mulher procurou ajuda com seu filho cego e
estropiado. Verena se deitou sobre o solo com os braços em cruz e pediu o
auxílio de Deus. O filho voltou curado para casa. A descrição da oração de
Verena lembra muito a forma medieval de rezar.
Escavações arqueológicas e fontes escritas
provam que desde o século V se recorria a Santa Verena para obter graças. Ainda
hoje a cripta do Mosteiro de Santa Verena de Zurzach é um local visitado por
peregrinos. Por volta do ano 1010, um monge de Zurzach escreveu um livro sobre
os milagres de Santa Verena ocorridos durante as peregrinações (o Miracula s. Verenæ).
Em 1795, um incêndio atingiu Coblenza e
muitas casas e igrejas foram danificadas. Somente uma imagem de Verena em
madeira ficou intacta. Até hoje há muitas histórias e relatos de milagres, como
o da fonte termal com que Santa Verena presenteou os habitantes de Zurzach e a
intercessão da Santa pelas pessoas doentes.
A
popularidade de Santa Verena se manifesta também pelas numerosas representações
artísticas. Ela é frequentemente representada com o avental e o cântaro.
Santa Venera é celebrada no dia 1º de
setembro, dia em que é grande a afluência de peregrinos a Zurzach para
participar da Santa Missa em honra de Verena.
Etimologia: Verena, do latim verenna, em vez de verenda: “que é digna de veneração”. Ou do germânico Verana, talvez cognato do latim vera: “verdadeira”.
Meu nome é Verena também. Sabia que era nome de uma santa, procurei saber aqui a história dessa santa. É muito edificante ver a vida dessa mulher que por amor e fé no Senhor dedicou a sua vida e foi assim recompensada no céu.
ResponderExcluirQue ela rogue a Deus por mim, que a partir de seu exemplo de vida, eu possa sempre escolher servir ao Senhor Jesus e assim um dia nós encontrarmos no céu para adorá-lo.