domingo, 14 de setembro de 2014

Serva de Deus Lavínia Sernardi, Mãe de Família - 15 de setembro

    
      “Tudo que conhecemos – escreve D. Vincenzo Catani em sua obra Os Santos da Igreja de Trento – devemos à pena de um padre do Oratório de São Filipe Neri, Pe. Venâncio Bevilacqua, que quando se encontrava em Fermo, em 1684, escreveu e imprimiu uma vida da Serva de Deus”.
     Lavínia nasceu no dia 2 de junho de 1588 em Grottammare, a Pérola do Adriático, Província de Ascoli Piceno (Itália). Naqueles anos era papa Sisto V que também nasceu naquela cidade em 13 de dezembro de 1521. A Serva de Deus era filha de Segismundo Sernardi e Emilia Tesei. Aparentemente Lavínia foi a primeira dos filhos, certamente era a mais velha de suas irmãs Angelella, Portia e Vincenza. Ela também tinha um irmão chamado Astolfo.
     A mãe de Emília assumiu a formação espiritual de Lavínia e educou-a com grande cuidado. No caminho da santidade Lavínia foi orientada por três sacerdotes que ela considerava como seus diretores espirituais: Pe. Vagnozzo Pica, sacerdote diocesano de Ripatransone e pároco da paróquia de Sto. Ângelo, na mesma cidade; Frei Nicolau Pallotta, franciscano de Monteprandone; e D. Jeronimo Leti, reitor da igreja do castelo de S. Bento. Lavínia tinha grande devoção a São Bento Mártir, em cujo túmulo costumava rezar, percorrendo a pé a estrada Loretana.
     Com 15 anos, como era costume na época, casou-se com Gio Marino, filho de Gio Antônio, da família dos Giammarini. Após sete anos de casamento ela deu à luz uma filha, Ifigênia, que morreu depois de alguns meses. Depois de algum tempo teve um segundo filho a quem deu o nome de Francisco, e depois de três anos nasceu uma outra filha a quem deu o nome de Margarida.
     Particularmente cuidadosa foi a educação dada por Lavínia a seus filhos: Francisco estudou física na Universidade de Fermo e Margarida seguiu a vida religiosa e tornou-se uma Capuchinha naquela cidade.
     Escreve D. Catani: “É extremamente comovente ler o depoimento dos confessores de Lavínia, que são confrontados com uma alma tão bela, longe de todo o pecado e sempre em atitude de oração. Na realidade, a vida de Lavínia não tem nada marcante ou particularmente grandioso, com exceção - e não é pouco - da escolha da união mística com Deus; da fidelidade evangélica; e de ser um modelo que inspire qualquer mulher, casada e com filhos, a colocar em prática a perfeição do Sermão da Montanha, dirigido não só aos Apóstolos, mas a todos os discípulos de Cristo”.
     Lavínia Sernardi é um exemplo para a Igreja de hoje que se deve e se pode ser santa em qualquer forma de vida, inclusive no casamento e na vida familiar. Ela nos ensina que a vida familiar pode e deve ser uma vida de santidade, uma vida de virtudes heroicas vividas nas condições comuns e ordinárias da existência humana.
     A partir da biografia do Pe. Bevilacqua não conseguimos diagnosticar de que doença morreu Lavínia. Era o ano de 1623, dia 15 de setembro; ela estava com a idade de 35 anos, 3 meses e 13 dias. O funeral realizou-se na Igreja de Nossa Senhora dos Montes, dos franciscanos, onde ela foi enterrada. Ainda hoje uma placa indica o local de seu túmulo.
     Devota de São Bento mártir, Lavínia dedicou sua vida às obras de misericórdia e de caridade no quotidiano e estava entre os benfeitores do convento dos franciscanos. Seu túmulo tornou-se logo meta dos peregrinos pelos milagres atribuídos à sua intercessão.
     A Igreja de Santa Luzia em Grottammare foi construída pelo Papa Sisto V no local em que se encontrava a modesta casa da família Peretti, onde o futuro papa nasceu, e foi dedicada à santa comemorada no dia de seu nascimento (13 de dezembro).
 

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