Santa mártir nascida em Braga
(Portugal). Morreu vítima da perseguição decretada por Diocleciano em 303.
Os cristãos haviam proliferado no Império
Romano sob o amparo das leis no tempo de Galieno. Eles viviam no campo e nas
cidades. Diocleciano havia conseguido a unidade territorial, política e
administrativa do Império e almejava unificar também a religião; para isto a
religião dos cristãos deve sucumbir Ele assina quatro editos a respeito e elege
cuidadosamente as pessoas que sejam capazes de fazê-los cumprir. Daciano foi
escolhido para o território da Espanha, e exerceu seu poder com crueldade.
O Martirológio Romano registra, em data
moderna, no dia 16 de abril, três comemorações diferentes: 1º a dos santos que
foram martirizados perto da cidade espanhola de Zaragoza durante a perseguição
do imperador Diocleciano, Ottato com 17 companheiros, Lupércio, Sucesso,
Marcial, Urbano, Júlia, Quintiliano, Públio, Frontone, Felice, Ceciliano,
Evodio, Primitivo, Apodemio e quatro de nome Saturnino; 2º a virgem Engracia;
3º Caio e Crescencio. Às vezes este grupo é definido como “Inumeráveis Mártires
de Zaragoza”.
O poeta Prudêncio (cerca 348-410), originário
de Zaragoza, escreveu um hino dedicado aos mártires seus concidadãos, elencando
todos e os seus respectivos nomes, mas sem especificar como foram mortos.
O hino trata também de uma certa Santa
Encratis, ou Engracia, virgem que durante tal perseguição sofreu horríveis
torturas, detalhadamente descritas pelo poeta. Este a define como “jovem
corajosa” pelo modo como defendeu a própria fé, como sobreviveu às torturas, e
descreve sua casa como o “santuário de uma mártir viva”, pois seu corpo chagado
não se rende.
Segundo a legenda, Engracia era uma jovem
e graciosa noiva que viajava desde Bracara Augusta (Braga atual), na Galecia,
até Rosellón, na França, para reunir-se com seu amado. Dezoito cavaleiros da
casa e família a acompanhavam e lhe fazem cortejo. Ao chegar a Zaragoza e ao inteirar-se
das atrocidades que estava fazendo o prefeito romano, se apresenta
espontaneamente diante de Daciano para lhe lançar em face sua crueldade,
injustiça e insensatez com que tratava seus irmãos na Fé. Terminou martirizada,
bem como todos os seus companheiros.
Os historiadores acreditam que Engracia
sofreu a perseguição em uma época que sucedeu a Ottato e provavelmente tenha
sido relativamente contemporânea de Prudêncio. O nome da santa, sem dúvida a
mais famosa do grupo, é mencionado em várias formas diferentes e o seu culto se
difundiu por toda a Espanha e nos Pirineus.
Santo Ottato e os seus companheiros foram
venerados em especial na igreja a eles dedicada. Por ocasião do Sínodo de
Zaragoza, do ano de 592, o santuário dedicado à memória dos santos mártires foi
consagrado e uma Missa própria foi redigida, conhecida como “Missa de Santa
Engrácia ou dos 18 mártires”.
Etimologia: Engrácia, nome de origem cristã, do espanhol Engrancia, derivado do latim in
gratia (Domini): “na graça do Senhor”.
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