domingo, 12 de julho de 2015

Beata Zélia Guérin, mãe de Santa Teresa do Menino Jesus - 12 de julho

    
 
     Isidoro Guérin, antigo soldado do império, e recruta  da polícia, que aos 39 anos decidiu casar-se com Louise-Jeanne Macè, dezesseis anos mais jovem que ele, era o pai de Azélie-Marie Guérin (chamada  apenas Zélia) que nasceu no dia 23 de dezembro de 1831 em Gandelain, departamento de Orne (Normandia), França.
     Ela foi batizada o dia seguinte ao seu nascimento na Igreja de St.Denis-sur-Sarthon. Uma irmã, Maria Luísa a precedia de dois anos; tornar-se-á religiosa da Visitação de Mans. Um irmão, Isidoro, virá dez anos mais tarde e será o filho mimado da família. 
     Para os pais de Zélia a vida havia sido dura, o que repercutia em sua maneira de ser: eram rudes, autoritários e exigentes, se bem que tivessem uma fé firme. Zélia, inteligente e comunicativa por natureza, define sua infância e sua juventude em uma carta ao seu irmão: “tristes como um sudário, porque se a minha mãe te mimava, comigo, tu sabes, ela era muito severa; no entanto tão boa não sabia como prender-me, assim eu sofri muito do coração”.
     Apesar disto, quando seu pai, viúvo e doente, manifestou o desejo de ir morar com ela, o acolheu e cuidou dele com devoção até seu falecimento em 1868. Felizmente encontrou em sua irmã Maria Luísa uma alma gêmea e uma segunda mãe.
     Após estudos nas "Irmãs da Adoração Perpétua" de Alençon, ela sentiu-se chamada à vida religiosa, mas diante da recusa da superiora das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, ela orientou-se para uma formação profissional, se inscreveu na "École dentellière", e iniciou com sucesso a fabricação do famoso Ponto de Alençon.
     No final de 1853 instalou-se como “fabricante de Ponto de Alençon” na Rua Saint Blaise, 36. A qualidade do seu trabalho fez a fama do seu atelier. Ela foi recompensada com uma medalha de prata por ocasião da Exposição de 1858 em Alençon. Nas relações que mantém com as suas operárias, ela diz que é necessário amá-las como os membros da sua própria família.
     No mês de abril de 1858, ao cruzar com um jovem de nobre fisionomia, semblante reservado e modos dignos, se sentiu fortemente impressionada e ouviu interiormente que esse era o homem eleito para ela. Era Luís Martin, relojoeiro.  Em pouco tempo os dois jovens chegaram a um entendimento. Três meses mais tarde, no dia 13 de julho, eles se casaram na Igreja de Nossa Senhora. Eles foram  abençoados pelo Padre Hurel, Pró-Reitor da Igreja de São Leonardo.  
     O  amor que ela tem por  seu marido é expresso em suas cartas: "Tua mulher que te ama mais do que a vida", "Eu te abraço como eu te amo"... Estas não são apenas palavras: sua alegria é de estarem juntos e compartilharem tudo o que fazem na vida diária sob o olhar de Deus.
     De 1860 a 1873, nove crianças nasceram no lar Martin das quais 4 morreram pequenas. Zélia experimentava alegrias e sofrimentos no ritmo destes nascimentos e destas mortes. Assim, podemos ler na sua correspondência: "Eu gosto das crianças à loucura, eu nasci para tê-los...".
     Depois do nascimento de Teresa, em 1873, ela escrevia: "Eu já sofri muito na minha vida”. A educação de suas filhas consumia toda energia de seu coração. A confiança foi a alma dessa educação. Para suas filhas ela deseja o melhor, se tornarem santas! Isso não a impede de organizar festas, jogos... E como se diverte nesta família! Eram divertimentos castos que davam a verdadeira felicidade.
     Desde 1865 uma glândula no seio direito, que degenerara em câncer, fazia Zélia sofrer muito. "Se o Bom Deus quer curar-me, eu ficarei muito contente, porque no fundo eu desejo viver, custa-me deixar meu marido e minhas filhas. Mas, por outro lado, digo a mim mesma: se eu não for curada, pode ser que seja mais útil que eu parta”.
     No dia 28 de agosto de 1877, à meia-noite e meia, Zélia morreu na presença de seu marido e de seu irmão. 
     Deixemos as últimas palavras à Teresinha:  "De mamãe, eu amava o sorriso, seu olhar profundo parecia dizer: ‘a eternidade me encanta e me atrai, eu quero ir para o céu azul ver Deus!’”. 

* * *

     Seu esposo passa então a ocupar-se sozinho da família. Teresa tinha nesta época pouco mais de quatro anos, a filha mais velha tinha 17 anos. Ele se transfere para Lisieux, onde morava o cunhado, deste modo a Tia Celina poderia cuidar das filhas. Lá ele vê três de suas filhas entrarem para o Carmelo. Teresa também ingressa ali aos 15 anos. Luís faleceu após perder as faculdades mentais e esteve internado no sanatório de Caen.
     O casal foi beatificado pela Igreja Católica em 19 de outubro de 2008, em cerimônia realizada na basílica de Lisieux dedicada à sua filha Teresa e presidida pelo cardeal José Saraiva Martins.
     Zélia é celebrada pelo Carmelo e pela Diocese de Bayeux no dia 12 de julho.
 
 
 

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