De acordo com alguns críticos,
Ariadne, ou Ariana, é identificada como uma mártir Maria mencionada no
Martirológio Romano no dia 1 de novembro, da qual se possui Atas Latinas, a Passio S. Mariae ancillae. Esta
identificação parece ser apoiada por uma passagem no Sinassário de Sirmond. Segundo
outros, a Passio de Ariana e de Maria são apenas invenções piedosas escritas
para a edificação dos cristãos após o período de perseguição. Finalmente,
existem aqueles inclinados a admitir a existência histórica de Ariadne, mas
negam qualquer valor às Atas, consideradas anacrônicas e irreais.
Martirológio Romano: Em
Primnesso na Frigia, atual Turquia, Santa Ariana, mártir.
No
entanto, Franchi de Cavalieri mostrou a confiabilidade desse documento que tem
um sabor de autenticidade, como pode se constatar comparando-o com obras literárias
do século II-III. Assim, parece que o redator se utilizou das fontes
contemporâneas de Ariana, colocando acontecimentos claramente mais tardios. Examinando
a história do martírio de Ariadne descoberto em 1899 por João Mercati no cod.
Vaticano grego 1853, Franchi de Cavalieri a dividiu em cinco partes, duas
certamente autênticas e as outras duvidosas.
Resumindo
criticamente a legenda, ela é apoiada por estes fatos: Adriano e Antonino
promulgaram um decreto de perseguição contra os cristãos, que previa a pena de
morte para aqueles que recusassem alimentos sacrificados aos deuses, e prometia
aos informantes os bens confiscados dos cristãos, e mais 400 denarios. Parte deste edito é certamente falsa, porque é fato
conhecido que nem Adriano nem Antonino promulgaram decretos contra os cristãos.
No entanto, a menção de uma recompensa de 400 denarios nos remete a um tempo
antes da crise cambial do século III: o edito certamente foi publicado, não pelo
imperador, mas provavelmente por um magistrado local.
Ariana era uma jovem escrava de Tertulio, decurião de Primnesso na Frígia, que se recusara a quebrar o jejum no dia do aniversário do filho de Tertulio, foi descoberta como cristã e, depois de ser açoitada, foi presa em casa por um mês. Tertulio foi denunciado por espiões com a acusação de que supostamente escondia uma cristã em sua casa. Tertulio, levado a julgamento, foi habilmente defendido por Nicagora e saiu ileso do processo argumentando que Ariana fazia parte do dote de sua esposa e que ele não sabia nada de sua fé.
Ariana era uma jovem escrava de Tertulio, decurião de Primnesso na Frígia, que se recusara a quebrar o jejum no dia do aniversário do filho de Tertulio, foi descoberta como cristã e, depois de ser açoitada, foi presa em casa por um mês. Tertulio foi denunciado por espiões com a acusação de que supostamente escondia uma cristã em sua casa. Tertulio, levado a julgamento, foi habilmente defendido por Nicagora e saiu ileso do processo argumentando que Ariana fazia parte do dote de sua esposa e que ele não sabia nada de sua fé.
Depois segue o interrogatório de Ariana,
que proclamando-se cristã, de família cristã, se recusou a sacrificar aos
deuses. Condenada à tortura no cavalete, ela foi salva pela intervenção das
pessoas comovidas por sua juventude, intervenção que por sua ilegalidade
despertou a ira do juiz, forçado no entanto a dar a Ariana três dias para que
ela pudesse mudar suas intenções e sacrificasse, salvando sua vida.
Estas
duas partes, a defesa de Tertulio e o interrogatório de Ariana, são, sem dúvida,
autênticas por sua extraordinária vivacidade e precisão e pela lembrança de um
procedimento (o processo coram populo)
anterior à perseguição de Diocleciano.
Ao fim dos três dias, Ariadne fugiu para uma área
montanhosa, mas, vendo-se perseguida, elevou a Deus uma oração pedindo para ser
escondida na rocha, e Deus o ouviu. O juiz deu ordens ao chefe dos guardiões do
templo para abrir a rocha e tirar dela Ariana para mostrar ao povo o poder dos
deuses. Mas uma tempestade, durante a qual apareceram dois anjos, dispersou a
multidão assustada.
Assim termina a legenda de Ariadne.
Esta última parte é a mais suspeita: de
fato, não se vê como Ariadne obteve a coroa do martírio sem ter sofrido o
martírio. Pode-se concluir que o autor foi influenciado por outras legendas,
tais como, as de Santa Tecla e de Santa Bárbara, mas estas têm a justo título a
menção de santas mártires, porque elas tentaram escapar daqueles que ameaçavam
sua virgindade, enquanto Ariana, de acordo com o texto, nunca correu esse
perigo.
Quanto à comemoração de Ariadne, o Martirológio Romano a celebra em 17 de setembro, enquanto o Sinassario de Constantinopla a menciona em 18 de setembro e em 27 de setembro (juntamente com Santa Ripsimia).
Quanto à comemoração de Ariadne, o Martirológio Romano a celebra em 17 de setembro, enquanto o Sinassario de Constantinopla a menciona em 18 de setembro e em 27 de setembro (juntamente com Santa Ripsimia).
Etimologia: Ariana, ou Ariadne, do grego Ari hágne
= a muito respeitável, a muito santa, castíssima.
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