quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Débora, a Profetisa

 
Para salvar seu povo, ela foi feita juíza de Israel
 
     Débora (do hebraico Deburah), cujo nome significa "abelha", foi profetiza e a quarta juíza de Israel. Sua história está descrita no Livro dos Juízes, capítulos 4 e 5. Ela, juntamente com Baraque, liderou os israelitas contra o domínio de Canaã, por volta do século XII a.C. Antes dela foram juízes em Israel Otniel, Eúde e Sangar. Ela é a única mulher citada na Bíblia a ter o status de juíza. Sua origem parece ser simples, pois no texto bíblico ela é apresentada como esposa de Lapidote e que prestava atendimento como profetisa debaixo das palmeiras.
     Após a morte de Eúde o povo de Israel tornou a pecar contra Deus e por isso Ele os entregou nas mãos de Jabim, rei de Canaã. Por vinte anos Israel esteve sob o jugo de Canaã, sendo violentamente oprimido por Sísera, capitão do exército de Jabim e que contava com uma frota de carros de ferro que o tornava invencível para Israel.
     Débora vivia na região montanhosa de Efraim, entre Ramã e Betel. Ela sentava-se debaixo de uma palmeira e o povo de Israel vinha até ela para que ela os ajudasse a resolver as questões que traziam. Além de juíza ela também era profetisa, sendo assim, tinha autoridade divina para discernir e dar soluções aos que a procuravam.
     Certo dia Débora mandou chamar Baraque, e lhe disse que Deus havia ordenado que ele escolhesse dez mil homens das tribos de Naftali e Zebulom para enfrentar Sísera e que a vitória já estava garantida por Ele.
     Débora era uma mulher de profunda fé e grande discernimento espiritual. Havia avaliado a sombria situação de seu país com perspicácia (Jz 5.6-7), compreendeu o motivo da decadência (idolatria, v.8) e assumiu a responsabilidade pela nação (vv. 7,12). Débora é a única mulher na Bíblia que não apenas governou Israel como também deu ordens militares a um homem, e isso com a bênção de Deus. Era tão grande sua autoridade, que quando convocou Baraque, ele veio imediatamente sem questionar.
     Apesar de confiar na palavra que recebeu, Baraque pediu que Débora acompanhasse a ele e seu exercito no dia da batalha. Isso porque ela era juíza e profeta e sua presença com certeza seria capaz de inspirar confiança nos homens escolhidos para a guerra. Por esse pedido Baraque perdeu a honra de matar Sísera. Débora lhe disse que essa honra seria dada a uma mulher.
     Quando ela mandou reunir as tropas, esperava que elas se apresentassem. Aos que ignoravam o chamado, ela amaldiçoava: “Amaldiçoai a Meroz, ...amaldiçoai duramente os seus moradores, porque não vieram em socorro do Senhor” (Jz 5.23). Débora provavelmente não conseguia entender por que esses combatentes de Israel tinham tão pouca fé em Deus.
     Ao ouvir dizer que os israelitas estavam alinhados para a guerra, Sísera convocou todos os seus carros, novecentos carros de ferro, e todo o povo que estava com ele. Quando o momento da batalha chegou houve grande confusão entre o exército de Canaã e eles foram derrotados. Sísera fugiu a pé da batalha para a tenda de Jael, mulher de Héber, o queneu, pois existia um acordo de paz entre eles. Cansado, ele pediu água e adormeceu. Então Jael, pegando uma estaca a cravou na fronte de Sísera com um martelo e o matou, cumprindo o que Débora dissera a Baraque. O povo de Israel, fortalecido, continuou a lutar contra Canaã até que Jabim estivesse totalmente destruído.
      Baraque, sem dúvida, foi um ótimo militar, e seu nome está registrado em Hebreus 11 como homem de fé. Porém, ele mesmo teria capturado Sísera se tivesse confiado um pouco mais em Deus. Débora, por outro lado, era uma simples esposa e mãe, mas sua fé a tornou um vaso muito mais útil para o Senhor do que alguém poderia imaginar.
O Cântico de Débora
     Ao final da batalha Débora cantou um hino de gratidão ao Deus de Israel. Nele podemos perceber o quão sensível Débora era com as questões políticas e espirituais de Israel. Ela tinha consciência de que o pecado de seu povo havia feito com que Deus permitisse que eles passassem por todo aquele sofrimento. Em seu cântico ela abençoa aqueles que se dispuseram a lutar contra Sísera e seu exército e amaldiçoa as Tribos de Israel que temeram diante do inimigo. Comenta ainda sobre os sentimentos da mãe de Sísera, que espera impaciente pelo retorno do filho que nunca mais voltará. Ela termina seu hino com as seguintes palavras: "Assim, ó Senhor, pereçam todos os teus inimigos! Porém os que O amam sejam como o sol quando sai na sua força" (5 Juízes 5.31).
     Este poema muito antigo é um dos documentos mais preciosos da história do período dos Juízes. A fé no Deus do Sinai das tribos ainda ligadas incipientemente encontra expressão viva na música. Este cântico descreve de uma forma impressionante o sofrimento do povo "até Débora surgir, uma mãe surgiu em Israel", e a luta heroica pela liberdade que ela despertou em seus compatriotas. Após a libertação "a terra descansou durante quarenta anos". Não nos é dito o que fez Débora nos assuntos de seu país durante este período de paz, mas é provável que sua influência aumentou por ter seu nome ligado para sempre a tão glorioso evento.

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