Hugolina
nasceu em Vercelli no seio da nobre e poderosa família De Cassami (ou De
Cassinis, segundo estudos recentes). Era filha única e bem cedo se destacou por
sua prática da caridade ao próximo, a oração constante, a perfeita adesão aos
ensinamentos transmitidos por sua piedosa mãe.
A jovem tinha um amor especial pelos
peregrinos, que naquele tempo eram numerosos. Quando ficava sabendo que a meta
era a Terra Santa, lhes dava dinheiro para a viagem.
Aos 14 anos, ao morrer sua mãe, seu pai
quis seduzi-la, mas graças a sua oração conseguiu guiar seu pai na senda correta.
De qualquer forma, o equilíbrio familiar ficou prejudicado e Hugolina confiou à
uma senhora de nome Libera seu desejo de servir ao Senhor na oração, vivendo
retirada do mundo. Esta senhora lhe disse que meditasse sobre sua decisão e que
esperasse um sinal do céu.
Quando seu pai se encontrava em viagem a
Turim, Hugolina fugiu de sua casa disfarçada de homem. Chegou a um bosque,
distante uma milha da cidade, no local onde havia uma capela de Santa Maria de
Belém. Um ermitão de nome São Favorino, regressando da Terra Santa, construíra
aquele local para ali viver santamente. A cela que ele ocupara ao lado da
capela estava vazia e Hugolina resolveu que aquele seria o local de seu retiro.
Durante 47 anos, tomando o nome de Hugo,
ela ali viveu com o estritamente necessário, em oração, em intensos colóquios
com Deus e penitências para combater as tentações, que não lhe faltaram.
A capela se tornou um ponto de referência
para toda a região, local de oração, de conselho para pessoas de diferentes
classes sociais. Hugolina se comunicava, sem mostrar seu rosto, através de uma
pequena janela. Somente seu confessor, o padre dominicano Valentino, e sua
confidente, Libera, sabiam de sua identidade.
Após muitos anos, suas forças físicas
começaram a declinar, dores de estomago e febres levaram-na ao leito. Uns dias
antes de sua morte, chamou o Padre Valentino (que seria seu biógrafo*), fez uma
confissão geral e recebeu o Viático. Faleceu no dia 16 de agosto de 1300.
A notícia de sua morte rapidamente se
difundiu na cidade. O Bispo, Mons. Aimone de Challant, que estava a par de toda
a história de Hugolina, revelada a ele pelo Padre Valentino, em procissão
solene com o clero e o povo vai prestar-lhe homenagem. Ugolina repousava na paz
do Senhor num pobre leito de palhas, com o Crucifixo, que tinha nas mãos,
apoiado nos lábios. Comovido, o bispo ajoelhou-se e beijou suas mãos. Todo o
povo desfilou diante dos seus despojos, ficando então sabendo que ela era a
filha do rico De Cassami.
De acordo com seu desejo, Hugolina foi
sepultada em sua cela, posteriormente foi transladada para a igreja. Seu túmulo
se tornou meta de peregrinações e local onde se produziam muitos milagres.
Em 1453 os franciscanos erigiram ao lado
da igreja um importante convento, chamado de Santa Maria de Belém, perdurando a
devoção a Beata.
A relíquia do crânio foi autenticada pelo
bispo Mons. d’Angennes em 26 de junho de 1832. Por ocasião das supressões
napoleônicas das ordens religiosas esta relíquia ficou em poder de uma pessoa
piedosa, para depois ser finalmente recolocada na igreja.
*
Esta importante obra foi citada pelo franciscano Luís da Cruz, que escreveu a
biografia mais antiga desta Beata.
Etimologia:
Hugolino (a) adaptação do italiano Ugolino (a), derivado de Hugo.
Hugo, abreviação do alto alemão antigo
de Hugubert: “brilhante (bert) no
pensar, na mente (hugu).
Fonte:
www.santiebeati.it
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