Virgem religiosa da Segunda Ordem (1443-1514)
Nascida em 1443, com 15 anos entrou no
mosteiro das Irmãs Clarissas de Santa Luzia, Mântua, onde foi abadessa durante
muitos anos. A Paixão de Jesus era para ela o assunto mais frequente das
conversas, bem como das meditações e contemplações. Foi também singularmente
devota da Eucaristia. Levava uma vida austera, com cilícios, flagelações e
jejuns, e sentia-se feliz nas humilhações, fadigas e trabalhos.
No relacionamento com as Irmãs mostrava-se
cheia de caridade e sempre pronta a ajudá-las em qualquer necessidade. Sob a
sua direção o mosteiro de Santa Luzia ganhou fama pelas numerosas vocações e
pela vida seráfica das religiosas.
Em agradecimento ao Senhor pelos favores
por Ele concedidos, costumava repetir esta oração: “Meu Deus, eu te amo de todo
o coração, com um amor sem medida, e nunca deixarei de cantar os teus
louvores”.
Nos 56 anos de vida religiosa, nunca
causou qualquer desgosto às Irmãs. Como superiora, procurou não apenas o bem
espiritual das religiosas, mas também o bem material da comunidade, convencida
de que não pode haver perfeita observância da regra se falta o indispensável
para a vida. No jardim mandou abrir um poço, que veio a chamar-se o “Poço da
Beata Paula”, a cuja água se tem atribuído propriedades curativas.
Era grande a sua confiança em Deus. Amiúde
repetia a expressão de São Paulo: “Sei em quem confio!”. Era às vezes
arrebatada em êxtase, e outras vezes ouviram-se coros angélicos a cantarem
junto ao sacrário. Escreveu vários opúsculos, em especial sobre o nome de
Jesus, que lamentavelmente se perderam.
Um dia, estando a orar em êxtase diante
dum crucifixo situado ao cimo dumas escadas, foi atacada pelo demônio, que a
lançou por terra. Socorrida pelas irmãs, foi reclinada num enxergão. Eram os
seus últimos dias e as suas últimas palavras. Exausta pelas prolongadas
vigílias, pelos rigorosos jejuns e outras ásperas penitências, assistida pelo
seu confessor e pelas Irmãs, apertando contra o coração o crucifixo repetia
mais uma vez a sua jaculatória predileta “Paixão de Cristo, Sangue de Cristo,
misericórdia!”, expirou serenamente no dia 18 de agosto de 1514. Tinha 71 anos,
56 dos quais passados no mosteiro.
Seu
culto foi aprovado por Pio IX em 6 de setembro de 1876.
Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed.
Porziuncola.
Nenhum comentário:
Postar um comentário