Martirológio
Romano: Na cidade de Qingyan na província de Guizhou, na China, os santos mártires
José Zhang Wenlan, Paulo Chen Changping, seminaristas, João Batista Lou
Tingyin, administrador do seminário, e Marta Wang Louzhi, viúva, que, reunidos
em uma pedreira quente e úmida, sofreram torturas atrozes, morrendo, finalmente,
decapitados pela fé de Cristo.
Marta nasceu por volta de 1802, na cidade
de Zunyi, na província chinesa de Guizhou. Com o marido, já que ela não podia
ter filhos, ela adotou dois sobrinhos; no entanto, à morte do cônjuge, viu seus
bens escassos, que tinha ganhado com ele no cultivo de hortaliças, se
dissiparem. Tendo ficado sem dinheiro, ela se mudou para fora da cidade, onde
abriu uma pequena pousada e, em seu tempo livre, fazia sapatos de palha. Graças
à sua natureza gentil, ela gozava da amizade e do respeito pelos vizinhos.
Em
1852 ela foi visitada por um missionário itinerante que falou do Cristianismo.
Desejando aprender mais, convidou um padre para jantar uma noite e foi por ele
muito encorajada. Começou a ir à cidade vizinha de Yaojiaguan para estudar o Catecismo.
Seus esforços foram recompensados com o Batismo, recebido no dia de Natal
daquele ano, quando ela assumiu o nome cristão de Marta ("Mande",
outro nome pelo qual é conhecida, não é senão uma transliteração de
"Marta" em mandarim). Desde então, nas solenidades mais importantes,
ela ia para Guiyang, fazendo uma viagem de três dias.
Aos
cinquenta anos, ela se mudou para lá permanentemente, para trabalhar em uma
casa de virgens consagradas. Ela ficava feliz em ajudar na cozinha e na
lavanderia, mas a sua maior alegria era cuidar das crianças. Em 1857 o
Seminário Maior de Yaojiaguan foi aberto e o Reitor, Padre Bai, levou-a para
trabalhar como chefe de cozinha.
Quatro
anos depois, começou uma nova, terrível perseguição religiosa que obrigou os
seminaristas a se deslocarem para Yangmeigao. A única pessoa capturada no
seminário foi o administrador, o leigo João Batista Luo Tingyin. Dois seminaristas,
Paulo Chen Changping e José Zhang Wenlan, foram presos quando voltavam de
visitas pela cidade.
Os
três foram presos em um templo abandonado, que havia se tornado uma pedreira,
sujeitos a numerosas torturas e mantidos em condições miseráveis, razão pela
qual João Batista ficou doente. Embora ameaçada pelos guardas, Marta dava-lhes
comida e levava roupas limpas. Ela também conseguiu entregar algumas cartas dos
seminaristas ao seu bispo.
Em
29 de julho de 1861, chegou a notícia de uma anistia por parte do imperador,
mas o magistrado encarregado de monitorar o destino dos prisioneiros, ignorou o
decreto e ordenou que eles fossem executados em segredo. Ao serem conduzidos,
ao longo das estradas principais, para o local da execução, Marta os viu passar
enquanto lavava roupa na margem do rio. Ela os seguiu e quando os soldados
disseram que cortariam sua cabeça se continuasse a segui-los, ela respondeu:
“Se eles podem morrer, então eu também posso!” Os quatro prisioneiros rezavam
continuamente, com os rostos iluminados de santa alegria, até o local onde
foram decapitados.
Marta Wang Louzhi e seus três companheiros
foram incluídos no grupo de 33 mártires dos Vicariatos Apostólicos de Guizhou,
China Ocidental e China, cujo decreto sobre o martírio foi promulgado em 2 de
agosto de 1908. A beatificação, obra de São Pio X, ocorreu em 2 de maio de
1909. Inseridos num grupo mais amplo de 120 mártires chineses, encabeçados por
Agostinho Zhao Rong, foram finalmente inscritos no elenco dos santos em 1º de
outubro de 2000 por João Paulo II.
Fonte:
www.santiebeati/it
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