O ramo da Ordem Franciscana
fundado no século XVI por São Francisco de Paula e chamado por humildade de
Ordem dos Mínimos, também teve sua própria Ordem Terceira voltada para os
leigos, homens e mulheres.
À
Ordem Terceira de São Francisco de Paula pertenceu a Beata Angélica, que morreu
meio século após o fundador dos Mínimos, em 1559. Nascera em Milazzo, na ponta
ocidental da Sicília, uma cidade de origem antiquíssima, importante na Idade
Média e no Renascimento como um porto comercial e centro de produção e também
como uma fortaleza militar bem armada, onde a devoção a São Francisco de Paula
estava particularmente viva.
A
figura de Angélica de Milazzo se insere no quadro da primeira floração da
espiritualidade franciscana dos Mínimos. Sua santidade não teve nada de clamoroso
ou chamativo. Foi uma luta constante e secreta contra as fraquezas da carne, as
enfermidades e as dificuldades do ambiente, tanto mais insidiosas quando mais
devidas não à hostilidade, mas ao afeto.
Angélica
de Milazzo viveu em constante luta contra as atrações do mundo. Não as
tentações, mas as preocupações legítimas e humanas daqueles que queriam para
ela uma vida normal e feliz, respeitada e comum.
Belíssima,
sensível e virtuosa, a jovem de Milazzo deveria seguir, segundo os desejos da
família, o destino de muitas outras conterrâneas suas, escolhendo para ela um
noivo, ou melhor, aceitando o que fosse destinado a ela pelos parentes, para
formar uma família terrena.
Não
foi fácil para a jovem fugir das pressões contínuas e afetuosas. Angélica
resistiu a elas com obstinada resolução, mais forte do que as lisonjas e até do
que as ameaças, que não faltaram, pelo menos em um certo período de sua vida. Nos
momentos de tensão mais séria, ela recorria ao Crucificado, implorando sua
ajuda. Foi atendida pela Cruz com uma cruz, isto é, com uma doença muito séria,
que pôs em risco sua própria vida.
Foi
então que por voto adotou o hábito da Ordem Terceira de São Francisco de Paula.
Nesse hábito, como se estivesse em uma armadura mística, ela se sentiu segura para
poder permanecer para sempre no estado desejado.
Tendo
a doença sido superada, a insistência e a pressão retornaram. O calvário incruento
da obstinada jovem de Milazzo recomeçou. Até que o Esposo por ela desejado não
a marcasse com o seu selo, diante do qual qualquer outro pretendente recuasse
perturbado.
Devorada por um tumor maligno, sua beleza
que atraia se transformou em feiura que provocava aversão, enquanto o
sofrimento cada vez mais lancinante acrisolava seu espírito, consumindo seu
corpo como um fogo.
Foi
o ano terrível do noivado, depois do qual a morte, libertando-a do peso da
carne, abriu a casa do Esposo que não frustra as esperanças.
Fonte: www.santiebeati.it/
Nenhum comentário:
Postar um comentário