Martirológio
Romano: Em Certaldo, na Toscana, Beata Júlia della Rena, da Ordem Terceira de
Santo Agostinho, que permaneceu encerrada em uma pequena cela junto à igreja,
na qual viveu somente para Deus.
Júlia Della Rena, conhecida como Beata Júlia,
viveu em uma cela localizada em Certaldo. Ela se dedicou completamente à
penitência e à oração e morreu após trinta anos de isolamento.
A pobreza das fontes literárias em relação
a Beata Julia é desconcertante: muito do que sabemos é, de fato, o resultado da
tradição oral.
Infância entre Certaldo e Florença
Tendo nascido em 1319 na nobre família Della Rena, em decadência, ficando órfã
muito jovem, Júlia foi para Florença e passou a trabalhar para a família
Tinolfi, com quem era aparentada.
Em contato com os agostinianos e sua
espiritualidade e com receio das tentações que uma cidade como Florença poderia
oferecer, ela decidiu tomar o hábito das agostinianas seculares. Sentindo-se
chamada à uma vida mais radical e austera, decidiu a abandonar a cidade de
Florença e refugiar-se em um lugar solitário em Certaldo.
Uma vez chegada ao seu destino, ela salvou um menino de um prédio em chamas,
provocando a admiração de seus concidadãos: isto desencadeou a decisão de se
trancar em uma pequena cela perto da abside da igreja dos Santos Tiago e
Filipe.
Primeiro foram abertas duas pequenas
janelas: uma que dava para a igreja, para assistir aos atos litúrgicos; outra
para o exterior, com a finalidade de receber o alimento que a piedade popular
lhe oferecesse. Fez colocar sobre uma parede um crucifixo e depois, com
solenidade, foi colocado um muro que impossibilitasse o acesso à cela.
Como as reclusas, Júlia não mais deixaria
a pequena cela e viveria segregada do mundo por um período de cerca de 30 anos,
percorrendo a via da ascese e da mística. Penitência e oração eram suas
ocupações cotidianas.
Os habitantes de Certaldo e arredores
tinham como ocupação mantê-la com vida. Conta a tradição popular que inclusive
as crianças corriam muitas vezes para ajudá-la, levando-lhe algum alimento, e
que Júlia agradecida e sorridente lhes retribuía com flores frescas em qualquer
estação do ano.
Nada mais se sabe dela a não ser que era
muito venerada por seus concidadãos pela vida de piedade que seus olhos deixavam
transparecer.
O funeral
A
morte chegou em 9 de janeiro de 1367 (ou 1370): os moradores de Certaldo foram
alertados pelo som dos sinos que misteriosamente começaram a tocar sozinhos. As
exéquias foram celebrados com grande presença do público e houve numerosos
milagres em torno de seu caixão.
Já
em 1372 um altar foi erguido na igreja dos Santos Tiago e Filipe para guardar
seus restos mortais.
Ao longo dos séculos, seu túmulo viu
transformações notáveis. Atualmente, seus restos ainda estão na igreja dos
Santos Tiago e Filipe, em um nicho recentemente construído (nos anos sessenta
do século XX), aproximadamente no mesmo ponto em que o primeiro altar de 1372
foi erguido; acima desse nicho foi colocada a placa do século quinze onde os
episódios de sua vida são ilustrados.
Celebrações
Desde 1506 o município de Certaldo contribuía
para a festa em honra da Beata, a cuja proteção foi atribuída várias vezes a libertação
de contágios e de pestes.
Todos os anos, no primeiro domingo de setembro, a cidade celebra a sua festa
com uma procissão que vai da vila medieval até a parte baixa da cidade para
terminar na propositura de Santo Tomás; na quarta-feira seguinte, uma procissão
carrega a urna com os restos mortais da Beata da propositura à igreja dos
Santos Tiago e Filipe, em Certaldo Alto.
Originalmente o festival era celebrado no dia 9 de janeiro, o dia da morte, como acontece com todos os santos, mas devido aos rigores do inverno, a festa foi movida para o primeiro domingo de setembro, para ter um comparecimento maior de pessoas e para mais dignamente comemorar a santa padroeira.
Originalmente o festival era celebrado no dia 9 de janeiro, o dia da morte, como acontece com todos os santos, mas devido aos rigores do inverno, a festa foi movida para o primeiro domingo de setembro, para ter um comparecimento maior de pessoas e para mais dignamente comemorar a santa padroeira.
Alguns anos atrás, surgiram os "Cavaleiros de Beata Júlia", um grupo que
segue atividades paroquiais e mais de perto o culto da Beata, patrona de
Certaldo.
Seu culto imemorial foi confirmado por SS
Pio VII em 1819.
Fontes: www.santiebeati/it; www.wikipedia
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