Martirológio
Romano: No mosteiro de Jouarre, no território de Meaux, cerca do ano 670, na
Nêustria, na hodierna França, Santa Telquide, abadessa, que sendo nobre de
nascimento, ilustre pelos seus méritos e austera em seus costumes, ensinou as
virgens consagradas a ir ao encontro de Cristo com as lâmpadas acesas.
Santa Telquide foi a primeira abadessa do
Mosteiro de Jouarre, na Champagne francesa. Ela repousa na magnifica cripta merovíngia
daquele mosteiro que canta ainda hoje como ela a Glória de Deus.
As primeiras monjas vieram, no ano de 630,
da vizinha Abadia de Faremoutiers e se colocaram sob a Regra de São Columbano.
A inscrição no túmulo nos diz: “De nobre origem, radiante de méritos, forte
na sua conduta, ela brilhou por sua fé santa. Ela exulta na glória do Paraiso”.
Abadia de Nossa Senhora de Jouarre
A fundação merovíngia da abadessa Teodequilda
ou Telquide teve lugar, segundo a tradição, no ano 630, inspirada pela visita
de São Columbano, o monge viajante irlandês que inspirou a construção de
mosteiros no princípio do século VII.
Como parte de sua herança celta, Jouarre
foi estabelecido como um mosteiro duplo, isto é, uma comunidade de monges e
monjas, sob o governo da abadessa, que em 1225 obteve imunidade de
interferência pelo Bispo de Meaux, respondendo somente ao Papa.
A
cripta merovíngia sob a igreja abacial românica contém uma série de corpos
encerrados em sarcófagos, especialmente do irmão de Telquide, Agilberto (m.
680), talhada com uma cena do Antigo Testamento e Cristo em Majestade, pontos
de destaque da arquitetura pré-românica.
Em meados do século IX, a abadia adquiriu
as relíquias de São Potenciano; as relíquias reunidas em Jouarre atraiam
peregrinos. A reputação da abadia era tão grande, que recebeu uma visita do
Papa Inocêncio II em 1131 e albergou um sínodo em 1133. A submissão da abadessa
ao Bispo de Meaux não aconteceu até que Bossuet desempenhou o posto em 1690.
A abadia é um importante centro de
peregrinação; foi construída uma cidade fortificada ao seu redor e isto deu
lugar ao nascimento da atual cidade de Jouarre.
Os edifícios atuais do mosteiro, novamente
ocupado por monjas beneditinas, datam do século XVIII, com destaque para seu
tradicional jardim de frutas e hortaliças.
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