segunda-feira, 27 de maio de 2019

Nossa Senhora Auxiliadora, História da invocação

Continuação


Maria Auxiliadora apareceu a São João Bosco
     No século 19, São João Bosco foi o grande propagador do amor a esta devoção mariana. Mas ouçamos do próprio Dom Bosco o relato de um “sonho”, tido em 1844, quando andava ainda à procura de uma sede estável para o seu oratório.
     A Senhora que lhe apareceu, diz-lhe: “Observa. – E eu vi uma igreja pequena e baixa, um pequeno pátio e jovens em grande número. Recomecei o meu trabalho. Mas tendo-se esta igreja tornado pequena, recorri a Ela outra vez e Ela me fez ver uma outra igreja bastante maior com uma casa vizinha. Depois, conduzindo-me a um lado, a um pedaço de terreno cultivado, quase em frente da fachada da segunda igreja, acrescentou: “Neste lugar onde os gloriosos Mártires de Turim Aventor, Solutor e Octávio ofereceram o seu martírio”.
     Em 1860, a própria Virgem Maria apareceu a ele e assinalou o lugar em Turim (Itália) onde queria que fosse construído um templo em sua homenagem. Do mesmo modo, pediu para ser homenageada com o título de “Auxiliadora”.
     Entre 1860-1862, nestes momentos particularmente críticos para a Igreja, vemos que D. Bosco toma uma opção definitiva pela “Auxiliadora”, título em que ele decide concentrar a devoção mariana por ele oferecida ao povo. E justamente em 1862, ele tem o “Sonho das Duas Colunas” e no ano seguinte seus primeiros acenos para a construção do célebre e grandioso Santuário de Maria Auxiliadora.
     Dom Bosco desde pequeno aprendera com sua mãe Margarida a confiar inteiramente em Nossa Senhora; ao falar da Mãe de Deus, acrescentou o título Auxiliadora dos Cristãos, para perpetuar o seu amor, a sua gratidão para com Nossa Senhora e ficasse conhecido por todos e para sempre que foi “Ela (Maria) quem tudo fez”.
     Pio IX, então cabeça da Igreja, manifestou-se logo a favor de uma devoção pessoal para com a Auxiliadora e quando este sofrido Pontífice esteve no exílio, o nosso Santo lhe enviou 35 francos, recolhidos entre seus jovens do oratório. O Papa ficou profundamente comovido com esta atitude e conservou uma grande lembrança deste gesto de afeto de D. Bosco e da generosidade dos rapazes pobres.
     Em 1863, São João Bosco começou a construção da igreja com alguns centavos, mas com a intercessão da Santíssima Virgem Maria, em 9 de junho de 1868, apenas 5 anos depois, foi realizada a consagração do templo.
     O Papa Pio IX fundou, no Santuário de Turim (Itália), dia 5 de abril de 1870, uma Arquiconfraria, enriquecendo-a de muitas indulgências e de favores espirituais. No dia 17 de maio de 1903, por decreto do Papa Leão XIII, foi solenemente coroada a imagem de Maria Auxiliadora, que se venera no Santuário de Turim.
     O Santo costumava dizer: “Cada tijolo deste templo corresponde a um milagre da Santíssima Virgem Maria”. A partir daquele Santuário, começou a espalhar pelo mundo a devoção a Maria sob o título de Auxílio dos Cristãos.
     Se a devoção de Nossa Senhora Auxiliadora tomou novo incremento na Igreja Católica, é também devido a este grande Santo dos nossos dias, que deu a Deus e a Igreja duas congregações: a Pia Sociedade de São Francisco de Sales (Salesianos) e a das Filhas de Maria Auxiliadora (esta última por ele fundada juntamente com Santa Maria Domingas Mazzarello), ambas destinadas à educação cristã da mocidade, pregação do Reino de Deus entre os pagãos, à caridade de Cristo em suas diversas modalidades. Ambas trabalham e se santificam sob a égide de Maria Auxiliadora.


ORAÇÃO À NOSSA SENHORA AUXILIADORA
(Composta por São João Bosco)
     Ó Maria, Virgem poderosa,
     Tu, grande e ilustre defensora da Igreja;
     Tu, auxílio maravilhoso dos cristãos;
     Tu, terrível como exército ordenado em ordem de batalha;
     Tu, que só destruíste toda heresia em todo o mundo.
     Ah! nas nossas angústias, nas nossas lutas, nas nossas aflições, defende-nos do inimigo; e, na hora da morte, acolhe a nossa alma no Paraíso.
     Amém.

Frases de São João Bosco
     “Nossa Senhora deseja que a veneremos com o título de AUXILIADORA: vivemos em tempos difíceis e necessitamos que a Santíssima Virgem nos ajude a conservar e defender a fé cristã”, disse Dom Bosco ao clérigo Cagliero
     “São estes os motivos que temos para sermos devotos de Nossa Senhora: Maria é a mais santa entre as criaturas, Maria é a Mãe de Deus, Maria é a nossa mãe”.
     “Quem confia em Maria nunca ficará desiludido”.
      “Maria Auxiliadora obteve e obterá sempre graças particulares, até extraordinárias e miraculosas, para aqueles que ajudam a dar educação cristã à juventude em perigo, com as obras, com o conselho, com o bom exemplo ou simplesmente com a oração”.
      “Estamos neste mundo como num mar tempestuoso, como num exílio, num vale de lágrimas. Maria é a estrela do mar, o conforto do nosso exílio, a luz que nos indica o caminho do céu enxugando as nossas lágrimas”.
      “Amai, honrai, servi Maria. Procurai fazê-la conhecer, amar e honrar pelos outros. Nenhum filho que tenha honrado esta mãe morrerá e poderá aspirar a uma grande coroa no céu”. “É quase impossível ir ter com Jesus se não se vai por meio de Maria”.
     “A Virgem domina num mar de luz e majestade. Está rodeada de uma multidão de Anjos que a homenageiam como rainha. Na mão direita segura o ceptro, que é símbolo do seu poder; na mão esquerda segura o Menino que tem os braços abertos, oferecendo assim as suas graças e a sua misericórdia a quem recorre à sua augusta Mãe”.

Fontes:
www.paginaoriente.com

    No ano de 1927 foi encontrado no Egito um fragmento de papiro que remonta ao século III. Nele estava escrito: “À vossa proteção recorremos Santa Mãe de Deus. Não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita!”. Esta oração conhecida com o nome “Sub tuum praesidium” (À vossa proteção) é a mais antiga oração a Nossa Senhora que se conhece e é de uma excepcional importância histórica pela explícita referência ao tempo de perseguições dos cristãos (“livrai-nos de todo perigo”) e uma particular importância teológica por recorrer à intercessão de Maria invocada com o título de Theotokos (Mãe de Deus). Já no século II este título, o mais belo e importante privilégio da Virgem Santíssima., era dirigido à Maria e foi objeto de definição conciliar em Éfeso no ano de 431.

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