sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

Santa Claudina Thévenet, Virgem, fundadora da Congregação das Religiosas de Jesus-Maria

 
   
Claudina Thévenet, nasceu em Lyon em 30 de março de 1774, a segunda de sete filhos de uma família de comerciantes de seda, atividade muito comum em Lyon. Filiberto Thévenet, pai de Claudina, se casou com Maria Antonieta Guyot de Pravieux e tiveram 7 filhos: Luís, Claudina, Francisco, Elisabeth, Fanny, João Luís e Leonor.
     Claudina logo manifesta uma forte personalidade ao mesmo tempo com uma grande sensibilidade e, sem se dar conta, influencia na vida familiar. Elisabeth, além de irmã, é uma grande amiga de Claudina, com a qual compartilha suas experiências profundas. Seus irmãos a chamam carinhosamente de Glady.
     Os primeiros anos de sua vida correspondem a um período de paz na França. Os pais se dedicam à educação dos filhos. É uma família de fé profunda, onde Claudina encontra mestres de vida que marcaria seu caminho de união à Nosso Senhor Jesus Cristo. Aprendia de seu pai a sensibilidade pelos menos afortunados, pelos mais pobres. Com sua mãe aprendeu o sentido prático, próprio de um caráter enérgico e valente; a serenidade de uma entrega total aos demais e uma vida contagiosa e autêntica que ajuda seus filhos a crescer na fé.
      Claudina gostava de se entregar aos demais, à família sem fazer alerde, sem chamar a atenção, o que levou seus parentes a apelidá-la de “petite violette”. Aos nove anos, ela começa a estudar na Abadia beneditina de São Pedro, em Lyon. É uma educação totalmente personalizada porque o número de alunas é muito reduzido e cada religiosa se ocupa de uma única menina. Sua educadora lhe proporciona uma sólida formação católica e os conhecimentos intelectuais necessários naquele tempo de profundas mudanças. Também lhe ensina o trabalho manual de agulha e o bordado, a ordem e o cuidado das coisas. Claudina se lembrará de sua mestra por toda a vida.
     Quando a Revolução Francesa explode ela tem 15 anos. Em 1793, viveu as trágicas horas do cerco de Lyon pelas forças governamentais e, em janeiro de 1794, cheia de horror e desamparo, presenciou a execução de dois de seus irmãos, condenados à morte por represálias, após a queda da cidade. As últimas palavras de seus irmãos: "Perdoe, Glady, como nós perdoamos", ela as faz suas, grava-as em seu coração e imprime um profundo significado na condução de sua vida. 
     A partir de então se dedicará a ajudar as inúmeras misérias que a Revolução produziu. Antes de terminar a guerra, ela inicia um apostolado clandestino junto a outras jovens que como ela desejam ajudar a quem mais precisa.
Lyon no século XIX
     Para Claudina, a principal causa do sofrimento do povo era a ignorância de Deus e isso desperta nela um grande desejo de O dar a conhecer a todos. Crianças e jovens, principalmente, atraem seu zelo apostólico e arde seu coração para os fazer conhecer e amar Jesus e Maria.
     O encontro com um santo sacerdote, Padre Andrés Coindre, a ajudará a conhecer a vontade de Deus para ela e será decisivo na orientação de sua vida. No átrio da Igreja de São Nizier, o Padre Coindre encontrou duas meninas abandonadas e tremendo de frio. Ele as conduziu a Claudina, que não hesitou em cuidar delas.
     Assim nasceu uma primeira Providência, que recebeu o nome de Providência do Sagrado Coração (1815). Com as companheiras que se juntam a Claudina, ela forma uma Associação, elabora e experimenta um regulamento e logo a elegem como presidente.
     Em 31 de julho de 1818, o Senhor fala pela voz do Padre Coindre: “Você deve formar uma comunidade, Deus escolheu você”, disse a Claudina. 
     No bairro Croix-Rousse, na rua Pierres-Plantées, uma segunda Providência é fundada: na noite de 5 para 6 de outubro de 1818, Claudina deixa sua mãe para se instalar definitivamente em uma humilde casa. Então, com uma operária, uma órfã e um tear de seda, Claudina funda, em 6 de outubro de 1818, a Congregação das Religiosas de Jesus-Maria. “Parecia que eu havia me lançado em um empreendimento louco sem nenhuma garantia de êxito”. Entretanto a obra se desenvolve e cresce.
     Em 1820, a Congregação nascente se instalará em Fourvière (em frente ao famoso santuário). Em 1823 obteve aprovação canônica para a Diocese do Puy e em 1825 para a de Lyon.
     O objetivo inicial do jovem Instituto era acolher meninas pobres até 20 anos de idade. Ensinavam uma profissão e o conhecimento da escola primária, todas recebiam uma sólida base religiosa e moral. 
     Mas elas queriam fazer mais, e Claudina e suas irmãs também abriram seus corações para meninas de classes ricas, criando um pensionato para elas. Assim, o propósito apostólico da Congregação será a educação cristã de todas as classes sociais com preferência por meninas e jovens, e entre elas, as mais pobres.
     Os dois tipos de obras são desenvolvidos simultaneamente, apesar das provas que acompanharão a Fundadora durante os últimos doze anos de sua peregrinação nesta terra: a morte dolorosamente súbita do Padre Coindre (1826) e das primeiras irmãs (1828); a tenacidade para impedir a fusão de sua Congregação com outra também recentemente fundada; os movimentos revolucionários de Lyon em 1831 e 1834 com todas as consequências que os habitantes de Fourvière tiveram de sofrer, por ser o ponto estratégico da colina dos dois lados antagonistas.
     A valorosa Fundadora não é intimidada pela adversidade, pelo contrário, compromete-se corajosamente com novas construções, entre elas a da Capela da Casa Mãe, ao mesmo tempo em que se entrega à redação das Constituições da Congregação. Ela estava terminando quando, aos 63, no dia 3 de fevereiro de 1837, uma sexta-feira, às três da tarde, falece na casa de Fourvière. Suas últimas palavras: “Que bom é Deus”, foi a exclamação admirada da bondade de Deus que ela descobriu, mesmo nos momentos mais dolorosos de sua vida.
     
Fazer tudo com o único desejo de agradar a Deus” foi o fio condutor ao longo de sua vida. Esta busca constante da vontade de Deus, “viver uma vida digna do Senhor, agradá-lo em tudo”, deu-lhe uma sensibilidade fina para ler os sinais dos tempos, discernir os planos de Deus para ela e dar uma resposta integral e total. Esse caminho lhe valeu “para compartilhar o destino dos santos na Luz” (Col 1: 10-11).
     Encontrar Deus em todas as coisas e todas as coisas em Deus” é viver com um espírito de louvor. Em um mundo onde a esperança está muito ausente, redescobrir a bondade do Criador, presente na criação e nas pessoas, reafirma o sentido de viver e convida a ação de graças. Claudina fez de sua vida religiosa apostólica “um hino de glória para o Senhor”. 
     Claudina imprimiu sua personalidade forte em sua Congregação. Dotada de uma grandeza de alma incomum, inteligência prudente e boa organização, ela era, acima de tudo, uma mulher de grande coração. E ela queria que suas filhas fossem verdadeiras mães das jovens confiadas aos seus cuidados: “É necessário ser as mães das meninas - ela disse - sim, mães verdadeiras, tanto da alma quanto do corpo. Sem parcialidade, nenhuma preferência, as únicas que eu permito são para os mais pobres, os mais miseráveis, aqueles que têm mais defeitos”.
     A solidez de uma construção se revela ao longo do tempo. Cinco anos após a morte da Fundadora, suas filhas chegaram à Índia (1842). Em 1850, eles entraram na Espanha e, em 1855, foram ao Novo Mundo, ao Canadá.
     175 anos após a fundação da Congregação, há mais de mil e oitocentas religiosas de Jesus – Maria, distribuídas hoje em cento e oitenta comunidades nos cinco continentes.

Fontes:
https://jesus-maria.org/archiprovdoc/formacion/fundadora.pdf
http://coisasdesantos.blogspot.com/2018/02/03-de-fevereiro-santa-claudina-thevenet.html

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