Claudina
Thévenet, nasceu em Lyon em 30 de março de 1774, a segunda de sete filhos de
uma família de comerciantes de seda, atividade muito comum em Lyon. Filiberto
Thévenet, pai de Claudina, se casou com Maria Antonieta Guyot de Pravieux e
tiveram 7 filhos: Luís, Claudina, Francisco, Elisabeth, Fanny, João Luís e
Leonor.
Claudina logo manifesta uma forte personalidade ao mesmo tempo com uma grande sensibilidade e, sem se dar conta, influencia na vida familiar. Elisabeth, além de irmã, é uma grande amiga de Claudina, com a qual compartilha suas experiências profundas. Seus irmãos a chamam carinhosamente de Glady.
Os primeiros anos de sua vida correspondem a um período de paz na França. Os pais se dedicam à educação dos filhos. É uma família de fé profunda, onde Claudina encontra mestres de vida que marcaria seu caminho de união à Nosso Senhor Jesus Cristo. Aprendia de seu pai a sensibilidade pelos menos afortunados, pelos mais pobres. Com sua mãe aprendeu o sentido prático, próprio de um caráter enérgico e valente; a serenidade de uma entrega total aos demais e uma vida contagiosa e autêntica que ajuda seus filhos a crescer na fé.
Claudina gostava de se entregar aos demais, à família sem fazer alerde, sem chamar a atenção, o que levou seus parentes a apelidá-la de “petite violette”. Aos nove anos, ela começa a estudar na Abadia beneditina de São Pedro, em Lyon. É uma educação totalmente personalizada porque o número de alunas é muito reduzido e cada religiosa se ocupa de uma única menina. Sua educadora lhe proporciona uma sólida formação católica e os conhecimentos intelectuais necessários naquele tempo de profundas mudanças. Também lhe ensina o trabalho manual de agulha e o bordado, a ordem e o cuidado das coisas. Claudina se lembrará de sua mestra por toda a vida.
Quando a Revolução Francesa explode ela tem 15 anos. Em 1793, viveu as trágicas horas do cerco de Lyon pelas forças governamentais e, em janeiro de 1794, cheia de horror e desamparo, presenciou a execução de dois de seus irmãos, condenados à morte por represálias, após a queda da cidade. As últimas palavras de seus irmãos: "Perdoe, Glady, como nós perdoamos", ela as faz suas, grava-as em seu coração e imprime um profundo significado na condução de sua vida.
A partir de então se dedicará a ajudar as inúmeras misérias que a Revolução produziu. Antes de terminar a guerra, ela inicia um apostolado clandestino junto a outras jovens que como ela desejam ajudar a quem mais precisa.
Para Claudina, a principal causa do
sofrimento do povo era a ignorância de Deus e isso desperta nela um grande
desejo de O dar a conhecer a todos. Crianças e jovens, principalmente,
atraem seu zelo apostólico e arde seu coração para os fazer conhecer e amar
Jesus e Maria.
O encontro com um santo sacerdote, Padre Andrés Coindre, a ajudará a conhecer a vontade de Deus para ela e será decisivo na orientação de sua vida. No átrio da Igreja de São Nizier, o Padre Coindre encontrou duas meninas abandonadas e tremendo de frio. Ele as conduziu a Claudina, que não hesitou em cuidar delas.
Assim nasceu uma primeira Providência, que recebeu o nome de Providência do Sagrado Coração (1815). Com as companheiras que se juntam a Claudina, ela forma uma Associação, elabora e experimenta um regulamento e logo a elegem como presidente.
Em 31 de julho de 1818, o Senhor fala pela voz do Padre Coindre: “Você deve formar uma comunidade, Deus escolheu você”, disse a Claudina.
No bairro Croix-Rousse, na rua Pierres-Plantées, uma segunda Providência é fundada: na noite de 5 para 6 de outubro de 1818, Claudina deixa sua mãe para se instalar definitivamente em uma humilde casa. Então, com uma operária, uma órfã e um tear de seda, Claudina funda, em 6 de outubro de 1818, a Congregação das Religiosas de Jesus-Maria. “Parecia que eu havia me lançado em um empreendimento louco sem nenhuma garantia de êxito”. Entretanto a obra se desenvolve e cresce.
Em 1820, a Congregação nascente se instalará em Fourvière (em frente ao famoso santuário). Em 1823 obteve aprovação canônica para a Diocese do Puy e em 1825 para a de Lyon.
O objetivo inicial do jovem Instituto era acolher meninas pobres até 20 anos de idade. Ensinavam uma profissão e o conhecimento da escola primária, todas recebiam uma sólida base religiosa e moral.
Mas elas queriam fazer mais, e Claudina e suas irmãs também abriram seus corações para meninas de classes ricas, criando um pensionato para elas. Assim, o propósito apostólico da Congregação será a educação cristã de todas as classes sociais com preferência por meninas e jovens, e entre elas, as mais pobres.
Os dois tipos de obras são desenvolvidos simultaneamente, apesar das provas que acompanharão a Fundadora durante os últimos doze anos de sua peregrinação nesta terra: a morte dolorosamente súbita do Padre Coindre (1826) e das primeiras irmãs (1828); a tenacidade para impedir a fusão de sua Congregação com outra também recentemente fundada; os movimentos revolucionários de Lyon em 1831 e 1834 com todas as consequências que os habitantes de Fourvière tiveram de sofrer, por ser o ponto estratégico da colina dos dois lados antagonistas.
A valorosa Fundadora não é intimidada pela adversidade, pelo contrário, compromete-se corajosamente com novas construções, entre elas a da Capela da Casa Mãe, ao mesmo tempo em que se entrega à redação das Constituições da Congregação. Ela estava terminando quando, aos 63, no dia 3 de fevereiro de 1837, uma sexta-feira, às três da tarde, falece na casa de Fourvière. Suas últimas palavras: “Que bom é Deus”, foi a exclamação admirada da bondade de Deus que ela descobriu, mesmo nos momentos mais dolorosos de sua vida.
“Fazer tudo com o único desejo de agradar a Deus” foi o fio condutor ao longo de sua vida. Esta busca constante da vontade de Deus, “viver uma vida digna do Senhor, agradá-lo em tudo”, deu-lhe uma sensibilidade fina para ler os sinais dos tempos, discernir os planos de Deus para ela e dar uma resposta integral e total. Esse caminho lhe valeu “para compartilhar o destino dos santos na Luz” (Col 1: 10-11).
“Encontrar Deus em todas as coisas e todas as coisas em Deus” é viver com um espírito de louvor. Em um mundo onde a esperança está muito ausente, redescobrir a bondade do Criador, presente na criação e nas pessoas, reafirma o sentido de viver e convida a ação de graças. Claudina fez de sua vida religiosa apostólica “um hino de glória para o Senhor”.
Claudina imprimiu sua personalidade forte em sua Congregação. Dotada de uma grandeza de alma incomum, inteligência prudente e boa organização, ela era, acima de tudo, uma mulher de grande coração. E ela queria que suas filhas fossem verdadeiras mães das jovens confiadas aos seus cuidados: “É necessário ser as mães das meninas - ela disse - sim, mães verdadeiras, tanto da alma quanto do corpo. Sem parcialidade, nenhuma preferência, as únicas que eu permito são para os mais pobres, os mais miseráveis, aqueles que têm mais defeitos”.
A solidez de uma construção se revela ao longo do tempo. Cinco anos após a morte da Fundadora, suas filhas chegaram à Índia (1842). Em 1850, eles entraram na Espanha e, em 1855, foram ao Novo Mundo, ao Canadá.
175 anos após a fundação da Congregação, há mais de mil e oitocentas religiosas de Jesus – Maria, distribuídas hoje em cento e oitenta comunidades nos cinco continentes.
Claudina logo manifesta uma forte personalidade ao mesmo tempo com uma grande sensibilidade e, sem se dar conta, influencia na vida familiar. Elisabeth, além de irmã, é uma grande amiga de Claudina, com a qual compartilha suas experiências profundas. Seus irmãos a chamam carinhosamente de Glady.
Os primeiros anos de sua vida correspondem a um período de paz na França. Os pais se dedicam à educação dos filhos. É uma família de fé profunda, onde Claudina encontra mestres de vida que marcaria seu caminho de união à Nosso Senhor Jesus Cristo. Aprendia de seu pai a sensibilidade pelos menos afortunados, pelos mais pobres. Com sua mãe aprendeu o sentido prático, próprio de um caráter enérgico e valente; a serenidade de uma entrega total aos demais e uma vida contagiosa e autêntica que ajuda seus filhos a crescer na fé.
Claudina gostava de se entregar aos demais, à família sem fazer alerde, sem chamar a atenção, o que levou seus parentes a apelidá-la de “petite violette”. Aos nove anos, ela começa a estudar na Abadia beneditina de São Pedro, em Lyon. É uma educação totalmente personalizada porque o número de alunas é muito reduzido e cada religiosa se ocupa de uma única menina. Sua educadora lhe proporciona uma sólida formação católica e os conhecimentos intelectuais necessários naquele tempo de profundas mudanças. Também lhe ensina o trabalho manual de agulha e o bordado, a ordem e o cuidado das coisas. Claudina se lembrará de sua mestra por toda a vida.
Quando a Revolução Francesa explode ela tem 15 anos. Em 1793, viveu as trágicas horas do cerco de Lyon pelas forças governamentais e, em janeiro de 1794, cheia de horror e desamparo, presenciou a execução de dois de seus irmãos, condenados à morte por represálias, após a queda da cidade. As últimas palavras de seus irmãos: "Perdoe, Glady, como nós perdoamos", ela as faz suas, grava-as em seu coração e imprime um profundo significado na condução de sua vida.
A partir de então se dedicará a ajudar as inúmeras misérias que a Revolução produziu. Antes de terminar a guerra, ela inicia um apostolado clandestino junto a outras jovens que como ela desejam ajudar a quem mais precisa.
Lyon no século XIX |
O encontro com um santo sacerdote, Padre Andrés Coindre, a ajudará a conhecer a vontade de Deus para ela e será decisivo na orientação de sua vida. No átrio da Igreja de São Nizier, o Padre Coindre encontrou duas meninas abandonadas e tremendo de frio. Ele as conduziu a Claudina, que não hesitou em cuidar delas.
Assim nasceu uma primeira Providência, que recebeu o nome de Providência do Sagrado Coração (1815). Com as companheiras que se juntam a Claudina, ela forma uma Associação, elabora e experimenta um regulamento e logo a elegem como presidente.
Em 31 de julho de 1818, o Senhor fala pela voz do Padre Coindre: “Você deve formar uma comunidade, Deus escolheu você”, disse a Claudina.
No bairro Croix-Rousse, na rua Pierres-Plantées, uma segunda Providência é fundada: na noite de 5 para 6 de outubro de 1818, Claudina deixa sua mãe para se instalar definitivamente em uma humilde casa. Então, com uma operária, uma órfã e um tear de seda, Claudina funda, em 6 de outubro de 1818, a Congregação das Religiosas de Jesus-Maria. “Parecia que eu havia me lançado em um empreendimento louco sem nenhuma garantia de êxito”. Entretanto a obra se desenvolve e cresce.
Em 1820, a Congregação nascente se instalará em Fourvière (em frente ao famoso santuário). Em 1823 obteve aprovação canônica para a Diocese do Puy e em 1825 para a de Lyon.
O objetivo inicial do jovem Instituto era acolher meninas pobres até 20 anos de idade. Ensinavam uma profissão e o conhecimento da escola primária, todas recebiam uma sólida base religiosa e moral.
Mas elas queriam fazer mais, e Claudina e suas irmãs também abriram seus corações para meninas de classes ricas, criando um pensionato para elas. Assim, o propósito apostólico da Congregação será a educação cristã de todas as classes sociais com preferência por meninas e jovens, e entre elas, as mais pobres.
Os dois tipos de obras são desenvolvidos simultaneamente, apesar das provas que acompanharão a Fundadora durante os últimos doze anos de sua peregrinação nesta terra: a morte dolorosamente súbita do Padre Coindre (1826) e das primeiras irmãs (1828); a tenacidade para impedir a fusão de sua Congregação com outra também recentemente fundada; os movimentos revolucionários de Lyon em 1831 e 1834 com todas as consequências que os habitantes de Fourvière tiveram de sofrer, por ser o ponto estratégico da colina dos dois lados antagonistas.
A valorosa Fundadora não é intimidada pela adversidade, pelo contrário, compromete-se corajosamente com novas construções, entre elas a da Capela da Casa Mãe, ao mesmo tempo em que se entrega à redação das Constituições da Congregação. Ela estava terminando quando, aos 63, no dia 3 de fevereiro de 1837, uma sexta-feira, às três da tarde, falece na casa de Fourvière. Suas últimas palavras: “Que bom é Deus”, foi a exclamação admirada da bondade de Deus que ela descobriu, mesmo nos momentos mais dolorosos de sua vida.
“Fazer tudo com o único desejo de agradar a Deus” foi o fio condutor ao longo de sua vida. Esta busca constante da vontade de Deus, “viver uma vida digna do Senhor, agradá-lo em tudo”, deu-lhe uma sensibilidade fina para ler os sinais dos tempos, discernir os planos de Deus para ela e dar uma resposta integral e total. Esse caminho lhe valeu “para compartilhar o destino dos santos na Luz” (Col 1: 10-11).
“Encontrar Deus em todas as coisas e todas as coisas em Deus” é viver com um espírito de louvor. Em um mundo onde a esperança está muito ausente, redescobrir a bondade do Criador, presente na criação e nas pessoas, reafirma o sentido de viver e convida a ação de graças. Claudina fez de sua vida religiosa apostólica “um hino de glória para o Senhor”.
Claudina imprimiu sua personalidade forte em sua Congregação. Dotada de uma grandeza de alma incomum, inteligência prudente e boa organização, ela era, acima de tudo, uma mulher de grande coração. E ela queria que suas filhas fossem verdadeiras mães das jovens confiadas aos seus cuidados: “É necessário ser as mães das meninas - ela disse - sim, mães verdadeiras, tanto da alma quanto do corpo. Sem parcialidade, nenhuma preferência, as únicas que eu permito são para os mais pobres, os mais miseráveis, aqueles que têm mais defeitos”.
A solidez de uma construção se revela ao longo do tempo. Cinco anos após a morte da Fundadora, suas filhas chegaram à Índia (1842). Em 1850, eles entraram na Espanha e, em 1855, foram ao Novo Mundo, ao Canadá.
175 anos após a fundação da Congregação, há mais de mil e oitocentas religiosas de Jesus – Maria, distribuídas hoje em cento e oitenta comunidades nos cinco continentes.
Fontes:
https://jesus-maria.org/archiprovdoc/formacion/fundadora.pdf
http://coisasdesantos.blogspot.com/2018/02/03-de-fevereiro-santa-claudina-thevenet.html
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