segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Santa Febe (Phoebe), Coadjutora de São Paulo - 3 de setembro

      São Paulo ele mesmo é a fonte, tão ilustre quanto lacônica, sobre esta Santa. Dele ficamos sabendo que Febe (1) tinha uma incumbência eclesiástica junto à comunidade cristã de Kenchris, pequena cidade portuária ao leste de Corinto, no istmo do mesmo nome. Ela desempenhava o ofício de oráxovo (ministra), termo que foi dado pela primeira vez a uma mulher na Igreja nascente.
     De tais mulheres parece São Paulo tratar em I Tim. 5, 9 sg, onde são postas em relevo as qualidades familiares e morais necessárias às viúvas para serem eleitas: “seja escolhida a viúva (para o serviço da Igreja) com não menos de sessenta anos, que tenha sido mulher dum só marido, que tenha reputação de boas obras: se educou bem os seus filhos, se praticou a hospitalidade, se lavou os pés dos santos, se acudiu aos atribulados, se praticou toda a obra boa”.
     
     Santa Febe, como tantas outras figuras femininas mencionadas no Novo Testamento, refletem um dos trabalhos do Espírito Santo na Santa Igreja nascente: moldar o papel da mulher na instituição. As viúvas, as esposas e mães, as virgens, cada uma terá será sua função. As mães deveriam guardar os tesouros da Fé deixando-os indeléveis nas almas dos filhos; as viúvas, como Santa Febe, dedicando-se à comunidade cristã; as virgens, dedicando-se à vida de contemplação e sacrifício, que logo nos séculos seguintes desabrochariam nos primeiros conventos. Evidentemente, como tudo na Igreja, como todo o organismo vivo e saudável, nada era tão esquemático: viúvas houve que fundaram mosteiros, virgens que fundaram obras assistenciais, etc.
     Podemos deduzir que Santa Febe era viúva de uma certa idade e de boa condição social, o que lhe permitia dedicar-se às boas obras mencionadas por São Paulo, em particular a hospitalidade.
     Talvez São Paulo tenha aludido à hospitalidade ao elogiá-la por ter assistido a muitos, inclusive ele próprio, o que, aliás, é bastante aceitável pela posição geográfica de Kenchris, para onde convergia um importante tráfico com as ilhas Egeu e com a Ásia Menor. O que devia dar ocasião a Febe de atender os viajantes cristãos que vinham daquelas terras.
     Ignora-se o motivo de sua viagem a Roma, mas há uma tradição que a menciona como a portadora da Epístola aos Romanos. Também é desconhecido o ano e o local de seu falecimento. Se a Epístola aos Romanos foi escrita nos primeiros meses de 57, como parece certo, Febe já então sexagenária pode ter morrido algum tempo depois daquele ano.
     No Ocidente, o seu culto é bem documentado, atestado por vários martirologios, inclusive o Martirologio Romano. É comemorada no dia 3 de setembro.
 
(1) Etimologia: Febe deriva de Phoebe, do grego = radiante, brilhante, o sol
 
Fonte: www.santiebeati/it

Santa Colomba, Eremita – 1° de setembro

 

Santa Colomba representada junto a Nossa Senhora, tendo a esquerda seu irmão São Berardo
 
     Muito impressiona aos hagiógrafos o elenco de famílias inteiras de santos, desde o início da expansão do Cristianismo e mais especialmente os nobres e os governantes no período glorioso da Idade Média; o fenômeno é mais evidente nos países anglo-saxões, mas também na Itália houve muitos casos.
     Um dos casos mais famosos é o da família dos condes de Pagliara, próximo de Castelli, na província de Teramo. Eram desta família São Berardo, bispo de Teramo e padroeiro da cidade, sua irmã é Santa Colomba e seus irmãos os santos Nicolau e Egídio.
     Os Pagliara tinham o título de conde, talvez herdado dos antigos condes Marsi e eram os senhores do Vale Siliciano, que abrangia um vasto território no Grand Sasso, Itália.
     Berardo, já monge beneditino e sacerdote em Montecassino, se retirou no famoso Mosteiro de São João em Venere, Abruzzo, e dali foi chamado para a sede episcopal de Teramo.
     De seus irmãos, Nicolau e Egídio, só se sabe que eles são mencionados em uma breve citação, juntamente com Santa Colomba, por estudiosos hagiográficos, como os Bollandistas, constituídos pelo jesuíta belga Jean Bolland (1596-1665) para compilar o 'Acta Sanctorum'.
     Na mesma citação, no dia 1º de setembro, Santa Colomba é lembrada como uma jovem condessa de Pagliara que nasceu em 1100; retirou-se jovem para viver como ermitã nas encostas do Monte Infornace (Grand Sasso).
     A caverna onde ela viveu e morreu está localizada a meio caminho de um penhasco, no qual está esculpido um sinal dizendo "pente de Santa Colomba", em memória do uso pela jovem de um pente para manter seus longos cabelos; nas proximidades existe a impressão de uma mão na rocha, que recorda o fato da Santa ter se apoiado ali ao escalar a montanha íngreme.
     Os dois "sinais" estão ligados ao culto das pedras, ainda florescente em Abruzzo, incluindo a presença de um buraco milagroso, existente sob o altar da igreja dedicada a Santa Colomba, construída pelo Bispo Berardo, seu irmão, após sua morte ocorrida no inverno de 1116, então tinha apenas 16 anos; os devotos acreditam que ao introduzir a cabeça no buraco podem ser curados de algumas doenças.
     A capela foi abençoada em 1216 por Santo Atanásio, bispo de Penne. No dia 1º de setembro comemora-se a sua festa. 
     A Ermida de Santa Colomba está situada a 1250 metros acima do nível do mar, no sopé do Monte Infornace. Tem acesso por Pretara através de um bom caminho. Segundo a tradição, neste lugar, no século XII, Santa Colomba, filha dos condes de Pagliara e irmã de São Berardo, abandonando o conforto do castelo, se retirou em oração e penitência.
     Entre as legendas que cercam a vida da santa, as mais comuns são as que falam da impressão de sua mão em uma rocha, que pode ser encontrada no caminho até o eremitério e o do chamado "pente de Santa Colomba" que, para alguns, seria uma série de incisões paralelas (como os dentes de um pente) sobre uma rocha plana na vizinhança da Ermida.
     Santa Colomba morreu, amorosamente assistida por seu irmão, o futuro bispo de Teramo. Em 1595 seus restos mortais foram transferidos para a Igreja de Santa Lúcia e só em 1955 a imagem de Santa Colomba, e os seus restos sagrados, foram transferidos para a capela de Pretara.
     A igreja, recentemente restaurada, possui uma alvenaria de pedra calcária coberta com gesso cimentício de grão grande e uma torre sineira à vela posicionada na linha do telhado de duas águas. Dentro da base do altar e do afresco com a imagem da Madona e do Menino Deus devem ser observados.
     O interior é de forma trapezoidal, com o presbitério elevado em dois degraus. No altar, está a imagem de Santa Colomba e ao lado dela está uma abertura que abrigava as relíquias do Santa.
     A igreja foi restaurada recentemente. Em uma placa colocada em uma parede, lê-se "ANNO DOMINI MDCXXXXVII SACERDOS D. ROMANO DUS TATTONUS INSULANUS CARITATE SUIS MANIBUS FECIT HOC OPUS. FR. IO. PATRIMÔNIO MINISTÉRIO”. Do lado de fora, acima da porta da frente, outra placa diz: "À SANTA COLOMBA, CONDESSA DE PAGLIARA E IRMÃ DE SÃO BERARDO BISPO DE TERAMO, O POVO DE PRETARA EM RECORDAÇÃO DO CENTENÁRIO DO ENCONTRO DOS RESTOS MORTAIS DA SANTA RAINHA DAS NOSSAS MONTANHAS. PRETARA 1º DE SETEMBRO DE 1992. H. MT.1234".    
     Em 1º de setembro ocorre a festa da Santa e a igreja se torna um local de encontro de muitos devotos que vêm homenageá-la. Muitos vêm para admirar, segundo uma lenda antiga, a rocha onde está estampado o pente da Santa, outros para descansar a cabeça no buraco que tira a dor de cabeça, outros para admirar as maravilhosas e milagrosas cerejeiras que a Santa fez florescer em pleno inverno para homenagear seu irmão São Berardo.
 
                                                                                                             
http://www.santiebeati.it/dettaglio/92314.