Maria Ana nasceu em Madrid no dia 21 de janeiro de 1565. Teve como pai Luís Navarro de Guevara e como mãe Joana Romero. Consagrou-se a Deus desde muito jovenzinha, mas os pais desejavam que ela se casasse e se opunham que se tornasse religiosa.
Para fazê-la aceitar o matrimônio, o pai a colocou na cozinha sob o controle de uma serva de caráter difícil; depois da morte da mãe, a esta humilhação veio ajuntar-se os maus tratos por parte da mulher que seu pai desposara. Maria Ana, entretanto, manteve-se inabalável no seu propósito.
Obrigada a viver na casa paterna, passou nela uma vida de retiro e de rigorosas austeridades. Deus a encheu de favores extraordinários. Naquele período, Maria Ana era dirigida no caminho da perfeição pelo padre mercedário João Batista Gonzales, tendo ele feito isto até sua morte em 1598.
Finalmente Maria Ana obteve do pai autorização para entrar numa Ordem religiosa. Mas, devido a uma enfermidade que a impedia de usar livremente as mãos nenhum convento a admitia. Assim sendo, refugiou-se num quartinho vizinho à igreja dos Mercedários Descalços onde levava uma vida interior profunda.
Após alguns anos de oração e penitência, foi aceita na Ordem de Nossa Senhora das Mercês (fundada por São Pedro Nolasco em 1218), tendo recebido o hábito no dia 4 de abril de 1613, aos 48 anos de idade. O Superior Geral dos Mercedários, Guimerand, que lhe impusera o hábito, recebeu no ano seguinte a sua profissão.
Deste modo se tornou religiosa no seu quartinho, de onde se dedicava às obras de caridade, visitando os doentes e se tornando conhecida de todos por suas virtudes. A ela veio juntar-se Catarina de Cristo; as duas formaram o núcleo de um novo instituto que tomou o nome de religiosas descalças de Na. Sra. das Mercês.
Maria Ana visitava muitas vezes a rainha da Espanha, edificando a corte inteira com a sua humildade e sua devoção a Santíssima Virgem e ao Santíssimo Sacramento. Um dia em que contemplava a Paixão do Senhor, recebeu uma coroa de espinhos de Cristo, O qual muitas vezes lhe falava a partir do tabernáculo.
A Beata aplicava todas as suas orações e mortificações a três classes de desafortunados: os pecadores, as almas do Purgatório e os cristãos cativos na África.
Aos 59 anos foi assaltada por uma grave forma de pleurite que a fazia exercitar a paciência e a submissão à vontade de Deus, e a levou ao túmulo no dia 17 de abril de 1624. O Cardeal Di Trejo, Arcebispo de Málaga, que por 14 anos conheceu a Beata Maria Ana de Jesus, escreveu dela uma longa e pormenorizada vida, detalhando suas virtudes.
O corpo da Beata se conserva na igreja do Mosteiro Alarconense de Madrid, tendo sido reconhecido em 1627, 1731, 1765, 1924, permanecendo sempre incorrupto e perfumado.
Milagres ocorridos em seu túmulo levaram o Papa Pio VI a proclamá-la beata no dia 25 de maio de 1784 na basílica vaticana. Sua festa litúrgica é celebrada no dia 17 de abril.
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