Esta beata do Canadá, cujo nome civil era Maria Ester Sureau-Blondin,
nasceu em Terrebonne, na província de Quebec, em 18 de abril de 1809; seu pai,
João Batista Sureau-Blondin, era agricultor e a mãe, Maria Rosa Limoges, dona-de-casa.
Ela era a terceira de 12 filhos desta família muito católica.
Maria Ester passou a infância e a adolescência em casa, recebendo educação
e formação de seus pais devido à falta de escolas católicas de língua francesa
em um Estado que há 50 anos passara para o domínio britânico e protestante.
Aos 20 anos, em 1829, começou a prestar serviços às Irmãs da Congregação
de Notre- Dame, que haviam se estabelecido recentemente em Terrebonne, recebendo
como salário o aprender a ler e a escrever. Em 1832, foi admitida no noviciado
da Congregação, mas não pronunciou os votos, porque foi rejeitada pela saúde
precária.
Ela passou um período de tratamento e descanso em casa e depois se
tornou colaboradora da professora da escola primária católica na vila de Vaudreuil,
tornando-se diretora da mesma escola em 1838.
Comovida com a ignorância das crianças rurais e
incentivada pelo vigário Paul-Loup Archambault, decidiu, em 1848, depois de
obter a permissão de Mons. Inácio Bourget, Bispo de Montreal, lançar as bases
para uma nova comunidade inteiramente dedicada à educação. Em setembro de 1850,
com quatro companheiras, ela pronunciou os seus votos adotando o nome de Irmã
Maria Ana, dando
início à Congregação das Irmãs de Santa Ana.
No início a jovem instituição passou por muitas dificuldades devido a
grande pobreza. Mas o recrutamento para esta nova
comunidade foi tão bem sucedido, que em 1853 tiveram que transferir o jovem Instituto,
contando então com 34 membros, de Vaudreuil para Saint-Jacques de l'Achigan
(Saint-Jacques). Em 1864, a Casa Mãe foi finalmente fixada em Lachine.
O que
caracteriza a carreira de Madre Maria Ana é que dos 40 anos de vida religiosa ela
somente governou a sua comunidade por quatro anos.
Uma espécie de
drama moral começou para ela em sua chegada a Saint-Jacques, com a nomeação do Abade
Luís Adolfo Maréchal como capelão do Instituto. Segundo ele, as Irmãs de Santa
Ana, Congregação que tinha apenas cinco anos, tinha o duro desafio de
substituir professoras respeitáveis, as religiosas da Sociedade do Sagrado
Coração de Jesus.
A equipe de
Madre Maria Ana foi agitada por um homem naturalmente dominador que excedeu
seus poderes, segundo a superiora, interferindo nas regras da comunidade. O entendimento
entre a fundadora das Irmãs de Santa Ana e o capelão tendo se tornado
impossível, foi preciso sacrificar um ou outro para evitar profundas divisões
no seio da comunidade.
Em agosto de
1854, Mons. Bourget decidiu destituir Madre Maria Ana e nomear um novo
conselho. Nomeada superiora do Convento de Sainte-Geneviève (Pierrefonds) que
ela fundara em 1851, para lá ela se encaminhou no início de novembro.
Apesar da
distância, muitas religiosas formadas pela Irmã Maria Ana permaneceram em
contato com ela, o que não foi tolerado pelo capelão, que obteve a permissão do
bispo para tirar-lhe também aquele cargo.
A partir de
então Madre Maria Ana ficaria longe do governo da comunidade. Em 1864, ela
acompanhou as Irmãs que se instalaram na nova Casa Mãe de Lachine, mas seus cargos
de conselheira local, de assistente local e conselheira geral são apenas
títulos: de fato, a fundadora das Irmãs de Santa Ana vai limitar-se às tarefas
mais humildes. Para
ela, fundadora e ótima professora, foram confiadas tarefas como: portaria,
responsável pela lavanderia das Irmãs, sacristã, ofícios que ela exerceu ao
longo de 36 anos em casas fundadas em várias cidades.
A força de
alma de Madre Maria Ana se manifestou por uma docilidade exemplar ao seu bispo,
pelo perdão concedido de forma inequívoca ao Abade Maréchal e às suas filhas
que pareciam ter esquecido o passado. Outros se encarregariam de exaltar uma
fundadora desconhecida. Mas a "recuperação" seria lenta. Falecendo octogenária,
em 2 de janeiro de 1890, Madre Maria Ana foi até o fim uma testemunha discreta
e calma do desenvolvimento do seu trabalho.
O último período
de sua vida é o testemunho de uma fé viva e de uma grande força de vontade no
meio das incompreensões, exemplo de submissão amorosa à vontade de Deus, de
respeito à autoridade, caridade e serviço a todos, humildade e abnegação.
Ela aceitou sua demissão oferecendo sua
vida para o bem da Congregação, o que evidentemente foi aceito por Deus: em
1884, a Congregação recebeu a aprovação de Roma, e em 1890 havia 428 religiosas
envolvidas no ensino e ocupadas no cuidado dos doentes em 42 casas de Quebec, Colômbia
Canadense, Estados Unidos e Alasca.
No outono de 1889, Madre Maria Ana ficou
doente com uma bronquite grave; na noite de Natal ela quis assistir à Missa na
capela da Casa Mãe, o que lhe custou um agravamento da doença, que a levou à
morte em 2 de janeiro de 1890, em Lachine.
Em 7 de janeiro de 1977 foi introduzida na
causa de sua beatificação; em 14 de março de 1991 recebeu o título de Venerável;
em 29 de abril de 2001 foi beatificada pelo Papa João Paulo II na Praça de S.
Pedro, em Roma.
Fontes: santiebeati/it; www.biographi.ca/fr/bio/sureau_esther_11F.html
Fontes: santiebeati/it; www.biographi.ca/fr/bio/sureau_esther_11F.html
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