quinta-feira, 8 de junho de 2017

Beata Ana Maria Taïgi, Padroeira das mães de família - 9 de junho

     Ana Maria Antônia Gesualda nasceu na bela cidade toscana de Siena, na Itália, em 29 de maio 1769. Era filha única de um conceituado farmacêutico de Siena. Quando os negócios pioraram, a família foi obrigada a emigrar para Roma em busca de melhores condições de vida. Os pais de Ana trabalharam no serviço doméstico em casas particulares, enquanto a menina era internada em uma instituição que se encarregava da educação de crianças sem recursos.
     Durante dois anos ela permaneceu nas Mestras Pias Filipinas, mas apenas conseguiu rudimentos de leitura e escritura. Na idade de treze anos, Ana começou a ganhar o pão com seu trabalho. Durante algum tempo esteve empregada em uma fábrica de tecidos de seda e depois trabalhou no palácio dos Chigi, onde já estavam empregados seus pais.
     Mas a vida mundana de luxo fácil que a cidade eterna proporcionava chegou a tentar esta jovem. Conseguiu passar ilesa porque se casou, aos vinte e um anos, com Domingos Taïgi, servidor do palácio Chigi. Ele era um homem piedoso, mas de caráter difícil e grosseiro, que nunca compreendeu os dons especiais da esposa.
     Vivendo no ambiente da corte, o casal acabou buscando a felicidade fútil das festas, vaidades, diversões e fortuna. Depois de três anos ela viu o vazio de sua vida familiar e o quanto estava necessitada de Jesus. Foi a uma igreja e fez uma confissão profunda com um sacerdote que se tornou seu diretor espiritual. Foi então que ocorreu sua conversão.
     Ana Maria iniciou uma nova vida dedicada aos deveres cristãos e a procura da santificação. Ela quis se entregar a duras penitências, mas o padre a fez compreender que seu sacrifício consistia no amor e fidelidade ao sacramento do casamento e no papel de mãe.
     Por 49 anos ela, finíssima no trato, teve a oportunidade de exercitar continuamente a paciência e a caridade. Conhecendo todo o valor do casamento e considerando-o como uma altíssima missão recebida do céu, a Beata transformou a sua casa em um verdadeiro santuário, onde Deus tinha o primeiro lugar. Dócil ao marido, fazia com que nada faltasse à família e o pouco que tinha era sempre dividido com os pobres e doentes que nunca deixou de ajudar.
     A sua família foi crescendo com a chegada de sete filhos, três dos quais morreram ainda pequenos, e dos seus velhos pais. Mas ela encontrava tempo para ajudar nas despesas da casa costurando sob encomenda. Mais tarde, quando a filha Sofia ficou viúva com seis filhos, foi Ana Maria que os acolheu e criou dando-lhes uma formação reta.
     Ana Maria era devotíssima da Ssma. Trindade, de Jesus Sacramentado e da Paixão de Nosso Senhor; tinha uma terníssima devoção por Nossa Senhora. Em 26 de dezembro de 1808, ingressou na Ordem Secular Trinitária e tornou-se fervorosa serva e adoradora da SSma. Trindade.
     Favorecida com dons especiais da profecia, tornou-se conhecida por seus conselhos no meio do clero. Ana Maria se tornou muito respeitada durante todos os quarenta e sete anos em que "um sol luminoso aparecia diante dos olhos, onde via os acontecimentos do mundo, os pensamentos e as almas das pessoas", como ela mesma descrevia.
     Foi conselheira espiritual de vários sacerdotes, hoje todos Santos, como Vicente Pallotti, Gaspar Del Búfalo, Vicente Maria Strambi, de nobres e outras personalidades eclesiásticas ilustres.
     Na sua declaração juramentada, e que pode ser consultada no processo de beatificação de Ana Maria, o Cardeal Pedicini se refere aos portentos que ele presenciou nessa mulher extraordinária. Diz o citado Cardeal que Ana Maria Taïgi via os pensamentos mais secretos das pessoas presentes ou ausentes; os acontecimentos dos séculos passados, e a vida que levavam as mais importantes personagens. Este dom era o conhecimento de todas as coisas em Deus, na medida em que a inteligência humana é capaz de conhecê-lo nesta vida. E acrescenta o Cardeal: "Me sinto impotente para descobrir as maravilhas de quem fui confidente durante 30 anos".
     A Beata Ana Maria faleceu em 9 de junho de 1837. O Papa Bento XV a beatificou em 1920, designou sua celebração para o dia de sua morte e a declarou padroeira das mães de família. O decreto de beatificação a aponta como: "prodígio único nos fastos da santidade". O corpo da Beata Ana Maria Taïgi, que prodigiosamente se conservou incorrupto, está guardado na Igreja de São Crisógono, em Roma, numa Capela a ela dedicada.

Revelações de Deus à Beata Ana Maria Taïgi

     Deus enviará ao mundo duas espécies de castigos. Primeiro virão vários castigos terrenos: vão ser muito maus, mas serão mitigados e encurtados pelas orações e penitências das almas santas.  Haverá grandes guerras nas quais morrerão pelo ferro milhões de pessoas (as duas Grandes Guerras do séc. XX?). Mas depois destes castigos terrenos virá o celeste que será dirigido aos impenitentes. Este castigo será muito mais horroroso e terrível, não será mitigado por coisa alguma, atuará em todo seu rigor e será universal. Contudo, em que este castigo consistirá Deus não o revelou a ninguém, nem mesmo aos Seus mais íntimos amigos.
     Trevas excessivamente espessas se espalharão pelo mundo inteiro e envolverão a terra durante três dias e três noites. Durante essas trevas será absolutamente impossível distinguir-se qualquer coisa. O ar ficará empestado pelos demônios que aparecerão sob todas as formas, as mais odiosas. Essa pestilência atingirá não exclusivamente, mas bem principalmente, os inimigos da religião, ocultos ou conhecidos, com exceção de alguns poucos que Deus converterá logo depois.
     Enquanto durarem as trevas será impossível a luz natural. Aquele que por curiosidade abrir as janelas, olhar para fora, ou sair pela porta, cairá morto instantaneamente. Durante esses dias devemos ficar em casa rezando o Rosário e invocando a misericórdia de Deus. As velas bentas preservarão da morte, assim como a invocação a Maria e aos Anjos.
                                                           (das Atas de Beatificação de Ana Maria Taïgi)


     Em outra ocasião Nosso Senhor comunicou a Beata o grande e próximo triunfo de Sua Igreja. Nosso Senhor disse-lhe: “Primeiro, cinco grandes árvores têm de ser cortadas, a fim de que o triunfo possa vir. Essas cinco grandes árvores são cinco grandes heresias”. A Serva de Deus disse então: “Duzentos anos apenas serão suficientes para que tudo isto aconteça?” Nosso Senhor respondeu: “Não levará tanto tempo quanto tu julgas”.

Corpo incorrupto da Beata na Igreja de São Crisógono

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