Em
São Paulo, no Brasil, Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus (Amábile
Visintainer), virgem, que, emigrada da Itália ainda muito jovem, fundou a
Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, destinada ao serviço dos
enfermos e dos pobres e, depois de muitos sofrimentos e adversidades, serviu a
Congregação na condição de simples Irmã com grande humildade e contínua oração.
(† 1942)
Amábile Lucia Visintainer, em
religião Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus, Fundadora da
Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, nasceu em Vígolo
Vattaro, Trento, naquela época sob o domínio austríaco, aos 16 de dezembro de
1865.
Segunda de catorze filhos (9 homens e 5 mulheres) nascidos de pais pobres de bens materiais, mas ricos das virtudes de verdadeiros cristãos, Antônio Napoleão Visintainer e Ana Pianezer, foi batizada no dia seguinte ao nascimento e crismada em 1874.
Com apenas 10 anos emigrou com seus pais e irmãos para o Brasil, fixando-se no atual Estado de Sta. Catarina, onde logo nasceram vilas que, tendo como centro Nova Trento, tomaram os nomes das terras deixadas: Vígolo, Bezenello, Valsugana etc. Desde 1879, a assistência religiosa era dada pelos padres italianos da Companhia de Jesus.
Aos 12 anos, Amábile recebeu a Primeira Comunhão e começou a participar da vida paroquial dando catecismo para as crianças, visitando os doentes e cuidando da limpeza da Capela de Vigolo, localizada onde moravam os Visintainer.
Numa região desprovida de casas religiosas e diante da necessidade de cuidar dos doentes, Amábile, aos 25 anos, com a permissão de seu pai e a aprovação do Padre Marcello Rocchi, S.J, deixou a casa paterna e, junto com uma amiga, Virginia Nicolodi, passou a morar num casebre em Vigolo, para aí cuidar de uma mulher cancerosa desamparada.
Era o dia 12 de julho de 1890. Esta data é considerada como o dia da fundação da obra de Madre Paulina, que nos planos do Senhor constitui a primeira Congregação Religiosa no Brasil. Em 1895, o pequeno grupo que se formara em torno de Amábile em Vigolo, e se havia transferido a Nova Trento, recebeu a aprovação do Bispo de Curitiba, Dom José de Camargo Barros, com o nome de Filhas da Imaculada Conceição. Em dezembro do mesmo ano fizeram os votos religiosos e Amábile recebeu o nome de Irmã Paulina do Coração Agonizante de Jesus; Virgínia Nicolodi o de Irmã Matilde da Imaculada Conceição e Teresa Máoli o de Irmã Inês de São José.
Em 1896, cinco noviças recebem o hábito religioso. Irmã Paulina passa a ser tratada como Madre Paulina, ganha novo reforço no tratamento dos doentes, órfãos e idosos. O Instituto começou na extrema pobreza: além do cuidado dos doentes, das órfãs e dos trabalhos da paróquia, para ajudar no orçamento as Irmãs deviam trabalhar na roça (à meia) e na pequena indústria da seda, segundo a tradição trentina.
Em 1900, na passagem do século a congregação conta com 20 religiosas.
Depois
da fundação das Casas de Nova Trento e Vigolo, em 1903, Madre Paulina se
transferiu para São Paulo, seguindo o conselho e o convite de Padre Luigi Maria
Rossi, S.J, que já fora Pároco de Nova Trento desde 1895 e naquele ano fora
nomeado Superior da Residência de São Paulo. Fixou residência na colina do
Ipiranga, junto a uma Capela aí existente, iniciou a obra do Asilo Sagrada
Família para abrigar os filhos de ex-escravos e velhos ex-escravos depois da
abolição da escravidão em 1888.
Nas vésperas da transferência para São Paulo, Padre Rossi, que possuía todas as faculdades para a direção das Filhas da Imaculada Conceição, cuidou da organização jurídica da Congregação com um Capítulo celebrado em fevereiro de 1903, no qual Madre Paulina foi eleita Superiora Geral "ad vitam".
O governo de Madre Paulina durou 6 anos, durante os quais, com o afluir de vocações, a Fundadora pôde realizar a fundação de outras três Casas no Estado de São Paulo.
No ano de 1909, a Fundadora sofreu terrível prova. Por causa de dificuldades criadas pela intromissão de pessoas estranhas apoiadas por algumas religiosas e pela autoridade eclesiástica, Madre Paulina foi deposta num manobrado Capítulo Geral, no mês de agosto de 1909. Foi-lhe reconhecido e conservado somente o título de "Veneranda Madre Fundadora".
De 1909 a 1918 viveu na casa por ela fundada em Bragança Paulista. Foram 9 anos de prova, de humilhações materiais e da noite mística do espírito. Estes anos foram considerados pelo Padre Rossi como clara permissão de Deus para que Madre Paulina se tornasse "vítima de amor e de reparação" pela santificação de suas filhas.
Em 1918, Madre Paulina foi chamada à Casa Geral em São Paulo, com pleno reconhecimento de suas virtudes, para servir de exemplo às jovens vocações da Congregação, que desde 1909 assumira o nome de "Irmãzinhas da Imaculada Conceição".
No período que vai de 1918 a 1938, distinguiu-se pela oração constante, pela amorosa e continua assistência às irmãs doentes. Em 1938 começou a Via Sacra dos sofrimentos por causa da diabete: progressivas amputações até a cegueira total. Aos 9 de julho de 1942, com a habitual jaculatória nos lábios, "Seja feita a vontade de Deus", entregou a alma a Deus. Madre Paulina viveu no difícil período da emigração dos países europeus para o mundo latino-americano. Ela tomou parte na comunidade formada pelo grupo sul-tirolês ou da região trentina, emigrado no século XIX no sul do Brasil.
Circunstâncias ambientais, conhecimento de seus compatriotas, experiência adquirida desde criança da vida pobre e de trabalho, foram o terreno fértil para uma resposta pronta de Amábile (com sua amiga Virginia) ao mandato do pároco de Nova Trento, que lhe confiava o catecismo (1880 - l88l), a capela e os doentes.
Outro pedido foi feito por Nossa Senhora em sonho por três noites consecutivas (l888-1890): "É meu ardente desejo que comeces uma obra..." "Filha, que decidiste?" E a resposta de Amábile não podia ser outra: "Servir-vos, minha Mãe!" Maria então acrescenta: "Eis as filhas que te confio" (l891).
A obra de Santa Paulina é fruto de pedidos diversos. Era a terra clamando pelo céu ou o céu abraçando a terra? A todos os pedidos, a mesma resposta: Servir.
A vocação de Madre Paulina: uma grande sensibilidade diante das necessidades do povo e uma profunda disponibilidade em servir a Igreja com espírito de simplicidade, de humildade e de vida interior, tendo como fonte Jesus na Eucaristia e uma filial devoção à Virgem Imaculada e a São José.
O exemplo de vida de Madre Paulina, sua fé e dedicação, levaram vários fiéis a terem por ela uma verdadeira veneração. Os trabalhos pela canonização de Madre Paulina iniciaram-se em 1965, vinte e três anos após sua morte. Em 1988, João Paulo II outorgou a Madre Paulina o título de venerável. Em 18 de outubro de 1991, foi proclamada sua beatificação em cerimônia realizada em Florianópolis, Santa Catarina.
Apesar de ter nascido na Itália, Madre Paulina passou 68 dos 76 anos de sua vida ajudando aos necessitados no Brasil. E, por essa sua dedicação, a primeira santa brasileira foi canonizada por João Paulo II em cerimônia pública realizada em Roma, Itália, no dia 19 de maio de 2002.
As filhas de Madre Paulina procuram servir a Igreja, além do Brasil, nos seguintes países: Argentina, Chile, Colômbia, Guatemala, Nicarágua, Chade, Camarões, Moçambique, Itália
Postado
neste blog em 8 de julho de 2011
Fontes:
https://santuariosantapaulina.org.br/
http://www.santosebeatoscatolicos.com/
Segunda de catorze filhos (9 homens e 5 mulheres) nascidos de pais pobres de bens materiais, mas ricos das virtudes de verdadeiros cristãos, Antônio Napoleão Visintainer e Ana Pianezer, foi batizada no dia seguinte ao nascimento e crismada em 1874.
Com apenas 10 anos emigrou com seus pais e irmãos para o Brasil, fixando-se no atual Estado de Sta. Catarina, onde logo nasceram vilas que, tendo como centro Nova Trento, tomaram os nomes das terras deixadas: Vígolo, Bezenello, Valsugana etc. Desde 1879, a assistência religiosa era dada pelos padres italianos da Companhia de Jesus.
Aos 12 anos, Amábile recebeu a Primeira Comunhão e começou a participar da vida paroquial dando catecismo para as crianças, visitando os doentes e cuidando da limpeza da Capela de Vigolo, localizada onde moravam os Visintainer.
Numa região desprovida de casas religiosas e diante da necessidade de cuidar dos doentes, Amábile, aos 25 anos, com a permissão de seu pai e a aprovação do Padre Marcello Rocchi, S.J, deixou a casa paterna e, junto com uma amiga, Virginia Nicolodi, passou a morar num casebre em Vigolo, para aí cuidar de uma mulher cancerosa desamparada.
Era o dia 12 de julho de 1890. Esta data é considerada como o dia da fundação da obra de Madre Paulina, que nos planos do Senhor constitui a primeira Congregação Religiosa no Brasil. Em 1895, o pequeno grupo que se formara em torno de Amábile em Vigolo, e se havia transferido a Nova Trento, recebeu a aprovação do Bispo de Curitiba, Dom José de Camargo Barros, com o nome de Filhas da Imaculada Conceição. Em dezembro do mesmo ano fizeram os votos religiosos e Amábile recebeu o nome de Irmã Paulina do Coração Agonizante de Jesus; Virgínia Nicolodi o de Irmã Matilde da Imaculada Conceição e Teresa Máoli o de Irmã Inês de São José.
Em 1896, cinco noviças recebem o hábito religioso. Irmã Paulina passa a ser tratada como Madre Paulina, ganha novo reforço no tratamento dos doentes, órfãos e idosos. O Instituto começou na extrema pobreza: além do cuidado dos doentes, das órfãs e dos trabalhos da paróquia, para ajudar no orçamento as Irmãs deviam trabalhar na roça (à meia) e na pequena indústria da seda, segundo a tradição trentina.
Em 1900, na passagem do século a congregação conta com 20 religiosas.
Nas vésperas da transferência para São Paulo, Padre Rossi, que possuía todas as faculdades para a direção das Filhas da Imaculada Conceição, cuidou da organização jurídica da Congregação com um Capítulo celebrado em fevereiro de 1903, no qual Madre Paulina foi eleita Superiora Geral "ad vitam".
O governo de Madre Paulina durou 6 anos, durante os quais, com o afluir de vocações, a Fundadora pôde realizar a fundação de outras três Casas no Estado de São Paulo.
No ano de 1909, a Fundadora sofreu terrível prova. Por causa de dificuldades criadas pela intromissão de pessoas estranhas apoiadas por algumas religiosas e pela autoridade eclesiástica, Madre Paulina foi deposta num manobrado Capítulo Geral, no mês de agosto de 1909. Foi-lhe reconhecido e conservado somente o título de "Veneranda Madre Fundadora".
De 1909 a 1918 viveu na casa por ela fundada em Bragança Paulista. Foram 9 anos de prova, de humilhações materiais e da noite mística do espírito. Estes anos foram considerados pelo Padre Rossi como clara permissão de Deus para que Madre Paulina se tornasse "vítima de amor e de reparação" pela santificação de suas filhas.
Em 1918, Madre Paulina foi chamada à Casa Geral em São Paulo, com pleno reconhecimento de suas virtudes, para servir de exemplo às jovens vocações da Congregação, que desde 1909 assumira o nome de "Irmãzinhas da Imaculada Conceição".
No período que vai de 1918 a 1938, distinguiu-se pela oração constante, pela amorosa e continua assistência às irmãs doentes. Em 1938 começou a Via Sacra dos sofrimentos por causa da diabete: progressivas amputações até a cegueira total. Aos 9 de julho de 1942, com a habitual jaculatória nos lábios, "Seja feita a vontade de Deus", entregou a alma a Deus. Madre Paulina viveu no difícil período da emigração dos países europeus para o mundo latino-americano. Ela tomou parte na comunidade formada pelo grupo sul-tirolês ou da região trentina, emigrado no século XIX no sul do Brasil.
Circunstâncias ambientais, conhecimento de seus compatriotas, experiência adquirida desde criança da vida pobre e de trabalho, foram o terreno fértil para uma resposta pronta de Amábile (com sua amiga Virginia) ao mandato do pároco de Nova Trento, que lhe confiava o catecismo (1880 - l88l), a capela e os doentes.
Outro pedido foi feito por Nossa Senhora em sonho por três noites consecutivas (l888-1890): "É meu ardente desejo que comeces uma obra..." "Filha, que decidiste?" E a resposta de Amábile não podia ser outra: "Servir-vos, minha Mãe!" Maria então acrescenta: "Eis as filhas que te confio" (l891).
A obra de Santa Paulina é fruto de pedidos diversos. Era a terra clamando pelo céu ou o céu abraçando a terra? A todos os pedidos, a mesma resposta: Servir.
A vocação de Madre Paulina: uma grande sensibilidade diante das necessidades do povo e uma profunda disponibilidade em servir a Igreja com espírito de simplicidade, de humildade e de vida interior, tendo como fonte Jesus na Eucaristia e uma filial devoção à Virgem Imaculada e a São José.
O exemplo de vida de Madre Paulina, sua fé e dedicação, levaram vários fiéis a terem por ela uma verdadeira veneração. Os trabalhos pela canonização de Madre Paulina iniciaram-se em 1965, vinte e três anos após sua morte. Em 1988, João Paulo II outorgou a Madre Paulina o título de venerável. Em 18 de outubro de 1991, foi proclamada sua beatificação em cerimônia realizada em Florianópolis, Santa Catarina.
Apesar de ter nascido na Itália, Madre Paulina passou 68 dos 76 anos de sua vida ajudando aos necessitados no Brasil. E, por essa sua dedicação, a primeira santa brasileira foi canonizada por João Paulo II em cerimônia pública realizada em Roma, Itália, no dia 19 de maio de 2002.
As filhas de Madre Paulina procuram servir a Igreja, além do Brasil, nos seguintes países: Argentina, Chile, Colômbia, Guatemala, Nicarágua, Chade, Camarões, Moçambique, Itália
https://santuariosantapaulina.org.br/
http://www.santosebeatoscatolicos.com/
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